Educação
Em Goiás, 123 mil crianças e adolescentes ficaram excluídos da educação na pandemia, alertam UNICEF e CENPEC Educação
Estudo traz um panorama da exclusão escolar antes e durante a pandemia, e mostra que o Brasil corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação
Nos últimos anos, o Brasil vinha avançando, lentamente, no acesso de crianças e adolescentes à escola. Com a pandemia da Covid-19, no entanto, o País regrediu. Em novembro de 2020, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não tiveram acesso à educação no Brasil – número semelhante ao que o País tinha no início dos anos 2000. É o que releva o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação”, lançado nesta quinta-feira pelo UNICEF, em parceria com o Cenpec Educação.
Com escolas fechadas por causa da pandemia, em novembro de 2020, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não frequentavam a escola (remota ou presencialmente). A eles, somam-se outros 3,7 milhões que estavam matriculados, mas não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram se manter aprendendo em casa. No total, 5,1 milhões tiveram seu direito à educação negado em novembro de 2020. Dado corresponde a 13,9% das meninas e dos meninos de 6 a 17 anos do País. Em Goiás, foram 123 mil (9,7%).
A exclusão escolar atingiu sobretudo crianças de faixas etárias em que o acesso à escola não era mais um desafio. Dos 5,1 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação no Brasil em novembro de 2020, 41% tinham de 6 a 10 anos de idade; 27,8% tinham de 11 a 14 anos; e 31,2% tinham de 15 a 17 anos – faixa etária que era a mais excluída antes da pandemia.
“Crianças de 6 a 10 anos sem acesso à educação eram exceção no Brasil, antes da pandemia. Essa mudança observada em 2020 pode ter impactos em toda uma geração. São crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, fase de alfabetização e outras aprendizagens essenciais às demais etapas escolares. Ciclos de alfabetização incompletos podem acarretar reprovações e abandono escolar. É urgente reabrir as escolas, e mantê-las abertas, em segurança”, defende Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.
O estudo mostra, também, que a exclusão afetou mais quem já vivia em situação vulnerável. Em relação às regiões, Norte (28,4%) e Nordeste (18,3%) apresentaram os maiores percentuais de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos sem acesso à educação, seguidas por Sudeste (10,3%), Centro-Oeste (8,5%) e Sul (5,1%). A exclusão foi maior entre crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas, que correspondem a 69,3% do total de crianças e adolescentes sem acesso à Educação.
“Os números são alarmantes e trazem um alerta urgente. O País corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação, voltado aos números dos anos 2000. É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo”, afirma Florence.
O estudo lançado nesta quinta-feira traz as seguintes recomendações: realizar a busca ativa de crianças e adolescentes que estão fora da escola; garantir acesso à internet para todos, em especial os mais vulneráveis; realizar campanhas de comunicação comunitária, com foco em retomar as matrículas nas escolas; mobilizar as escolas para que enfrentem a exclusão escolar; e fortalecer o sistema de garantia de direitos para garantir condições às crianças e aos adolescentes para que permaneçam na escola, ou retornem a ela.
O UNICEF e parceiros oferecem apoio a estados e municípios para realizar a Busca Ativa Escolar, reabrir as escolas em segurança, promover o acesso à internet e garantir o direito de aprender a cada menina e menino.
A exclusão escolar, até 2019
Além de os dados sobre a exclusão escolar na pandemia, o estudo traz ainda uma análise aprofundada do cenário educacional brasileiro antes dela. De 2016 até 2019, o percentual de meninas e meninos de 4 a 17 anos fora da escola no Brasil caiu de 3,9% para 2,7%.
As desigualdades, no entanto, permaneciam. Em 2019, havia quase 1,1 milhão de crianças e adolescentes em idade escolar obrigatória fora da escola no Brasil. A maioria deles, crianças de 4 e 5 anos (384 mil) e adolescentes de 15 a 17 anos (629 mil). Na faixa etária de 6 a 14 anos, eram 82 mil.
A exclusão escolar afetava principalmente quem já vivia em situação mais vulnerável. Os maiores percentuais de exclusão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estavam nas regiões Norte (4,3%) e Centro-Oeste (3,5%), seguidas por Nordeste e Sul (2,7%) e Sudeste (2,1%). Os meninos eram maioria entre quem estava fora da escola nas faixas etárias mais novas. O cenário se invertia quando chegavam ao final da adolescência, em que 50,9% dos que estavam fora da escola eram meninas.
A exclusão era, proporcionalmente, maior nas áreas rurais, em comparação com as urbanas. Ela afetava mais crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas (71,3%), e estava focada nos mais pobres. Do total de meninas e meninos fora da escola em 2019, 61,9% viviam em famílias com renda per capita de até ½ salário mínimo.
As causas da exclusão variavam por faixa etária, mas destacavam-se a falta de vaga para os mais novos e o desinteresse pela escola, aliado à gravidez na adolescência e ao trabalho, para os mais velhos. Motivos relacionados à saúde somente apareciam na faixa etária de 6 a 14 anos, o que pode indicar um alerta um sobre inclusão de crianças com deficiência.
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BRASIL
PRF intensifica fiscalização em todo o Brasil
Cresce número de mortes e acidentes em Goiás no mês de dezembro.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou na quarta-feira (18), a Operação Rodovida, que busca reduzir acidentes e aumentar a segurança nas rodovias durante as festas de fim de ano e o Carnaval. A operação ocorre em todo o país, um dos períodos mais movimentados nas estradas.
A primeira fase, chamada Operação Natal, ocorre de 20 a 25 de dezembro. As ações priorizam a fiscalização de ultrapassagens indevidas, que podem gerar multas de até R$ 2.934,70, suspensão da habilitação e risco elevado de acidentes graves, como colisões frontais.
De janeiro a novembro, a PRF registrou 272.955 infrações por ultrapassagens indevidas, número próximo ao mesmo período de 2023. Em 2024, essas infrações causaram 1.557 acidentes, com 2.287 feridos e 363 mortes. Houve também aumento nas colisões frontais, com 4.391 casos em 2024 contra 4.206 em 2023.
Em Goiás, 15 mortes na primeira quinzena de dezembro
Nos primeiros dezoito dias de dezembro, a PRF registrou 174 acidentes nas rodovias federais em Goiás, resultando em 137 feridos e 15 mortes. Em comparação, no mesmo período do ano passado, foram 123 acidentes, 104 feridos e 11 mortes. Destacam-se as colisões frontais, uma vez que 13 das 21 mortes registradas neste ano ocorreram nesses tipos de acidentes.
A PRF alerta que os principais fatores para os acidentes mais graves estão ligados a comportamentos imprudentes, como excesso de velocidade, ultrapassagens proibidas, não utilização do cinto de segurança e dispositivos infantis, além do uso de celular ao volante. Outro agravante é a intensificação das chuvas, comuns nesta época do ano, que tornam as estradas ainda mais perigosas.
Durante a operação, haverá reforço na fiscalização, com especial atenção para o consumo de álcool ao volante. A PRF reforça a importância da responsabilidade dos motoristas em evitar comportamentos de risco e adotar práticas que garantam a segurança de todos. Antes de viajar, é essencial verificar as condições do veículo, incluindo pneus, freios e iluminação, além de conferir a documentação obrigatória. Outro ponto destacado é o uso correto do cinto de segurança por todos os ocupantes do veículo.
A Operação Rodovida se estenderá até o final do Carnaval.
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