Estudo da UFRGS indica que prejuízos do agro foram superiores a R$ 25 bilhões

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Um estudo realizado por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta que as chuvas, inundações e enxurradas que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano causaram um prejuízo de pelo menos R$ 25,5 bilhões à agropecuária gaúcha. Esse valor representa um rombo significativo, equivalente a 118% do orçamento público de Porto Alegre em 2024 e 28,5% do valor bruto da produção agropecuária gaúcha para o ciclo 2023/2024.

O estudo, intitulado “Maio vermelho: o impacto do evento climático extremo na agropecuária gaúcha”, detalha os impactos em diferentes setores:

  • Perda de produtos agrícolas: R$ 19,4 bilhões, referentes a itens não colhidos, não pastejados ou com perda de qualidade. As culturas mais afetadas foram a soja (com 25% da área plantada a ser colhida), o arroz (com 84% da colheita em andamento) e o milho (15% a ser colhido).
  • Devastação do solo: R$ 6 bilhões, devido à erosão hídrica que removeu a camada superficial do solo em uma área de 106,8 mil hectares. Essa perda compromete a fertilidade do solo e impacta a produtividade futura.
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Impacto por região

O levantamento da UFRGS também estratificou o nível de destruição por mesorregião gaúcha:

  • Noroeste: Maior perda de produtos (R$ 5 bilhões) e maior área de solo afetada (35,2%).
  • Metropolitana: R$ 3,3 bilhões em perdas de produtos.
  • Sudeste: R$ 3,1 bilhões em perdas de produtos.
  • Sudoeste: 18,3% da área de solo afetada.
  • Centro Ocidental: 14% da área de solo afetada.

Os autores do estudo, Renato Levien, Michael Mazurana e Pedro Selbach, comparam o evento de maio de 2024 ao “novembro vermelho” de 1978, quando o El Niño causou perdas milionárias ao Rio Grande do Sul. Segundo os pesquisadores, as inundações de maio foram ainda mais severas, com prejuízos 148 vezes maiores que os de 1978 em termos de valor monetário.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Recuperação Judicial em Alta em 2025: Quando a Solução se Torna Risco para as Empresas

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Em 2024, o Brasil registrou um recorde de 2.273 pedidos de recuperação judicial, um aumento de 61,8% em comparação com o ano anterior, conforme dados da Serasa Experian. Este crescimento expressivo reflete o cenário econômico desafiador que as empresas brasileiras enfrentam, com 51,8 milhões de contas de pessoas jurídicas negativadas e mais de 7,2 milhões de CNPJs bloqueados para transações financeiras. No entanto, apesar da alta nos pedidos, a adesão à recuperação judicial ainda é baixa, especialmente entre micro e pequenas empresas, que encontram dificuldades no processo e receiam a falência da reestruturação.

Recuperação Judicial: Solução ou Risco?

Hellen Durães, sócia da Durães & Barros Advogados, destaca que a recuperação judicial pode ser uma alternativa eficaz, desde que aplicada com planejamento e estratégia adequados. “O aumento nos pedidos de recuperação judicial reflete o desespero de muitas empresas para se manterem ativas. No entanto, essa ferramenta não deve ser vista como um simples adiamento das dívidas. A empresa precisa de um plano realista e viável para garantir o sucesso da reestruturação”, afirma.

Por que tantas empresas recorrem à recuperação judicial?

Criada para permitir que empresas em dificuldades financeiras possam renegociar suas dívidas e evitar a falência, a recuperação judicial no Brasil ainda apresenta uma taxa de sucesso abaixo do esperado. Apenas cerca de 25% das empresas que solicitam a recuperação judicial conseguem concluir o processo com êxito, enquanto nos Estados Unidos essa taxa é de aproximadamente 35%, e na Europa, pode chegar a 60%.

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De acordo com Hellen Durães, “No Brasil, a recuperação judicial é muito voltada para a quitação das dívidas, deixando em segundo plano a reestruturação do negócio, o que pode comprometer a eficácia do processo. Muitas empresas saem da recuperação judicial sem uma base sólida para se reerguer.”

Além disso, a burocracia e os altos custos do processo afastam micro e pequenos empresários dessa ferramenta. Em 2024, 1.676 pedidos de recuperação judicial vieram de micro e pequenas empresas, o que representou um aumento de 78,4% em relação ao ano anterior. Esses dados indicam que o problema atinge diretamente o setor que é a base da economia nacional. Muitos desses empresários recorrem à recuperação judicial como último recurso, sem uma estratégia adequada para reverter a situação.

Alternativas à Recuperação Judicial

Antes de optar pela recuperação judicial, é recomendado que as empresas explorem alternativas como a renegociação direta com credores ou a recuperação extrajudicial. Este último tem se mostrado uma solução viável para companhias que conseguem estruturar um acordo sem a necessidade de intervenção judicial.

Hellen Durães observa que “uma gestão financeira eficiente e um planejamento estratégico bem elaborado podem evitar que a empresa chegue ao ponto de precisar recorrer à recuperação judicial. Muitas vezes, o problema não está apenas na dívida, mas na falta de uma visão clara para reestruturar o negócio de forma sustentável.”

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Outra alternativa que tem ganhado espaço é o DIP Financing (Debtor-in-Possession Financing), previsto na Lei 14.112/20, que permite que empresas em recuperação judicial obtenham crédito prioritário para financiar sua reestruturação. No entanto, no Brasil, a implementação dessa ferramenta ainda enfrenta desafios regulatórios e jurídicos, dificultando seu acesso.

Recuperação Judicial: Solução ou Armadilha?

A recuperação judicial pode ser uma ferramenta crucial para empresas em dificuldades, mas é essencial avaliar os riscos e desafios envolvidos. “A decisão de recorrer à recuperação judicial deve ser baseada em uma análise rigorosa da viabilidade do negócio. Sem uma estratégia clara e um plano de recuperação bem estruturado, a recuperação judicial pode se tornar apenas um adiamento da falência”, conclui Hellen Durães.

Com o aumento dos pedidos em 2025, é fundamental que os empresários busquem orientação jurídica e financeira antes de recorrer à recuperação judicial. O planejamento adequado e a escolha das estratégias corretas podem ser determinantes para a sobrevivência e o crescimento sustentável dos negócios.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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