Farmacêutico clínico pode contribuir para saúde da família

Empilhando caixas de remédios e passando as tardes na farmácia de um senhor com quem fez amizade na infância, o mundo da saúde sempre esteve presente na vida do farmacêutico Maurício Poliquesi, 59 anos. Até que em 1992 ele conseguiu abrir a própria farmácia, em Curitiba.
“Mas, enquanto empreendedor, sentia a falta de um profissional para atender os clientes da forma que eu gostava, dando atenção individualizada para cada pessoa que precisasse”, conta.
Poliquesi foi buscar a formação e se graduou em Farmácia em 2002, podendo, finalmente, dar a orientação e o acolhimento que julgava serem necessários aos clientes de sua loja. Após mais de 23 anos à frente do negócio, decidiu passar o ponto, mas ele ficou pouco tempo longe do balcão.
Logo após vender sua loja, Maurício cursou direito, com o objetivo de atuar em causas relacionadas ao setor de saúde, mas sentia que precisava voltar às origens. Buscou se recolocar e foi aí que começou a trabalhar em uma grande rede, onde permanece até hoje, agora, depois de capacitação, como farmacêutico clínico, dedicando-se à área com a qual sempre teve maior identificação.
“O serviço da farmácia em que trabalho promove o resgate da figura clássica do farmacêutico, de um profissional confiável, que faz a ponte entre o paciente e o médico, auxiliando na prevenção ao agravamento de doenças e amparando o indivíduo que chega com dúvidas no estabelecimento”, aponta o Poliquesi.
Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o Brasil tem 4.238 farmácias com salas e consultórios em operação e mais de 14 mil farmacêuticos prestando esse serviço, que se baseia em acompanhar durante toda a vida o paciente e que se torna referência na comunidade.
Atenção e acolhimento
O trabalho desse profissional é ser mais do que alguém habilitado para recomendar e vender remédios, mas é uma pessoa que vai auxiliar aqueles que necessitam de mais atenção e chegam à farmácia cheios de dúvidas.
Foi assim com a depiladora Maria Verônica Garcia e Silva, de 61 anos. Em setembro de 2021, sentindo um desconforto, resolveu ir à farmácia e, ao ser atendida por Poliquesi, foi constatado que a pressão dela estava alta.
“Eu nem sabia que tinha pressão alta e estava quase infartando. O Maurício me encaminhou para o cardiologista ao aferir minha pressão e ver que ela estava em 19 por 8”, relembra. Com remédios controlados, a amizade e o respeito entre os dois permanecem até hoje. “Se não fosse por ele, eu não estaria viva”, diz Maria Verônica.
Conselho Federal de Farmácia
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, a farmácia clínica é a área voltada à ciência e prática do uso responsável de medicamentos, na qual o farmacêutico clínico presta cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças. As atribuições clínicas do farmacêutico estão definidas no Resolução 585 do conselho.
“Temos 134 atividades farmacêuticas que podemos exercer ligados aos cuidados com o paciente”, explica Poloquesi. “Atuamos na orientação posológica dos medicamentos, interações medicamentosas, acompanhamento da eficácia terapêutica prescrita, aplicação de vacinas, aplicação de injetáveis, aferição de pressão arterial, exames remotos laboratoriais”.
O farmacêutico clínico pode prescrever medicamentos isentos de prescrição médica; fazer injetáveis, vacinas, aferir pressão arterial, medir glicemia, colocar brincos, atuar em salas de inaloterapia (quando habilitado), fazer o controle de medicamentos psicotrópicos, supervisionar dispensações dos balconistas, controlar vencimento de medicamentos e demais rotinas de uma farmácia de dispensação.
“Mas, o farmacêutico clínico não pode prescrever medicamentos de exclusividade médica, dar diagnósticos, fazer consulta médica e vender medicamentos controlados sem receita”, ressalta Poliquesi.
Na consulta com farmacêutico clínico, o profissional utiliza documentos para anamnese do paciente, identificação das enfermidades (pressão, diabetes, depressão, tabagismo, obesidade), medicamentos que utiliza (analisa e pesquisa interações entre eles, resultados, eficácia, efetividade, indicações), aferição de pressão, medidas de glicemia. “O profissional ainda orienta sobre o controle de peso e conscientiza sobre a necessidade de seguir orientações do profissional de saúde”, finaliza o farmacêutico.
Edição: Aline Leal
Fonte: EBC Saúde


SAÚDE
“A saúde integral da mulher é prioridade absoluta do Ministério da Saúde”, afirma Padilha em primeira reunião no Congresso Nacional

No segundo dia à frente do Ministério da Saúde, o ministro Alexandre Padilha realizou a primeira reunião no Congresso Nacional com a bancada feminina da Câmara dos Deputados. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (12) e marcou o compromisso do governo em priorizar a saúde das mulheres. “A saúde integral da mulher é prioridade absoluta na gestão do Ministério da Saúde”, defendeu Padilha.
Liderada pela deputada Benedita da Silva, a bancada feminina levou ao ministro sugestões de projetos e medidas para fortalecer o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a reunião, Padilha enfatizou a importância de garantir um cuidado ainda mais amplo para todas. “Não dá para falar de saúde sem falar das mulheres, sem envolvê-las no enfrentamento dos desafios do setor. As mulheres são maioria da população e principais usuárias do SUS, seja por conta própria ou como cuidadoras de seus filhos, pais e familiares. Além disso, a maior parte dos profissionais da saúde são mulheres”, destacou o ministro.
A deputada Benedita da Silva (RJ) agradeceu ao ministro pela disponibilidade em dialogar com o grupo e reforçou a importância da parceria para avançar em projetos fundamentais. “A bancada feminina tem trabalhado intensamente e conquistado avanços em diversos projetos. Hoje, na área da saúde, temos três propostas voltadas para o câncer, três relacionadas à saúde mental e psicossocial, duas para acompanhamento em saúde, além de iniciativas específicas para a saúde da mulher negra, combate à violência sexual e regulamentação da profissão de doulas. O que queremos é ouvi-lo, dar-lhe as boas-vindas e reforçar que estamos prontas para construir juntos”, declarou Benedita.
A parlamentar Jandira Feghali (RJ) destacou a importância da participação feminina no debate sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e o incentivo à inovação científica. “A questão da mulher é transversal e, entre os temas discutidos, está o Complexo Industrial da Saúde. Acredito que precisamos acompanhar mais de perto o desenvolvimento desse trabalho, pois há pesquisadores inovando nessa área, o que pode trazer impactos positivos para as políticas públicas de saúde”, afirmou Feghali.
Para Antônia Lúcia, deputada pelo estado do Acre, há necessidade de medidas mais rígidas para garantir a aplicação de vacinas em crianças e políticas voltadas ao tratamento de câncer e saúde mental. “Vossa Excelência terá a oportunidade de se debruçar sobre projetos fundamentais para o combate ao câncer e a manutenção da qualidade de vida das pessoas com deficiência psicológica. Além disso, gostaria de sugerir a criação de uma tipificação criminal para servidores públicos que se recusarem a aplicar vacinas nas crianças”, pontuou a parlamentar.
“Estou muito feliz por vê-lo à frente do Ministério da Saúde. Conheço seu trabalho e a diferença que fez no Governo Federal e na Secretaria de Saúde da capital paulista. Um dos pontos que precisamos discutir é a distribuição de fraldas geriátricas nas UBS”, propôs a deputada Juliana Cardoso (SP).
A deputada Célia Xakriabá (MG) destacou pautas voltadas à saúde indígena e alertou sobre os impactos ambientais na saúde dos povos originários. “Temos duas coisas em comum: o senhor, que é doutor do corpo, e nós, povos indígenas, que somos doutores e embaixadores da floresta. Nesse sentido, temos dois projetos fundamentais. Um deles regulamenta as profissões de Agente Indígena de Saúde (AIS) e de Agente Indígena de Saneamento (Aisan), no âmbito do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). O outro, de minha autoria, trata dos impactos dos agrotóxicos nas terras indígenas. Vivemos um momento de profunda crise climática, e precisamos discutir de que maneira podemos enfrentar esse problema”, alertou.
O ministro Alexandre Padilha, ao ouvir as parlamentares, destacou que o encontro reforça a parceria entre o Ministério da Saúde e a bancada feminina para impulsionar projetos que ampliem o acesso das mulheres aos serviços de saúde. “Saiu daqui um casamento entre o Ministério da Saúde e a bancada das mulheres. Vou me reunir com a Liderança do Governo na Câmara para avaliar a possibilidade de priorizarmos esses projetos. Vamos fazer de março um mês extremamente produtivo para a saúde integral das mulheres no Congresso Nacional”, afirmou.
Outras importantes iniciativas mencionadas são a instalação de uma sala de situação permanente no Ministério da Saúde para acelerar agendas relacionadas às mulheres, o fortalecimento da Rede Alyne e a ampliação da prevenção e diagnóstico do câncer de colo de útero e de mama. Padilha também destacou que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) discutirá a incorporação de novos medicamentos para o tratamento da endometriose e anticoncepcionais que beneficiem mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
O ministro da Saúde reforçou, ainda, a importância de reduzir o tempo de espera para exames e tratamentos, garantindo um atendimento mais rápido e eficiente para a população feminina. “Vamos consolidar o Brasil como a maior rede pública de prevenção diagnóstica de câncer do mundo. Temos todas as condições de fazer isso e é uma prioridade absoluta nossa”, destacou.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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