Opinião

Florestas da Arábia

O Brasil precisa de um programa de proteção e recuperação dos biomas com urgência, visando plantar um trilhão de árvores nas cidades e biomas devastados, 2030 está aí e o agora é a hora dos verdadeiros patriotas.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Há décadas o cidadão do Brasil testemunha a destruição da nossa maior riqueza, nossos biomas, queimadas e desmatamentos criminosos a serviço de monocultura ou pasto para gado, como se isso fosse algo inevitável e rentável. Sabemos que em 2023, o Brasil teve uma área plantada de 77 milhões de hectares, mas tem uma área degradada e abandonada de 140 milhões de hectares que podem ser recuperados. Ou seja, não precisamos desmatar mais nem um hectare de mata.

Não custa lembrar que os biomas têm, além da flora e fauna pouco conhecidas e exploradas, uma microfauna e microflora totalmente desconhecidas e que podem conter desde a cura de câncer até micro-organismos que fermentem novos combustíveis. Um incendiário comete um crime contra o futuro de centenas de milhões de brasileiros, crime equivalente a de genocidas.

Ao contrário do Brasil, a Arábia Saudita está criando biomas. É o Programa Green Riyadh que tem o objetivo de criar espaços verdes sustentáveis na capital Riad. Visam também cumprir o Programa Qualidade de Vida e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que quer criar cidades mais sustentáveis e que combata o aquecimento global.

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A construção já começou há pouco mais de dois anos e utiliza as mais recentes tecnologias e práticas para acelerar o trabalho tendo o cuidado de não interferir no tráfego. Estão instalando 1.350 quilômetros de tubulações de água para transportar 1,7 milhão de metros cúbicos de água reciclada produzida diariamente, mas sem uso e que serão utilizadas para irrigar 7,5 milhões de árvores que estão sendo plantadas na cidade, isso fará que a cobertura verde atinja 9,1% da cidade, elevando o espaço verde per capita de 1,7 metro quadrado para 28 metros quadrados.

Riad enfrenta os desafios de muitas metrópoles do mundo: melhorar a qualidade de vida, o meio ambiente, o desenvolvimento esportivo e de lazer, a saúde e o bem-estar, a segurança, a participação e a criação de valor econômico. A iniciativa verde reduzirá especialmente as emissões de CO2 e as temperaturas na cidade.

Além disso, o projeto tem sua vertente educativa, incentivará os cidadãos a adotarem um estilo de vida saudável. O Green Riyadh quer transformar Riad em uma das cidades mais agradáveis para se viver no mundo. Com a criação de espaços verdes e a promoção de um estilo de vida saudável, a cidade está se tornando mais sustentável e amigável ao meio ambiente. Essa iniciativa também está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, contribuindo para um futuro mais verde e saudável para todos.

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E, no mês passado, iniciaram as obras de três grandes parques na capital com uma área superior a 550.000 metros quadrados. Este projeto de plantação de árvores na capital está dentro da Iniciativa Verde da Arábia Saudita (SGI), que visa plantar 10 bilhões de árvores em todo o país até o ano de 2030.

O Brasil precisa de um programa de proteção e recuperação dos biomas com urgência, visando plantar um trilhão de árvores nas cidades e biomas devastados, 2030 está aí e o agora é a hora dos verdadeiros patriotas.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Interação justa entre varejo e indústria têxtil é crucial na era da sustentabilidade e digitalização

As discussões e conclusões do encontro oferecem valiosos insights para aprimorar a interação de nossa indústria tanto com varejistas nacionais quanto com os compradores internacionais. É importante ressaltar que o modelo tradicional de negócios em nosso setor frequentemente impõe exigências excessivas aos fabricantes, incluindo alterações de última hora em pedidos já confirmados, prazos de pagamento muito longos, pressão constante por preços cada vez mais baixos, ausência de compromissos duradouros e falta de planejamento colaborativo.

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Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Camila Zelezoglo é gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit.

A relação entre o varejo e a indústria têxtil e de confecção representa um pilar fundamental para o funcionamento saudável de toda a cadeia de moda. No entanto, as práticas comerciais atuais têm gerado tensões que impactam não apenas os negócios, mas também milhões de trabalhadores globalmente. Essa questão foi o foco principal do “Fórum on Due Diligence in the Garment and Footwear Sector”, realizado em fevereiro deste ano, em Paris, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As discussões e conclusões do encontro oferecem valiosos insights para aprimorar a interação de nossa indústria tanto com varejistas nacionais quanto com os compradores internacionais. É importante ressaltar que o modelo tradicional de negócios em nosso setor frequentemente impõe exigências excessivas aos fabricantes, incluindo alterações de última hora em pedidos já confirmados, prazos de pagamento muito longos, pressão constante por preços cada vez mais baixos, ausência de compromissos duradouros e falta de planejamento colaborativo.

Tais condições adversas geram consequências prejudiciais para todos os envolvidos. Para a indústria, resultam em instabilidade financeira, dificuldade no planejamento produtivo, investimentos limitados em tecnologia e inovação e, por vezes, comprometimento dos padrões de excelência. Os trabalhadores também são afetados. O próprio varejo sofre com problemas de qualidade, atrasos nas entregas, alta rotatividade de fornecedores e riscos à sua reputação.

A propósito, vale observar os dados de 2024 referentes aos prazos das encomendas dos varejistas aos fabricantes, apresentados na Première Vision, em novembro último, pelo Instituto Français de la Mode. O aprovisionamento de longo prazo (seis meses ou mais antes da estação) representou 48% do total, enquanto o médio prazo (seis meses ou menos antes da estação) foi de 33% e o curto prazo (dentro da estação), 19%.

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A criação e adoção voluntária de práticas comerciais mais equilibradas podem melhorar o panorama da cadeia de valor, proporcionando benefícios significativos para todos. O planejamento colaborativo emerge como elemento crucial, abrangendo o estabelecimento conjunto de previsões de demanda, compartilhamento transparente de informações de mercado, definição clara de calendários de desenvolvimento e produção e compromissos de volume consistentes e de longo prazo. A precificação justa desempenha papel igualmente determinante, considerando os custos reais de produção, garantindo margens adequadas para investimentos em melhorias, chancelando o valor agregado e promovendo negociações transparentes.

Para a indústria, esses avanços significam maior estabilidade financeira, capacidade de investimento em inovação, desenvolvimento de produtos diferenciados e relacionamentos comerciais duradouros. Os trabalhadores beneficiam-se com melhores condições laborais e oportunidades mais amplas de crescimento profissional. O varejo, por sua vez, obtém produtos de maior qualidade, fornecedores mais comprometidos, cadeias de suprimento mais confiáveis e melhor reputação corporativa.

A revisão dos processos interativos deve considerar as transformações disruptivas pelas quais o setor têxtil e de confecção está passando globalmente. A digitalização avança rapidamente, viabilizando sistemas integrados de planejamento, plataformas colaborativas avançadas, rastreabilidade completa da cadeia de suprimentos e métricas precisas de desempenho. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade impõe-se como imperativo estratégico. Fibras regeneradas, tecnologias de reciclagem mecânica e química, além de novas regulamentações ambientais, estão inaugurando uma nova era para nossa atividade.

​Nesse cenário dinâmico, a construção de relações comerciais mais equilibradas entre varejo e indústria têxtil não representa apenas uma questão ética, mas uma necessidade estratégica para a sustentabilidade do setor. A adoção proativa de melhores práticas comerciais pode criar um círculo virtuoso benéfico para toda a cadeia produtiva, desde os trabalhadores nas fábricas até o consumidor final.

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O Brasil detém condições singulares para liderar esse movimento transformador, por contar com todos os elos da cadeia produtiva e distributiva integrados em seu território. As empresas que encabeçarem as mudanças contribuirão para que o setor seja mais sustentável e se destacarão, pois se posicionarão competitivamente em um mercado cada vez mais consciente e exigente.

​O estabelecimento de modelos comerciais mais justos representa um investimento estratégico no futuro do setor, criando alicerces sólidos para inovação, crescimento sustentável e relações comerciais duradouras. À medida que mais empresas adotem voluntariamente essas práticas, será consolidado um novo paradigma de mercado, demonstrando ser possível harmonizar sucesso comercial e econômico com responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Camila Zelezoglo é gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit.

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