Goiás tem capacidade para irrigar 5 milhões de hectares, diz presidente da Faeg

Goiás tem potencial para crescer ainda mais e chegar a 5 milhões de hectares irrigados. A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, que fez a abertura do 2º Seminário de Irrigação de Goiás. Com o tema ‘Irrigação: eficiência e sustentabilidade na agropecuária’, o evento ocorre nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, na sede da Faeg, em Goiânia, e reúne produtores rurais, técnicos, entidades ligadas ao setor, além de sociedade. Diversos assuntos estão sendo debatidos por especialistas do setor. A realização é da Faeg, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae Goiás).
Segundo José Mário Schreiner, o estado já é referência na área de irrigação, como é o caso de Cristalina, mas pode avançar ainda mais, inclusive em regiões como o Vale do Araguaia. “Temos regiões bem desenvolvidas no estado que irrigam de forma sustentável”, afirma. Porém, reforça o presidente, existem desafios a serem vencidos neste segmento, principalmente ligados às questões ambientais, de infraestrutura, como a falta de acesso à energia elétrica nas propriedades rurais. “Com a privatização da Celg, esperamos poder resolver essa situação e colocar a irrigação, efetivamente, no lugar que merece”, destaca.
De acordo a consultora técnica da Faeg, Jordana Sara, Goiás irriga cerca 180 mil hectares, sendo 70% por pivô central. Entre os municípios que mais irrigam estão Cristalina, Paraúna, Campo Alegre, Água Fria, Jussara, Rio Verde, Luziânia, Morrinhos, Cabeceiras, Ipameri e Formosa. Ela explica que a soma destas áreas representa 61% da área irrigada no estado. “A irrigação é responsável pelo aumento da produtividade em até quatro vezes, sem a necessidade de abertura de novas áreas, reduzindo muito a pressão sobre remanescente nativos”, comenta.
Segundo Jordana, áreas irrigadas são verdadeiras caixas d’água, já que possuem sua ‘capacidade de campo’ abastecidas. “É muito comum durante épocas de seca, quando o nível dos cursos d’água naturalmente são mais baixos, devido redução da vazão, isso não ser evidenciado em áreas com barragens e áreas irrigadas, já que durante a seca a grande caixa d’água abastece esses cursos d'água de forma subterrânea”, explica.
Em relação à segurança alimentar, o mundo precisará aumentar 70% sua produção para garantir uma certa segurança alimentar para a população mundial. Isso porque o Brasil é apontado como responsável por 60% deste aumento. “Não existem alternativas para garantir a segurança alimentar que não a utilização de novas tecnologias. Mas a irrigação é a grande esperança e alternativa para garantir a segurança alimentar a população mundial”, pontua a consultora.
“Apostar na irrigação é fundamental para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro”, afirma o pesquisador e supervisor do Núcleo de Articulação Internacional da Embrapa Cerrados, Lineu Rodrigues. Ele ministrou palestra nesta quinta-feira, 31 de agosto, no Seminário. Lineu ressalta que o sistema de irrigação no Brasil ainda é fragilizado. “É importante que os agricultores se mobilizem, se organizem em associações, cooperativas e participem efetivamente dos comitês e conselhos de forma a influenciar nas decisões que interferem no desenvolvimento da irrigação”, diz.
Outro ponto é sobre a importância da informação em relação ao uso da água na agricultura irrigada, e abordando novas metodologias para melhorar a estimativa da quantidade de água utilizada. Para o palestrante, a agricultura irrigada enfrenta atualmente importantes desafios institucionais, políticos e técnicos. “É preciso uma unidade capaz de coordenar o processo de integração entre as instituições governamentais, entre as instituições governamentais e não governamentais. Esse esforço, entretanto, só será possível e efetivo se houver um real envolvimento dos usuários”, observa.
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ECONOMIA
Usinas bioenergéticas realizam encontro estratégico para a safra 2025
CRV Industrial e Rubi S.A. reúnem líderes para desenvolver planejamento.

As usinas bioenergéticas CRV Industrial, com unidades em Carmo do Rio Verde (GO) e Capinópolis (MG), e a Rubi S.A, presente em Rubiataba e Uruaçu (GO), realizaram um encontro estratégico para planejar as ações voltadas à safra 2025. O workshop aconteceu na última semana e reuniu líderes das áreas agrícola, industrial e administrativa das empresas.
Para embasar o planejamento, foi aplicado um questionário que coletou insights e percepções dos gestores sobre diferentes aspectos da empresa. A partir dessa ferramenta, foram estabelecidas diretrizes estratégicas de curto, médio e longo prazo, com metas claras para cada setor.
A missão das usinas – “Produzir açúcar, biocombustíveis e energia a partir de fontes renováveis, com respeito às pessoas e ao meio ambiente” – foi um dos principais temas debatidos no encontro. Os participantes discutiram a importância de alinhar missão, visão e valores às novas demandas do mercado e às projeções futuras do setor. Também foram analisadas tendências de mercado, concorrência e regulamentações que podem impactar o negócio.
E para enriquecer as discussões, os departamentos envolvidos apresentaram cases de sucesso e iniciativas simples, mas eficazes, que podem ser implementadas em todas as unidades, promovendo maior qualidade na execução das atividades, economia de recursos e aprimoramento contínuo dos processos.
Mão de obra
Outro tema central do planejamento foi a gestão de pessoas, com foco na retenção de talentos. Segundo a Superintendente de Gestão Integrada das usinas, Marcilene Cristina, o desafio de encontrar e manter mão de obra qualificada na região tem sido um ponto de atenção.
“Quando planejamos a safra, conseguimos antecipar desafios e gargalos, permitindo que tudo ocorra em conformidade. O principal destaque desse encontro foi a retenção de talentos, considerando a dificuldade que temos enfrentado na contratação de profissionais na nossa região”, destacou Marcilene.
Além da gestão de talentos, o encontro também abordou a necessidade de investimentos em infraestrutura, tecnologia e capital humano para fortalecer o crescimento sustentável das usinas. O planejamento estratégico traçado servirá como um guia para garantir eficiência operacional e competitividade no setor bioenergético.
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