Governo vai mostrar Brasil que reduz emissões na COP26, diz ministro

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A atuação do Brasil na Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Clima, a COP26, será pautada na defesa de que o país trabalha pela sustentabilidade e no combate ao desmatamento ilegal disse hoje (31) o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. O evento, programado para ocorrer em novembro, na Escócia, vai debater, entre outros pontos, os compromissos e metas dos países com a redução da emissão de carbono na atmosfera.

“Devemos apresentar um Brasil que faz a sustentabilidade e que atua realmente combatendo a ilegalidade, um Brasil que reduz as suas emissões”, disse o ministro durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado.

Leite disse que os números iniciais apontam que o desmatamento em agosto deve ter uma redução de 30% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados oficiais devem ser divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), amanhã (1°).

Durante a audiência o ministro falou sobre os compromissos do país com o Acordo de Paris, que estabelece regras para conter o aquecimento global, e voltou a afirmar que a meta do governo é de zerar o desmatamento ilegal até 2030 e de zerar as emissões até 2050. “É uma das metas mais ambiciosos dos países em desenvolvimento”, afirmou.

Mercado de carbono

Leite defendeu ainda a regulamentação de dispositivos do Acordo de Paris que tratam do mercado de carbono. Segundo o ministro, a regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que prevê a monetização dos créditos de carbono, é um dos elementos chaves do debate climático.

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Para o ministro, caso os mecanismos já estivessem regulamentados, seria mais fácil o país mostrar que tem uma indústria, agricultura e produção de energia elétrica sustentáveis.

Ao falar sobre as ações da pasta, Leite disse que o governo trabalha para regulamentar o mercado voltado para remunerar “quem cuida da floresta”. “O ponto mais importante é remunerar quem cuida de floresta”, disse.

Leite disse ainda que o governo tem atuado para reforçar as ações de combate a incêndios e que tem reestruturado os órgãos de controle ambiental. Ele disse que o governo ampliou o orçamento para o combate ao desmatamento em R$ 270 milhões e que, segundo o ministro, serão contratados temporariamente 740 novos agentes de fiscalização ambiental.

Ele destacou que o ministério tem atuado em conjunto com a pasta da Justiça e Segurança Pública em ações de inteligência e que a Força Nacional está atuando em conjunto com as equipes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Força Nacional de Segurança Pública, incêndio no pantanalForça Nacional de Segurança Pública, incêndio no pantanal

Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse, em audiência pública, que o governo tem atuado para reforçar as ações de combate a incêndios   – Força Nacional de Segurança Pública

Críticas

Durante a audiência, os senadores cobraram uma postura mais ativa no governo na defesa do meio ambiente. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse que os órgãos de controle foram desestruturados pelo governo e que a má gestão na área de meio ambiente tem prejudicado a imagem do Brasil no exterior.

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Para a senadora, o país poderia acenar com metas mais ambiciosas e que o governo tem acenado em levar “mesmices” para a conferência. Ainda de acordo com a senadora, a postura do governo tem dificultado o andamento de acordos internacionais, como o que envolve a União Europeia e o Mercosul.

“Não podemos ser tímidos nessa proposta”, disse a senadora. “Não estaremos fazendo algo em desrespeito aos outros países. Cada um faça suas metas, mas o Brasil tem a autonomia de definir as suas e isso não atinge nem traz consequência nenhuma sobre as negociações de lá”.

O presidente do colegiado, Jaques Wagner (PT-BA) disse que a temática ambiental deixou de ser questão de esquerda ou de direita e que merece uma atenção especial do governo e da sociedade.

“Esse tema merece de todos nós o cuidado a busca de um ponto de equilíbrio”, disse. “Estamos nas portas da COP 26 e precisamos recuperar a imagem do Brasil nessa temática”, acrescentou o senador, que falou em superar o debate sobre uma falsa dicotomia entre desenvolvimento e sustentabilidade.

Edição: Fábio Massalli

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POLÍTICA NACIONAL

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

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Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

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Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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