Guerra à dengue

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No primeiro bimestre de 2025, Goiás tem indicadores positivos no enfrentamento da dengue, mas acompanhados da preocupação em ampliar a cobertura vacinal contra a doença.

Ao todo, apenas 338.870 doses foram aplicadas em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em âmbito estadual, levantou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) a pedido da Agência Assembleia de Notícias. O número fica bem aquém do total de 1.113.502 moradores de Goiás que estão nessa faixa etária, segundo Projeções da População-Revisão 2024, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, quase 130 mil das crianças e adolescentes que receberam a primeira dose não retornaram para receber a segunda.

A vacina usada é a Qdenga, oferecida gratuitamente dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS). Com apenas duas aplicações, que devem ser feitas com um intervalo de três meses, ela protege contra a dengue por anos. A vacina pode ser aplicada tanto em quem já foi quanto em quem ainda não foi infectado.

A faixa etária de 6 a 16 anos, contemplada em Goiás com a vacina no setor público, é mais ampla que a nacional, de 10 a 14 anos. Há limitação de idade por haver escassez mundial de vacinas contra a doença, e as faixas etárias priorizadas são as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No ano passado, explica a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, foi percebido que havia muitas doses em estoque e baixa procura e a expectativa do órgão era de usar 100% das doses distribuídas para Goiás. “E a OMS preconiza a utilização dessa vacina inicialmente na faixa etária de 6 a 16 anos, então ampliamos, pactuamos isso junto aos gestores municipais e demos ciência ao Ministério da Saúde de que Goiás faria dessa forma.”

Com vacinas próximas do vencimento, por um breve período de 2024 os imunizantes foram liberados para toda a população de 4 a 59 anos em Goiás (excluindo aqueles de 60 anos ou mais porque a Agência Nacional de Vigilância Santitária (Anvisa) afirma ainda não ser possível comprovar a eficácia da vacina para esse público). Pouco mais de 30 mil pessoas fora da faixa etária 6 a 16 anos foram vacinadas.

Flúvia ressalta, além dessas iniciativas, que Goiás e Bahia foram os primeiros estados a utilizarem a vacina contra a dengue no Brasil.

Em 2025, pode haver nova liberação do imunizante para um público mais amplo em Goiás se liberada a vacina contra a dengue do Instituto Butantan, que poderia alcançar uma produção nacional de 1 milhão de doses este ano.

Na rede privada goiana a vacina é oferecida em farmácias e clínicas por valores, na maioria dos casos, entre R$ 380 e R$ 600. Há, porém, escassez do imunizante em diversos locais.

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Quatro cidades 100%

A despeito da baixa cobertura da vacinação contra a dengue, Goiás retomou, em 2024, o crescimento das coberturas vacinais. Em relação à dengue, o Governo estadual reconheceu os municípios que se destacaram na imunização com o Prêmio Zé Gotinha do Cerrado, concedido a 94 municípios que aplicaram acima de 70% das doses recebidas. Paranaiguara, Davinópolis, Goiandira e Porteirão aplicaram todas as doses destinadas às crianças e aos adolescentes.

Os avanços a comemorar são os de que, nas seis primeiras semanas de 2025, houve queda de 71% nos casos notificados e 81% nos confirmados de dengue em relação ao mesmo período do ano passado, considerado um ano epidêmico da doença. Os indicadores são de um painel administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

A boa notícia se estende ao total de óbitos, que caiu de 58 nas primeiras seis semanas de 2024 para dois no início deste ano, registrados nos municípios de Heitoraí e Mozarlândia. No ano passado inteiro, a doença causou 435 mortes em Goiás.

Nada disso, é claro, deve diminuir os cuidados com a dengue: “A estratégia [de enfrentamento] não muda, porque mesmo diminuindo casos e óbitos, ainda temos pessoas com a doença e morrendo por causa dela”, frisa Flúvia Amorim. “O que a gente espera é manter a intensificação dos trabalhos, principalmente junto aos municípios, com o controle do vetor, visita dos agentes, retirada de lixo, resíduos, mutirões de limpeza, organização da assistência à saúde para que os profissionais saibam como atuar.”

As medidas para que o Aedes aegypti não se prolifere, como eliminar áreas com água parada, manter calhas e ralos limpos e descartar o lixo corretamente, são aliadas da vacinação, podendo proteger, é claro, toda a população.

Essas medidas também servem, como se sabe, para o enfrentamento da chikungunya, da Zika vírus e da febre amarela, que têm o mesmo mosquito como vetor.

Projetos na Alego

Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), quatro projetos dos deputados estaduais buscam contribuir no combate a essas doenças.

Tornado a lei no 23.194, de 6 de janeiro de 2025, projeto de Vivian Naves (PP) institui o “Selo Estadual Goiás sem Dengue”, dado aos municípios que implantarem políticas públicas efetivas de combate e erradicação da dengue. Cabe ao município que aspira ao selo comprovar a realização de iniciativas de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti; índice de infestação predial inferior a 1%; e formas inovadoras de erradicação do mosquito vetor, que tragam benefícios ao aperfeiçoamento dos métodos utilizados.

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As outras três proposições estão em trâmite no Legislativo goiano. Também de Vivian Naves, o projeto de lei ordinária no 2678/24 dispõe sobre a divulgação, nas contas de água, de advertência sobre os riscos de água parada quanto à transmissão de dengue, Zika vírus e chikungunya. Já Dr. George Morais (PDT) propõe, com a matéria no 13.630 estabelecer uma política estadual de combate e prevenção especificamente à dengue, e André do Premium (Avante) almeja, com a propositura no 3462/24, implementar as medidas de prevenção da dengue nas escolas da rede pública goiana.

Há ainda um requerimento de Veter Martins (UB), de no 4302/24, pedindo a inclusão do exame Antígeno NS1 (detecção da infecção aguda pelo vírus da dengue) na tabela de cobertura do Ipasgo Saúde.

Vacina nos municípios

A atuação da SES-GO contra a dengue envolve também distribuir as vacinas pelo Estado. A subsecretária Flúvia Amorim explica que toda essa distribuição é pactuada com os gestores municipais, e que há um ponto em que ela difere de outras Unidades da Federação: “Algo que a gente fez um pouco diferente de outros Estados é que 100% dos municípios receberam doses da vacina. Entendemos que era necessário porque temos dengue em Goiás como um todo. Algum município em algum momento tem mais casos, outro tem menos, mas em algum momento eles viverão um aumento de casos.”

Além dos dois óbitos por dengue confirmados este ano em Goiás, houve óbitos 21 suspeitos, em Mozarlândia, Goiânia, Cachoeira Alta, Ceres, Faina, Goianésia, Goianésia, Iporá, Montes Claros de Goiás, Nova Crixás, Novo Planalto, Santa Helena de Goiás, São Simão e Trindade.

Esses casos mudam algo no planejamento da secretaria? “Temos um plano de contingência todo ano, seguimos e atualizamos esse plano de contingência estadual, daquilo que está sob a governabilidade do Estado”, contextualiza Flúvia Amorim.

A gestora informa que a presença de óbitos e o aumento de casos acima do esperado serve como estabelecimento de prioridade e acompanhamento de municípios pela sala de situação na pasta de saúde. “Todas as quintas-feiras temos a reunião de várias áreas técnicas da Secretaria Estadual, onde monitoramos 246 municípios e elencamos municípios prioritários, com óbito confirmado ou aumento [de casos] acima do esperado.”

Quando um município é definido como prioritário, uma equipe que acompanha de perto e vai até lá para dar o apoio, para tentar organizar a rede de assistência, saúde e intensificar as ações de controle do vetor.

Leia mais na página do Governo de Goiás sobre o combate ao Aedes aegypti.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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