Impactos do La Niña na Produção de Pecan: Riscos e Estratégias de Irrigação

Publicados

A presença do fenômeno climático La Niña pode impactar significativamente a produção de pecan, especialmente nos pomares do Rio Grande do Sul, provocando perdas severas tanto na produtividade quanto na qualidade das nozes. Diante desse cenário, o manejo adequado da irrigação torna-se essencial, considerando a profundidade de penetração da água no solo e as perdas hídricas resultantes da textura do solo, fatores que determinam a frequência e o volume ideais de irrigação.

De acordo com Júlio César Medeiros, coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), a falta de água em momentos críticos pode comprometer drasticamente a produtividade, podendo levar a perdas próximas a 100%, além de afetar a qualidade final do produto. “Embora o volume anual de chuvas no Sul do Brasil possa ultrapassar 1.800 milímetros, essa quantidade não é suficiente para suprir as necessidades da planta durante seus períodos mais exigentes. Para garantir a viabilidade econômica de um pomar, é fundamental que ele conte com um sistema de irrigação adequado, planejado de acordo com as condições específicas de solo e clima da região”, explica Medeiros.

Leia Também:  Safra de Café 2025/26: Impactos da Seca e Perspectivas para o Mercado
Fases críticas da nogueira-pecan e a importância da irrigação

Os impactos mais severos da deficiência hídrica ocorrem em momentos específicos do ciclo anual da nogueira, sendo fundamental garantir níveis adequados de umidade durante as fases de maior demanda de água. Segundo Medeiros, entre os períodos mais críticos estão:

  • Crescimento das folhas – Necessita de umidade constante, com demanda hídrica até superior à da fase de floração.
  • Desenvolvimento e enchimento das nozes – Umidade insuficiente pode comprometer diretamente o tamanho e a qualidade do fruto.
  • Pré-colheita – A falta de água no solo pode resultar na aderência da cápsula à amêndoa, desvalorizando o produto final.
Dimensionamento correto da irrigação para mitigar perdas

Na implantação de um sistema de irrigação, seja por gotejamento ou aspersão, é imprescindível que seu dimensionamento leve em conta as maiores necessidades hídricas do pomar durante os períodos mais quentes do verão. Esse planejamento é essencial, pois a estação coincide com os momentos de maior demanda da planta e com o aumento das perdas por evapotranspiração—isto é, a soma da evaporação da água do solo e da transpiração das plantas.

Leia Também:  Feiras do agronegócio em 2025: oportunidades para inovação e crescimento do setor

Com um manejo eficiente da irrigação, é possível minimizar os impactos do La Niña, garantindo maior resiliência da produção e a sustentabilidade econômica dos pomares de pecan no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Agronegócio

Estratégias para a Aquisição de Insumos em 2025: Como o Produtor Rural Deve se Preparar

Publicados

em

A safra de 2025 apresenta desafios e oportunidades para os produtores rurais brasileiros. Questões geopolíticas continuam a exigir atenção, especialmente os conflitos em regiões produtoras de fertilizantes, que podem impactar a oferta global desses insumos. Além disso, os entraves logísticos enfrentados em 2024 ainda podem refletir no transporte e distribuição de produtos. Entretanto, essas adversidades também representam uma oportunidade para os produtores brasileiros consolidarem sua posição no mercado internacional.

Investimentos em estratégias como o uso eficiente de insumos, a adoção de tecnologias agrícolas inovadoras e a diversificação de fornecedores são fundamentais para reduzir a dependência externa e aumentar a competitividade do agronegócio nacional. Para isso, a preparação financeira, logística e tecnológica do produtor rural será essencial para garantir boas margens de lucro e assegurar a aquisição de insumos no momento adequado. O planejamento antecipado e o monitoramento de variáveis como câmbio, taxa de juros e preços das commodities serão determinantes para maximizar os resultados na próxima safra.

Planejamento: A Chave para o Sucesso

Segundo Guilherme Pereira, Head de Planejamento Estratégico da Orbia, a maior plataforma digital integrada do agronegócio na América Latina, um planejamento eficiente começa com uma análise detalhada dos custos envolvidos na formação da lavoura. “Com um cultivo bem planejado, o produtor pode identificar o momento mais adequado para a compra de insumos, aproveitando janelas de oportunidade em que a relação de troca seja mais favorável”, explica.

Essa estratégia é exemplificada pelo comportamento do mercado em outubro de 2024, quando a relação de troca de uma tonelada de cloreto de potássio (KCL) foi de 53,9 sacas de milho, um patamar significativamente inferior às 66,99 sacas registradas em abril do mesmo ano, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

Leia Também:  Produção Pecuária do Brasil Cresce 4,5% e Bate Recorde de R$ 112,3 Bilhões em 2023

Outro fator determinante é a taxa de câmbio, dado que grande parte dos insumos tem preços atrelados ao dólar. “Com a moeda americana oscilando próxima a R$ 6,00, o planejamento torna-se ainda mais crucial para definir se é vantajoso antecipar compras ou travar preços”, alerta Pereira.

Condições de Financiamento

As opções de financiamento desempenham um papel fundamental na estratégia de aquisição de insumos. No Brasil, os produtores rurais podem recorrer ao crédito público ou privado. O crédito público, por exemplo, pode oferecer vantagens ao permitir negociações à vista com as indústrias. “Uma alternativa amplamente utilizada é a modalidade de barter, na qual o produtor troca parte da produção por insumos, garantindo previsibilidade e segurança”, destaca Robson Rizzon, CCO da Orbia.

Contudo, antes de assumir compromissos financeiros, é imprescindível avaliar aspectos como taxas de juros, prazos, tipo de financiamento (custeio ou investimento) e impacto no retorno esperado. “O planejamento adequado assegura que o retorno sobre o investimento seja positivo, garantindo a sustentabilidade da atividade”, reforça o especialista.

Logística e Previsibilidade

Apesar dos desafios logísticos enfrentados pelo Brasil, decorrentes das grandes distâncias entre os centros produtores e os terminais portuários, não há indícios de desabastecimento para a safra 2025/26. No entanto, a predominância do modal rodoviário exige monitoramento contínuo.

Indústrias, distribuidores e fornecedores têm se organizado com base no crescimento das principais culturas, como soja, milho, arroz e café, para garantir o atendimento à demanda. “A previsibilidade da intenção de plantio é essencial para alinhar a oferta de insumos às necessidades do campo”, ressalta Rizzon.

Leia Também:  Feagro-MT e SMEA firmam acordo para fortalecer o agronegócio brasileiro
Tecnologia e Tendências Sustentáveis

O uso de tecnologias e insumos sustentáveis tem crescido de forma expressiva no Brasil e deve continuar impulsionando o setor agropecuário. Na safra 2023/24, os investimentos em produtos biológicos atingiram R$ 5 bilhões, representando um crescimento de 15% em relação ao ciclo anterior. “Os insumos tradicionais ainda dominam o mercado, mas um estudo da McKinsey revelou que 70% dos produtores esperam manter ou aumentar os gastos com produtos biológicos, evidenciando um avanço significativo dessa tendência”, observa Pereira.

A digitalização também tem desempenhado um papel relevante, facilitando o acesso a insumos e proporcionando maior segurança no crédito rural. “Marketplaces e plataformas digitais agilizam negociações e aumentam a eficiência do planejamento estratégico no campo”, acrescenta o especialista. Essas ferramentas possibilitam maior precisão na aquisição de insumos, contribuindo para a otimização dos recursos.

Diversificação e Resiliência

A diversificação de culturas segue como uma estratégia eficaz para mitigar riscos climáticos e financeiros. “A monocultura não é sustentável a longo prazo. O produtor que adota diferentes culturas e atividades consegue garantir maior resiliência e rentabilidade”, conclui Rizzon.

Diante de um cenário de custos elevados e margens pressionadas, o planejamento de médio e longo prazo torna-se imprescindível. A safra de 2025 representa uma oportunidade para consolidar boas práticas e fortalecer a competitividade da agricultura brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

VALE SÃO PATRÍCIO

PLANTÃO POLICIAL

ACIDENTE

POLÍTICA

MAIS LIDAS DA SEMANA