Saúde
Julho Amarelo: alerta sobre a importância da prevenção, conscientização e diagnóstico precoce das hepatites virais
Ceap-Sol realiza ações focadas em prevenção e oferece, via Complexo Regulador Estadual (CRE), o tratamento para pessoas com infecção por hepatites A, B e C.

A campanha Julho Amarelo tem como foco alertar a população e as autoridades da área da saúde para a necessidade de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. A doença, na maioria das vezes, tem como causa os vírus A, B e C e é muitas vezes silenciosa, já que nem sempre apresenta sintomas. Apesar disso, as hepatites virais podem apresentar sinais como cansaço, febre, mal-estar, enjoo, vômitos, olhos amarelados, fezes claras, urina escura, dores abdominais e tonturas.
Neste mês de julho, a campanha chama a atenção para a importância da imunização contra a hepatite A e B. As vacinas são disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e são altamente eficazes. Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura. Os medicamentos disponibilizados no SUS possibilitam a cura em mais de 95% dos casos e estão disponíveis para qualquer pessoa com a infecção pelo vírus.
As pessoas expostas a situações de risco, como relações sexuais desprotegidas, devem realizar a testagem em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Atendimento especial na área
No Ceap-Sol – Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), gerida pelo ISG-Instituto Sócrates Guanaes, uma equipe multidisciplinar oferece atendimento aos pacientes, encaminhados via regulação, que tenham hepatites causadas por vírus. Neste julho Amarelo, o hospital está inserido na campanha com ações de alerta para a importância da prevenção e tratamento adequado da doença.
A médica infectologista e Diretora Técnica do Ceap-Sol, Thais Safatle, explica que muitas pessoas com hepatite viral não sentem nada e podem ter o agravamento da doença, incluindo comprometimento do fígado. Em muitos casos pode ocorrer o desenvolvimento de câncer e até mesmo a necessidade de transplante deste órgão.
“É importante lembrar que a prevenção segue sendo a melhor aliada contra as hepatites virais. De forma contínua, orientamos dentro do Ceap-Sol os pacientes e profissionais acerca dos riscos destas doenças e sobre a importância da imunização. Além disso, assim como outras doenças infecciosas, as hepatites virais podem ser ocasionadas por relações sexuais desprotegidas. E, nos casos da hepatite B e C, existem estudos que indicam que elas impactam pacientes com HIV ou AIDS, aumentando as chances de desenvolvimento da forma crônica da doença”, alerta a médica.
Iniciativa para redução dos índices de transmissão vertical
A transmissão de hepatites virais e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também pode ocorrer de forma vertical (de mãe para filho) durante a gestão, parto ou amamentação. Desta forma, a infectologista Thais Safatle reforça a importância do pré-natal para que todas as medidas de prevenção sejam realizadas e evite a transmissão de infecções da mãe para o bebê.
E, visando garantir um atendimento integral para as mães com hepatites virais e outras ISTs e assegurar a segurança das crianças, o Ceap-Sol estruturou uma parceria com o Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), para realização de campanhas de arrecadação de fórmulas lácteas. Esses insumos são doados às mães que estão impossibilitadas de amamentarem devido ao risco de transmissão de infecções para seus filhos.
Número de casos
No Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022, de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos de hepatites virais no Brasil. Sendo, 168.175 (23,4%) casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) de hepatite B, 279.872 (38,9%) de hepatite C e 4.259 (0,6%) de hepatite D. Em Goiás, segundo a SES, em 2020 e 2021 foram confirmados 1.365 casos de hepatite B e 717 de hepatite C. Agora em 2023, até o mês de junho, foram 225 casos confirmados de hepatite B e 182 da hepatite C.
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SAÚDE
Dia Mundial do Rim: cuidado com a saúde renal deve começar na infância
Somente em 2024, o maior hospital pediátrico do país realizou mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes.

A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões de pessoas no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil pessoas dependem de terapia renal substitutiva, conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, no Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância dos cuidados com a saúde renal desde a infância.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitas pessoas pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas eles também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo. Por isso é tão importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar de problemas renais?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, também é importante estar atento para:
- alteração na pressão arterial;
- anemia que não melhora com reposição de ferro;
- alterações ou fraqueza óssea;
- cansaço excessivo;
- inchaço nos pés e no rosto;
- histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Cor da urina como alerta para a saúde
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Saiba o que cada cor da urina pode indicar
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