Mapa vai lançar medida para recuperação de lavouras afetadas por incêndios
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que pretende concluir ainda nesta semana a criação de uma medida para auxiliar na recuperação de lavouras afetadas por incêndios em diversas regiões do país. A iniciativa envolve o remanejamento de valores entre programas do Plano Safra 2024/25 para reforçar uma linha de crédito já existente destinada à restauração de áreas produtivas.
Produtores rurais que tiveram suas lavouras e pastagens degradadas pelos recentes incêndios poderão acessar recursos por meio do programa Renovagro. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a medida é um alívio para os produtores que estão sofrendo com os incêndios, muitos deles de origem criminosa, que têm destruído solos e equipamentos.
Os recursos do Renovagro permitirão que os produtores captem até R$ 5 milhões por ano, com dois anos de carência e dez anos para pagamento, a uma taxa de juros de 7% ao ano. O objetivo é possibilitar a recuperação do solo e a retomada da produção agrícola. Até o momento, dos R$ 7,6 bilhões destinados ao Renovagro no Plano Safra, apenas R$ 1,2 bilhão foram utilizados.
Para acessar os recursos, os produtores afetados deverão apresentar imagens da área atingida pelo fogo, além de imagens de satélite do antes e depois do local. Também será necessário um termo circunstanciado que isente o produtor de responsabilidade por crime ambiental.
Os recursos serão destinados não apenas para a recuperação de canaviais, mas também para áreas frutíferas, de pastagens, café e seringueiras. O secretário-adjunto de Políticas Agrícolas, Wilson Vaz, destacou a rapidez na aprovação da linha de crédito devido à existência prévia de uma linha focada na recuperação de áreas degradadas dentro do Plano Safra. A linha de crédito não reembolsa máquinas, mas permite o financiamento da recuperação de áreas degradadas, seja de pastagem ou lavoura.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Rastreabilidade deve impulsionar acesso a mercados internacionais
O Brasil deu um passo importante rumo ao fortalecimento da rastreabilidade na pecuária com o lançamento, no início desta semana, do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB). Apresentado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o plano visa aprimorar a qualificação da rastreabilidade dos animais, com o objetivo de garantir maior controle sanitário e melhorar o acesso do Brasil aos mercados internacionais.
O PNIB irá estabelecer um sistema de identificação individual para cada bovino e búfalo, permitindo o acompanhamento de sua trajetória, saúde e localização ao longo de sua vida. Segundo o Governo Federal, essa medida será crucial para fortalecer os programas de saúde animal, melhorar a resposta a surtos sanitários e garantir o cumprimento das exigências sanitárias de países que importam produtos do Brasil.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS), que participaram ativamente da elaboração do plano, destacaram a importância da iniciativa para o setor. José Mário Schreiner, vice-presidente da CNA, ressaltou que o PNIB vai contribuir para o controle sanitário do rebanho brasileiro, sem ser um programa impositivo. “A adesão ao plano será voluntária, e é importante que o produtor, a indústria e o país se beneficiem dessa ação, que foi construída com a participação do setor”, disse.
Ana Doralina Menezes, presidente da MBPS, também comemorou a conquista, destacando que a rastreabilidade era um objetivo emergente. “Com a consolidação deste plano, conseguimos avançar na criação de uma pecuária mais sustentável e competitiva, atendendo às exigências do mercado e da sociedade”, afirmou. Ela reforçou que a rastreabilidade individual é uma das ferramentas essenciais para valorizar a pecuária sustentável e fortalecer a competitividade do setor.
A implementação do PNIB será gradual e deverá ocorrer até 2032. A primeira fase, entre 2024 e 2026, será dedicada à construção da base de dados nacional, enquanto entre 2027 e 2029, terá início a identificação individual dos animais. A meta é que, até 2032, todos os bovinos e búfalos do Brasil sejam identificados de forma unificada e integrada.
O plano será estruturado em seis pilares sanitários que garantirão a eficácia do sistema. Entre os principais, destaca-se a universalização da numeração 076 (ISO Brasil – PGA), que será gerenciada pelo MAPA, e a obrigatoriedade de uso da numeração oficial em todos os protocolos, públicos ou privados. Também será promovida a integração da Guia de Trânsito Animal (GTA) e a identificação do animal antes de sua primeira movimentação.
A ação ainda prevê a definição de regras claras para a reintegração de produtores não conformes na cadeia de fornecimento, visando garantir que todos os participantes do setor sigam os padrões estabelecidos para garantir a rastreabilidade e a sanidade do rebanho.
A implementação desse plano é vista como uma ação estratégica para o setor pecuário, que busca cada vez mais atender às exigências internacionais e se consolidar como fornecedor confiável de carne de qualidade. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) também se manifestou positivamente sobre o lançamento, reconhecendo o impacto positivo que a rastreabilidade individual trará para o acesso aos mercados externos.
Com o fortalecimento da rastreabilidade, o Brasil estará ainda mais preparado para garantir que sua produção de carne esteja em conformidade com as exigências sanitárias de mercados como a União Europeia, os Estados Unidos e outros grandes importadores. Isso pode abrir portas para novas oportunidades de exportação, além de contribuir para a sustentabilidade do setor.
Apesar dos avanços, a implementação de um sistema de rastreabilidade individual para todo o rebanho bovino e bufalino brasileiro apresenta desafios, principalmente para os pequenos e médios produtores, que terão que adaptar suas propriedades e processos. No entanto, o fato de a adesão ser voluntária permite que os produtores possam se preparar e se adaptar de forma gradual, garantindo que o sistema se expanda de maneira inclusiva e sem imposições abruptas.
Além disso, a integração com a Guia de Trânsito Animal e a base de dados unificada representam uma oportunidade de modernização e de maior transparência para o setor. A rastreabilidade não só reforça o controle sanitário, mas também contribui para a valorização da pecuária sustentável, um ponto cada vez mais relevante para consumidores e mercados internacionais.
Com a implementação desse plano, o Brasil dá mais um passo rumo à inovação e à sustentabilidade, mantendo-se firme como líder na produção de carne de alta qualidade, com compromisso com a saúde do rebanho e o meio ambiente.
Fonte: Pensar Agro
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