Marfrig Registra Lucro de R$ 2,8 Bilhões em 2024 e Reduz Alavancagem pelo Sétimo Trimestre Consecutivo

A Marfrig (B3:MRFG3 e ADR Nível 1: MRRTY), uma das principais produtoras globais de proteína animal e líder mundial na fabricação de hambúrgueres, divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano de 2024. O balanço consolidado inclui informações contábeis e financeiras das operações na América do Sul, da National Beef na América do Norte e da BRF. Os números reforçam o sucesso da estratégia de diversificação geográfica e de portfólio, além do foco na eficiência operacional e na oferta de produtos de alto valor agregado.
No acumulado de 2024, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2023. A receita líquida consolidada atingiu R$ 144,2 bilhões, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. O EBITDA ajustado consolidado somou R$ 13,6 bilhões, alta de 59,5%, com margem de 9,5%.
No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 2,57 bilhões, um aumento expressivo de 2.172% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse resultado reflete o aumento da eficiência operacional e os ganhos de capital com a venda de ativos na América do Sul. A receita líquida trimestral cresceu 22,1%, totalizando R$ 41,3 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado alcançou R$ 3,7 bilhões, um crescimento de 37,1% na mesma comparação. A margem EBITDA ajustada ficou em 9,1%. O fluxo de caixa operacional foi positivo em R$ 4,37 bilhões, e o fluxo de caixa livre somou R$ 1,59 bilhão.
A proteína bovina representou 58% da receita líquida consolidada entre outubro e dezembro, englobando as operações da Marfrig na América do Sul e da National Beef na América do Norte. Os demais 42% foram provenientes da venda de produtos de proteína de aves e suínos, segmentos nos quais a BRF se destaca globalmente. No trimestre, a BRF registrou receita líquida de R$ 17,46 bilhões, com EBITDA ajustado de R$ 2,8 bilhões, um aumento superior a 50%, e margem de 16%.
A disciplina financeira da Marfrig também avançou significativamente. A alavancagem consolidada, medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado, foi reduzida para 2,8 vezes em reais no fim de dezembro, ante 3,0 vezes no terceiro trimestre. Essa foi a sétima queda trimestral consecutiva. Em dólares, a alavancagem caiu para 2,47x, contra 3,87x no quarto trimestre de 2023.
A empresa concluiu, em 28 de outubro, a venda de 13 ativos no Brasil, Argentina e Chile, gerando R$ 5,7 bilhões. Somados aos R$ 1,5 bilhão recebidos no fechamento do contrato, o montante totalizou mais de R$ 7,2 bilhões, recursos direcionados à redução da alavancagem e ao pagamento de dívidas, que somaram quase R$ 5 bilhões.
Os resultados positivos refletiram em ganhos para os investidores. Em dezembro, a Marfrig distribuiu R$ 2,5 bilhões em dividendos e R$ 1,1 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas da BRF. As ações da empresa figuraram entre as de melhor desempenho no Ibovespa em 2024.
Operação na América do Sul Registra Recorde de Vendas e Abates
A região da América do Sul foi fundamental para os bons resultados do trimestre e do ano. Entre outubro e dezembro, a receita líquida da operação na região cresceu 18,9%, alcançando R$ 5,1 bilhões. O EBITDA ajustado foi de R$ 660 milhões, alta de 25,1%, com margem de 12,8%. No acumulado do ano, o EBITDA da unidade somou R$ 1,8 bilhão, crescimento de 12,3%, com margem de 11,2%.
Apesar da alienação de plantas no Brasil e na Argentina, o volume de vendas subiu 25,1%, atingindo 241 mil toneladas, impulsionado pelo aumento na capacidade de abate e pela otimização dos complexos industriais. As exportações responderam por 51% das receitas da unidade, com China e Hong Kong como principais destinos (52%).
A empresa também conquistou 35 novas habilitações para exportação na América do Sul, incluindo autorizações para os Estados Unidos, China e Israel.
Operação na América do Norte Supera o Desempenho do Setor
A operação da Marfrig na América do Norte manteve um desempenho superior ao da indústria, sustentado por parcerias estratégicas para fornecimento de matéria-prima e oferta de produtos de maior valor agregado. A receita líquida anual alcançou US$ 12,37 bilhões, um aumento de 3,5%, com volume de vendas de 1,98 milhão de toneladas, ligeira alta de 0,1%. A margem EBITDA ajustada foi de 11%.
No quarto trimestre, a unidade reportou receita de US$ 3,19 bilhões, crescimento de 4,8%, impulsionado pelo aumento de 0,8% no volume de vendas e pelo incremento de 3,97% no preço médio. A margem EBITDA ajustada foi de 1,9%.
Empresa atinge nota máxima no CDP e amplia monitoramento de fornecedores
A Marfrig reafirmou sua posição de liderança no setor ao ser reconhecida nos principais rankings de sustentabilidade ligados à agenda ESG. A companhia foi a mais bem avaliada de seu segmento na FAIRR Initiative, uma rede global sediada em Londres que analisa riscos e oportunidades ESG no setor de proteína animal e laticínios. Além disso, pela primeira vez, a empresa alcançou a nota máxima (A) em todas as categorias da lista de transparência ambiental do CDP (Carbon Disclosure Project): Mudanças Climáticas, Segurança Hídrica e Florestas.
Ao longo de 2024, a Marfrig avançou em sua meta de rastrear 100% da cadeia de fornecimento em todos os biomas brasileiros até o final de 2025. Até dezembro, além de monitorar todos os fornecedores diretos via satélite, a companhia conseguiu rastrear 88,8% dos fornecedores indiretos na Amazônia e 79,6% no Cerrado, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e a transparência na origem de seus produtos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
O agro é uma benção

Por José Nascimento*

Imagem: assessoria
Acabei de assistir na TV e ler nos sites a seguinte notícia, tendo como fonte a Conab: “A safra de grãos do Brasil no ciclo 2024/2025 deve ser recorde, com 325,7 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este é um aumento de 9,4% em relação à temporada anterior”.
Eu sou apaixonado pelos temas da agricultura. Nasci na roça e vivi em meio a plantações de milho, soja e ainda pomares de pêssego, ameixa e maçã no Sul do Paraná, sem contar da criação de gado (levei muito ‘corridão’ de boi bravo). Eu estava arrancando feijão quando fui me inscrever no vestibular.
Como estagiário de jornalismo, na década de 1990, minha primeira matéria foi sobre o agro, quando o segmento ainda não tinha essa designação. Mais tarde, pelo CBN Campo e Globo Rural, foi marcante contar a história das 100 milhões de toneladas colhidas; um recorde, lá na década de 90. Hoje, 30 anos depois, quando o Brasil prevê 325 milhões de toneladas para 2025, 9,47% a mais do que em 2024, observo feliz o crescimento e protagonismo do setor na economia brasileira.
Mas o que fazer para continuar nesse ritmo de crescimento?
As lideranças do agronegócio descobriram há muito tempo que o segredo é cooperativismo, inovação e tecnologia e muito, muito trabalho. Aliás, essa energia os nossos agricultores têm de sobra.
Agora, olhando, especialmente para os produtores rurais, daqui pra frente eles precisam ter atenção redobrada em alguns temas, como: questões climáticas, uso de novas tecnologias, busca de maior produtividade, redução de custos de produção, diversificação e otimização dos recursos da empresa rural. A agricultura de precisão, com os drones indo para a roça, georreferenciamento, modernos equipamentos na atividade rural e até a inteligência artificial como aliada, são essenciais para estes novos tempos, onde nossa agricultura é modelo para o mundo.
Bom que isso já vem se tornando realidade na roça e nos noticiários do setor, que ainda costumo assistir. Os mais observadores já perceberam que até “dress code” do agricultor mudou. Basta espiar que no Globo Rural, por exemplo, é cada vez menos bota furada, calça rasgada (só se for estilo) e camisa desbotada. O Agro Pop só se for de chapéu de grife e camisa de jacaré, entre outras. Nascimento – isso é uma crítica? De maneira nenhuma, é uma constatação louvável e positiva. Se o dono do campo faz gestão da lavoura do seu apartamento com ar condicionado ou de um confortável escritório numa cidade grande, o agricultor menor ou trabalhador rural hoje tem todo o conforto em sua residência. Aliás, até mesmo o perfil deste profissional mudou muito nos últimos anos, quando saiu de um universo de analfabeto, para entrar no grupo dos talentos da modernidade, pois tudo é high tech na roça moderna.
Se de um lado, da inovação e tecnologia, vamos muito bem obrigado, os líderes rurais precisam também, cada vez mais, ficar atentos para os pilares da boa gestão. Como está o acompanhamento dos custos, a visão empresarial da propriedade, o planejamento estratégico (de curto, médio e longo prazo), a gestão de pessoas, o diálogo com os clientes e fornecedores? Outro assunto que precisa estar na prancheta é a sucessão familiar. Primeiramente, trabalhar para convencer os mais jovens que o campo é sim um negócio promissor e que dos bancos das faculdades podem vir boas soluções que, com a experiência das primeiras gerações, pode gerar ótimos frutos. Hoje em dia, já temos bons exemplos da união de esforços, sem contar que a roça está bem hi-tech. Falta de recursos e precariedade, só nas histórias dos mais antigos.
Falando em liderança, no meu último livro escrevo sobre as características do que chamo de LÍDER 7.0, que faço questão de abrir para vocês. Nos parágrafos anteriores tratei das competências e meios técnicos e agora, das competências emocionais necessárias para o exercício de uma liderança atual e de resultados, super conectada com as “soft skills”. Quem é este LÍDER 7.0:
- Líder Ético, Justo e que tem Propósito;
- Líder Humilde, Aprendiz e Servidor;
- Líder Estratégico, tem autoridade e é de Resultados;
- Líder Construtor e Ambidestro;
- Líder Criativo, Inovador e Motivador;
- Líder Verdadeiro, Paciente e Criador de Talentos;
- Promotor do ESG, da Liderança e da Felicidade.
Dizem que o ano novo começa no Brasil depois do Carnaval, então feliz ano novo com esta informação supersafra e boa tendência no mercado internacional.
*José Nascimento é apaixonado pela roça. Também é professor de pós-graduação, jornalista, consultor, palestrante e escritor.
Contato para palestras e treinamentos – 41 992701011
Fonte: Pensar Agro
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