Novas regras do MEI impactam agricultores e produtores rurais

O regime do Microempreendedor Individual (MEI) passou por mudanças importantes agora em 2025, afetando diretamente agricultores familiares, pequenos produtores rurais e outros empreendedores ligados ao agronegócio.
Entre as principais novidades estão o aumento do limite de faturamento, o reajuste das contribuições mensais e a obrigatoriedade de emissão de notas fiscais eletrônicas, mudanças que exigirão adaptação por parte do setor.
A elevação do teto de faturamento anual de R$ 81 mil para R$ 130 mil é especialmente relevante para o produtor rural. A nova regra permitirá que pequenos agricultores expandam suas operações, comercializem mais produtos e se formalizem sem a necessidade de migrar para regimes tributários mais complexos, como o de Microempresa (ME). O novo limite representa um faturamento médio mensal de R$ 10.830, mais adequado à realidade econômica de quem lida com sazonalidade e picos de produção.
Com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, a contribuição mensal também foi ajustada. Os agricultores que optam pelo MEI pagarão R$ 76,90 no caso de atividades de comércio e indústria, R$ 80,90 para prestação de serviços, e R$ 81,90 para atividades mistas. Para caminhoneiros que transportam produtos agrícolas, o valor será de 12% do salário mínimo, totalizando R$ 182,16.
A obrigatoriedade da emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e), válida a partir de 1º de abril, será outro ponto de atenção para os produtores rurais. A emissão exigirá a inclusão do Código de Regime Tributário (CRT) específico para o MEI, marcando um passo importante na formalização das atividades agrícolas.
Essa mudança permitirá maior controle fiscal e transparência nas transações, beneficiando tanto produtores quanto compradores, mas também demandará ajustes técnicos, como o uso de sistemas eletrônicos para emissão.
Outro destaque é a necessidade de regularidade fiscal para evitar problemas como multas ou exclusão do regime. A atualização do Guia DAS, a Declaração Anual e o acompanhamento do faturamento são essenciais, especialmente para quem deseja garantir acesso a crédito rural, benefícios previdenciários e outras vantagens proporcionadas pela formalização.
Essas mudanças representam um desafio para o pequeno produtor rural, mas também trazem oportunidades. O aumento do limite de faturamento permitirá maior comercialização de produtos em feiras, cooperativas e mercados locais, enquanto a formalização reforça a posição do agricultor no mercado. O produtor que se adequar às novas regras poderá ampliar sua atuação de forma sustentável e competitiva, consolidando sua importância no agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro


Agronegócio
Impacto das Tarifas da União Europeia sobre Grãos dos EUA Pode Afetar Setor Pecuário, Afirma FEFAC

As tarifas impostas pela União Europeia sobre grãos dos Estados Unidos, como parte de uma resposta ao aumento das taxas de importação sobre aço e alumínio decidido pelo governo de Washington, podem afetar significativamente o setor pecuário europeu, especialmente os produtores dependentes de importações para a fabricação de ração animal. A advertência foi feita na quarta-feira pela FEFAC, a associação que representa a indústria de fabricação de rações para gado.
A União Europeia mantém um superávit comercial com os Estados Unidos no setor agrícola, uma questão frequentemente abordada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Apesar disso, os Estados Unidos são o maior fornecedor de soja da UE e um importante exportador de milho.
A Comissão Europeia já havia anunciado planos para impor tarifas adicionais sobre até 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) em importações dos Estados Unidos. Essas novas tarifas, que devem entrar em vigor a partir de 1º de abril, reintroduzirão taxas sobre produtos como o milho, que haviam sido suspensas após uma disputa comercial durante o primeiro mandato de Trump. Além disso, uma nova série de tarifas será aplicada a partir de 13 de abril, incluindo sobre a soja.
Pedro Cordero, presidente da FEFAC, afirmou que essas tarifas “prejudicariam negativamente a resiliência e a competitividade dos sistemas de produção pecuária da União Europeia” em um comunicado. A FEFAC sugeriu que os grãos importados para ração poderiam ser uma base para um possível acordo entre a UE e os EUA, com o objetivo de evitar a imposição dessas tarifas.
Devido à grande dependência de commodities externas, a União Europeia poderia aumentar suas importações de grãos dos Estados Unidos, passando dos atuais 4 bilhões de euros para 8 bilhões de euros. Esse aumento ajudaria a reduzir o atual déficit comercial agrícola dos Estados Unidos com a União Europeia, destacou Cordero.
A tarifa suspensa sobre o milho dos EUA, que é de 25%, pode fazer com que o milho norte-americano deixe de ser competitivo nos principais mercados europeus, como a Espanha. Como reflexo desse cenário, os contratos futuros de milho e soja na Bolsa de Chicago sofreram quedas na quarta-feira, com os traders expressando preocupação de que as políticas tarifárias de Trump possam prejudicar as exportações agrícolas dos EUA.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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