PEC propõe votar regra de ouro junto com Orçamento

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) que parcela os precatórios (dívidas do governo com sentença definitiva da Justiça) incluiu um dispositivo que altera a regra de ouro, confirmou hoje (10) à noite o Tesouro Nacional. O governo quer que o Congresso passe a autorizar o descumprimento da regra junto com a votação do Orçamento do ano seguinte.

Instituída pelo Artigo 167 da Constituição, a regra de ouro estabelece que o governo só pode emitir dívida pública para rolar (renovar) a própria dívida ou para cobrir despesas de capital, como investimentos em obras públicas e amortizações. Para cobrir gastos correntes, como os citados anteriormente, o governo precisa pedir autorização do Congresso, por meio de um crédito suplementar ou especial no Orçamento, que requer maioria absoluta para a aprovação.

Desde 2018, o governo tem estourado a regra de ouro e pedido, todos os anos, autorização ao Congresso para financiar gastos correntes com dívida pública. Para este ano, a insuficiência está estimada em R$ 144,03 bilhões. O valor original beirava os R$ 400 bilhões, mas foi reduzido com a emissão de títulos para compor o colchão da dívida pública (reserva financeira para momentos de turbulência) e pela devolução do superávit de fundos públicos determinada pela reforma do pacto federativo.

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Com a proposta, a autorização do Poder Legislativo seria votada durante a tramitação do projeto de lei do Orçamento do ano seguinte. Em nota, o Tesouro argumentou que a proposta antecipa a análise do pedido de crédito suplementar e traz mais agilidade na gestão das contas públicas. Isso porque a emissão de títulos públicos tem financiado, nos últimos anos, gastos com os salários do funcionalismo público, o pagamento de aposentadorias da Previdência Social e dos benefícios do Bolsa Família, entre outras despesas.

“A PEC visa aprimorar e agilizar o procedimento atual, que provoca morosidade ao estabelecer a necessidade de submeter a aprovação posterior pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos votos, de crédito adicional para despesas que já haviam sido aprovadas anteriormente pelos congressistas, durante a tramitação do projeto de lei orçamentária”, explicou o Tesouro em comunicado, emitido após críticas de economistas de que a proposta retiraria uma das âncoras fiscais da legislação.

Segundo o órgão, com a sanção do Orçamento de 2021 apenas no fim de abril, o governo só conseguiu enviar o projeto de lei com o pedido de crédito para a regra de ouro quase no fim do primeiro quadrimestre. “A situação colocou em risco diversas despesas que dependiam da aprovação desses créditos, como folha de pessoal”, justificou o Tesouro.

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Caso a insuficiência da regra de ouro seja superior ao valor autorizado pela lei orçamentária anual, a PEC, informou o Tesouro, mantém o procedimento original. Nesses casos, fica mantida a prerrogativa de o Poder Executivo enviar pedidos de créditos suplementares ou especiais, que continuariam exigindo maioria absoluta do Congresso para a aprovação.

Edição: Fábio Massalli

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POLÍTICA NACIONAL

Zequinha Marinho defende exploração de petróleo na Margem Equatorial

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O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), em pronunciamento na quarta-feira (12), defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Brasil e destacou o benefício econômico para os estados do Amapá, Pará e Maranhão.

Zequinha criticou declarações do Ministério do Meio Ambiente sobre a decisão ser baseada apenas em critérios técnicos e afirmou que a região precisa aproveitar seus recursos naturais para melhorar suas condições socioeconômicas.

O parlamentar comparou os benefícios dos royalties do petróleo recebidos por municípios como Maricá (RJ) com a situação do Amapá, que possui um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E citou dados do IBGE e dos Índices de Progresso Social (IPS) para mostrar a desigualdade entre as regiões, argumentando que a exploração petrolífera poderia reduzir a pobreza na Amazônia. Segundo ele, dos 20 municípios brasileiros com pior qualidade de vida, 17 estão na Região Norte.

— Precisamos explorar o petróleo e garantir que a riqueza decorrente dessa atividade seja revertida em favor da população daquela região, para que se mude, pelo menos um pouco, o IDH — afirmou.

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O senador também questionou a proposta de criação de um mosaico de unidades ambientais marinhas na Margem Equatorial, iniciativa do Instituto de Estudos Avançados da USP com apoio do Ministério do Meio Ambiente. Segundo ele, a medida poderia dificultar a pesca e comprometer o desenvolvimento econômico da região. Além disso, Zequinha contestou o uso do termo “Foz do Amazonas” para se referir à área de exploração, esclarecendo que o poço exploratório está localizado a 540 km da foz do rio, no alto-mar.

O parlamentar disse ainda que apresentou um projeto para a criação da Frente Parlamentar do Senado Federal em Defesa da Exploração de Petróleo na Margem Equatorial do Brasil (PRS 2/2025). Ele pediu apoio dos demais senadores para a iniciativa.

— Essa frente terá por objetivo promover o debate, a formulação e o desenvolvimento de ações legislativas voltadas para o apoio e o fortalecimento da exploração do petróleo na Margem Equatorial brasileira — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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