Pesquisa e desenvolvimento de doenças emergentes são temas de reunião online

Nesta segunda-feira (24), o Ministério da Saúde participou do lançamento global de uma nova iniciativa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltada para doenças emergentes, em uma reunião online. O evento contou com a presença de especialistas e representantes de diversas instituições, como Fiocruz, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de fortalecer a preparação e resposta a epidemias e pandemias.
Durante o encontro, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo aumento da complexidade das doenças infecciosas. “O Brasil enfrentou uma importante epidemia no último ano e, devido às mudanças climáticas, estamos lidando com cenários ainda mais desafiadores. O Ministério da Saúde está trabalhando em parceria com a Fiocruz para ampliar a produção da vacina contra a febre amarela e com o Instituto Butantan para o desenvolvimento da vacina contra a dengue”, afirmou a secretária.
Flavivírus
A reunião também abordou a priorização dos vírus da família Flavivírus, um grupo de vírus clinicamente relevantes que causam doenças significativas em humanos e animais, incluindo o vírus da dengue (DENV), o vírus da encefalite japonesa (JEV), o vírus do Nilo Ocidental (WNV) e o vírus Zika (ZIKV). Foram detalhados os critérios utilizados para identificar os patógenos prioritários, protótipos e aqueles de maior preocupação. Além disso, discutiu-se a avaliação de medidas médicas para surtos futuros, com foco na criação de protocolos para a avaliação de vacinas, terapias e diagnósticos. O objetivo é promover um esforço colaborativo entre a comunidade científica para enfrentar surtos específicos, como os causados pelos Flavivírus.
Michael Ryan, da OMS, reforçou a necessidade de estratégias equitativas em pesquisa e desenvolvimento, destacando que a equidade não deve se limitar apenas à distribuição de vacinas e tratamentos. “Precisamos garantir que a equidade na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) não seja apenas sobre distribuir vacinas ou tratamentos, mas também sobre compartilhar conhecimento e oportunidades de pesquisa para que todos os países estejam preparados para o futuro”, afirmou.
Soberania sanitária
Mario Moreira, presidente da Fiocruz, ressaltou o papel das instituições públicas na soberania sanitária e a importância de ter produção nacional de insumos estratégicos. “A pandemia da Covid-19 mostrou a importância de termos produção nacional de insumos estratégicos. A Fiocruz segue comprometida com o fortalecimento da capacidade produtiva do Brasil para responder a emergências sanitárias de forma rápida e eficaz”, destacou.
Ana Maria Henao, Co-Líder da Iniciativa de P&D para Epidemias da OMS, apresentou o conceito de patógenos prioritários e prototípicos, enfatizando a necessidade de ampliar o escopo da pesquisa. “Sabemos que existem milhares de vírus e bactérias com potencial epidêmico. Ao expandirmos nosso entendimento sobre esses agentes e seus mecanismos de transmissão, podemos nos preparar melhor para futuros surtos e pandemias”, explicou.
Ethel Maciel também reforçou o compromisso do Brasil com a iniciativa global. “O Ministério da Saúde está empenhado em contribuir ativamente para esse esforço global, garantindo que as ações desenvolvidas alcancem as populações mais vulneráveis. A cooperação internacional é essencial para que possamos avançar de forma equitativa na preparação e resposta a doenças emergentes”, concluiu a secretária.
João Moraes
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde


SAÚDE
Dia Mundial do Rim: cuidado com a saúde renal deve começar na infância
Somente em 2024, o maior hospital pediátrico do país realizou mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes.

A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões de pessoas no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil pessoas dependem de terapia renal substitutiva, conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, no Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância dos cuidados com a saúde renal desde a infância.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitas pessoas pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas eles também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo. Por isso é tão importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar de problemas renais?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, também é importante estar atento para:
- alteração na pressão arterial;
- anemia que não melhora com reposição de ferro;
- alterações ou fraqueza óssea;
- cansaço excessivo;
- inchaço nos pés e no rosto;
- histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Cor da urina como alerta para a saúde
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Saiba o que cada cor da urina pode indicar
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