Produção de petróleo em regime de partilha é maior desde 2017

Dados do Boletim Mensal de Contratos de Partilha de Produção, divulgados hoje (17) pela Pré-Sal Petróleo (PPSA), revelam que a União teve direito, em janeiro deste ano, a 17 mil barris de petróleo por dia (bpd) referentes à produção média em regime de partilha de produção. O volume foi 21% superior ao de dezembro e é o maior da série histórica, iniciada em 2017.
De acordo com o Boletim, o resultado é reflexo do início do Sistema de Produção Antecipada – 2 (SPA-2) em Mero. Do total de 17 mil bpd, 6,4 mil foram produzidos no Contrato de Partilha de Produção (CPP) de Libra, na Área de Desenvolvimento de Mero. Outros 5,8 mil bpd foram produzidos pelo CPP de Búzios e 4,5 mil bpd pelo CPP de Entorno de Sapinhoá. No CPP Tartaruga Verde Sudoeste, o excedente em óleo da União continua sendo destinado à quitação do Acerto de Contas com o operador pela redeterminação do Acordo de Individualização da Produção (AIP).
A PPSA informou que a produção total desses quatro contratos, incluindo a parcela da União, foi de 466 mil bpd em janeiro, mesmo patamar do mês anterior. Desse total, 412 mil bpd são referentes a Búzios; 42 mil bpd à Área de Desenvolvimento de Mero; 7 mil bpd ao Entorno de Sapinhoá e 5 mil bpd à Tartaruga Verde Sudoeste.
A produção acumulada no regime de partilha de produção desde o início da série histórica, em 2017, totaliza 125 milhões de barris de petróleo. A parcela acumulada do excedente em óleo da União, no mesmo período, é de 12,1 milhões de barris de petróleo.
Gás
Em relação ao gás natural com aproveitamento comercial, o boletim mostra que os contratos em regime de partilha de produção apresentaram produção média de 847 mil m³/dia em três contratos, sendo 624 mil m³/dia do CPP de Búzios, 189 mil m³/dia do CPP do Entorno de Sapinhoá e 34 mil m³/dia do CPP de Tartaruga Verde Sudoeste. Em comparação ao mês anterior, ocorreu redução de 41% no volume de gás disponível devido a intercorrências operacionais no campo de Búzios, esclareceu a PPSA.
O excedente da União no gás natural foi de 126 mil m³/dia, sendo 117 mil m³/dia referente ao Entorno de Sapinhoá e 9 mil m³/dia a Búzios. Comparativamente ao mês anterior, a média diária do total do excedente da União no gás natural aumentou 13%, devido à normalização da produção após parada programada de 14 dias da plataforma FPSO Cidade de São Paulo, no Entorno de Sapinhoá. Em Tartaruga Verde Sudoeste, o excedente em gás da União continua sendo destinado à quitação do “Acerto de Contas” com o operador pela redeterminação do AIP. Até o momento, Mero não possui previsão de comercialização do gás natural.
Desde 2017, a produção acumulada soma 414 milhões de m³ de gás natural com aproveitamento comercial. Na série histórica, o excedente em gás natural da União atinge 105,8 milhões de m³.
Edição: Valéria Aguiar


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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