Rio, Itaguaí e Maricá e Niterói têm calendário de vacinação unificado

Os municípios do Rio de Janeiro, de Niterói, Itaguaí e Maricá anunciaram na tarde de hoje (1º) um calendário de vacinação conjunto para iniciar a imunização de pessoas com comorbidades ou deficiências permanentes, além de profissionais em atividade na saúde, educação, segurança e limpeza urbana com mais de 45 anos.
O cronograma terá início no dia 26 deste mês, quando as prefeituras esperam que todos os idosos já tenham sido imunizados contra a covid-19 nas quatro cidades.Os novos grupos continuarão a ser chamados a se vacinar de acordo com a idade, começando pelos que estão na faixa de 59 nos dois primeiros dias. A cada dois dias, mais uma faixa etária será vacinada, até que se chegue aos 45 anos em 29 de maio.
Além de atender ao critério de idade, a pessoa precisará fazer parte de uma das categorias profissionais selecionadas ou apresentar uma deficiência permanente ou alguma comorbidade que a torne grupo de risco para covid-19.
As categorias profissionais incluídas no novo calendário são profissionais de saúde, da educação e da limpeza urbana, policiais militares e civis, guardas municipais e agentes penitenciários. Para se vacinar, o profissional terá de comprovar que está em atividade, por meio de documentos como contracheque.
As comorbidades incluídas são: diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Também estão incluídos indivíduos transplantados de órgão sólido, os que têm anemia falciforme, câncer e obesidade grave, caracterizada por IMC (índice de massa corporal) superior a 40. No caso das comorbidades, será preciso apresentar laudo médico para ter acesso à vacinação.
Pessoas que estão dentro da faixa etária a ser vacinada no calendário, mas não fazem parte de nenhum dos grupos prioritários mencionados não devem buscar os postos de vacinação, pois será exigida comprovação e haverá checagem da autenticidade dos documentos por amostragem.
O anúncio conjunto foi feito pelos quatro prefeitos: Axel Grael, de Niterói; Eduardo Paes, do Rio de Janeiro; Fabiano Horta, de Maricá; e Rubem Vieira, de Itaguaí.
Critério técnico
O prefeito do Rio de Janeiro afirmou que o calendário busca garantir um critério técnico para a vacinação, evitando que grupos com maior influência política passem na frente de outros. “Os critérios que devem valer não são os critérios de quem grita mais ou tem mais força política”, disse Paes, que convidou outros municípios a aderir ao calendário. “Seria muito importante, sim, que os demais municípios assumissem também esses critérios técnicos e esse cronograma para evitar esse êxodo ou fuga de um lado para outro.”
O prefeito de Itaguaí ressaltou que o calendário unificado também pretende reduzir o deslocamento de pessoas entre os municípios em busca de vacinas. Cidade vizinha à zona oeste do Rio de Janeiro, Itaguaí recebeu grande fluxo de pessoas quando a vacinação chegou antes da capital a uma faixa etária, relatou o prefeito.
“Houve uma migração muito grande de pessoas do Rio para Itaguaí”, disse Vieira, ressaltando que o resultado foram filas e aumento da exposição da população no transporte público.
O presidente do Conselho dos Secretários de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e secretário de saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, afirmou que o calendário divulgado pelos quatro municípios parte do que foi sugerido pelo governo do estado do Rio de Janeiro, acrescentando os profissionais que trabalham nos serviços de limpeza urbana ao grupo prioritário.
O governo do estado do Rio de Janeiro havia anunciado um calendário único de vacinação na última terça-feira (30), em que também incluía profissionais de saúde abaixo de 60 anos, das áreas de segurança pública e da educação. No anúncio, o governador Claudio Castro afirmou que o calendário divulgado não era obrigatório, e, sim, um balizador para os municípios.
Edição: Nádia Franco


SAÚDE
“Considero o Conselho a maior barreira para o negacionismo nesse país”, afirma Padilha durante reunião do CNS

Nesta quinta (13), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, marcou presença na 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. A agenda recordou os cinco anos da pandemia de Covid-19, além de abordar a participação social na garantia da equidade dos direitos das mulheres e as ações do Programa Brasil Saudável. O atendimento da população em situação de rua na atenção primária também foi uma das pautas.
Esta foi a primeira participação de Padilha em uma reunião do Conselho, desde que reassumiu a pasta na última segunda (10). Durante a plenária, ele falou das suas expectativas para os próximos dois anos e agradeceu o trabalho do CNS na luta pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Alguns sentimentos me movem ao voltar para o Ministério da Saúde e um deles é consolidar a pasta com gestores municipais e estaduais. Como um espaço de controle social, o Conselho Nacional de Saúde é a maior barreira para o negacionismo nesse país e isso nos impulsiona para ser uma referência mundial”, declarou o ministro.
A presidente do CNS, Fernanda Magano, agradeceu a presença de Padilha na reunião. “É muito importante esse diálogo e os compromissos aqui estabelecidos na defesa do nosso Sistema Único de Saúde. Esperamos que essa reconstrução seja muito proveitosa para as entregas necessárias pela democracia e garantia da vida no nosso país”, declarou.
- 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (Foto: Taysa Barros/MS)
Para o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), José Ramix, é urgente a participação e valorização da diversidade na saúde: “Precisamos estimular estratégias que fortaleçam o controle social e a gestão participativa, além de reconhecer o protagonismo dos territórios e das diversas populações dos municípios brasileiros”, observou.
Durante sua fala, o ministro reforçou o pedido de Ramix e destacou, mais uma vez, a urgência da entrega e a obsessão pela redução no tempo de espera pelos atendimentos especializados. “Só vamos conseguir fazer isso acontecer com uma atenção primária fortalecida, valorizada e equilibrada, além de reorganizar as redes de média e alta complexidade”, pontuou.
Ana Freire
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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