Em Goiás, caminhoneiros bloqueiam distribuidoras de combustíveis e rodovias contra alta no preço diesel
Nesta segunda-feira (21), grupos de caminhoneiros fecharam várias distribuidoras de combustíveis em Goiânia e Senador Canedo, além de rodovias federais no sul e sudeste de Goiás e Entorno do Distrito Federal. O protesto da categoria é contra a alta no preço do diesel. Além disso, os profissionais cobram a criação do piso para o frete pago pelas empresas. O ato também acontece em outras regiões do país.
De acordo com Vantuir José Rodrigues, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac), atualmente o preço do serviço é definido pelas empresas que contratam os serviços dos caminhoneiros. Segundo o sindicato, 70% dos motoristas do estado são autônomos.
Por conta disto, a categoria pede a aprovação do Projeto de Lei 528, que estabelece um valor mínimo a ser pago pelo frete. “A gente quer uma tabela compensatória de, por exemplo, R$ 0,70 o km rodado por eixo, mais a excedente de peso”, disse o diretor financeiro do Sinditac, Jaci Alves.
Além disto, os caminhoneiros reclamam do valor do óleo diesel. “A categoria está passando por dificuldades, e dificuldades que, agora, com este aumento constante do óleo diesel, a categoria não resiste mais a trabalhar. 75% do frete hoje está indo tudo no petróleo”, disse o presidente do sindicato.
O protesto começou na madrugada desta segunda-feira. Em Goiânia, por volta das 4h, dezenas de motoristas, que chegavam à distribuidora do Jardim Novo Mundo, na região leste da capital, aderiram ao ato, bloqueando o portão de entrada do local. Ao todo, em Goiás, existem 26 distribuidoras de combustíveis.
Por volta de 11h20, o Sinditac liberou a entrada de 100 caminhões na distribuidora. A decisão foi tomada após reunião com a Polícia Militar e a gerência da unidade.
“Vamos deixar entrar 100 caminhões agora, mas só começam a sair às 14h. Vai levar o dia todo para abastecer, e às 22h fecha de novo por tempo indeterminado”, disse o secretário do Sinditac, Higor Rodrigues de Melo.
O sindicato calcula que 300 caminhoneiros não conseguiram abastecer ou descarregar por causa do protesto no pool da Petrobrás de Goiânia. Segundo Melo, todos apoiam o ato.
Advogado da Cooperativa de Motoristas Particulares, Vinícius Biazus calcula um prejuízo de R$ 16 milhões com o primeiro dia de paralisação em Goiânia. Segundo ele, são carregados mais de 8 milhões de litros por dia. “A média de etanol, gasolina e diesel é de R$ 3 o litro”, disse.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados do Petróleo do Estado de Goiás (Sindipetro), Ageu Cavalcante Lemos, informou que apoia o movimento dos caminhoneiros.
“Estamos de acordo com essas reivindicações. A atual política de preços feita pela Petrobrás é prejudicial. Além disso, tem uma grande carga de impostos no valor do diesel”, pontuou.
No início da manhã, além de Goiás, havia atos em pelo menos oito Estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Na sexta-feira (18), a Petrobras anunciou o quinto reajuste diário seguido no valor do diesel, que começou a valer no sábado (19). A empresa elevou os preços do diesel em 0,80% e os da gasolina em 1,34% nas refinarias.
Na véspera, a companhia elevou em 1,80% o preço da gasolina, e subiu 0,95% o preço do diesel. No acumulado na semana, a alta chega a 6,98% nos preços da gasolina e de 5,98% no diesel. A decisão de repassar o aumento do valor da combustível cobrado pela Petrobras para o consumidor final é dos postos de combustíveis.
A Petrobras explicou que os combustíveis derivados do petróleo, como o diesel, têm o preço ligados ao mercado internacional e varia diariamente. Com isso, a estatal informou que não tem o poder de formar os preços. “As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor”, consta o comunicado.
Além disso, apenas metade do valor do diesel é de responsabilidade da Petrobras, sendo a outra parcela formada por impostos e outros tributos. Por fim, pontuou que “as distribuidoras não têm a Petrobras como seu supridor exclusivo e os demais produtores e importadores praticam sua própria política de preços”.
Com informações G1
EDUCAÇÃO
Caiado anuncia a criação do Agrocolégio Maguito Vilela
Projeto conta com apoio da Secretaria de Estado da Educação e da Emater Goiás. Unidade vai oferecer capacitação profissional a jovens do meio rural e facilitar inserção no mercado de trabalho.
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, lançou, na quinta-feira (12), o Agrocolégio Estadual Maguito Vilela, unidade que funcionará no Centro de Treinamento da Emater Goiás. O projeto é inédito e vai oferecer ensino técnico profissional integrado ao Ensino Médio para jovens do meio rural. A previsão é que as primeiras turmas iniciem o curso em 2025.
O governador Ronaldo Caiado definiu a iniciativa como um avanço significativo na educação e no desenvolvimento agrário dentro do estado. “O governo está trabalhando em total parceria. Todos nós estamos de braços dados nessa ação inédita para levar a melhor qualidade de vida à população que vive no campo. É uma grande missão do Estado de Goiás e que faremos virar realidade”, ressaltou o chefe do Executivo goiano.
A implantação do Agrocolégio vai diversificar a oferta no ensino público com a formação de técnicos aptos a trabalhar na extensão rural ou dando sequência à sucessão familiar. A metodologia empregada alterna sala de aula com campo, incentivando os alunos a darem continuidade ao trabalho já realizado, por exemplo, pelos pais.
Com o novo modelo de aprendizagem, os estudantes passarão um mês no Agrocolégio em tempo integral e, ao retornarem para casa, poderão aplicar no campo o que aprenderam com os técnicos agropecuários e especialistas da Emater Goiás. “Não temos dúvida de que será uma referência para o Brasil inteiro esse trabalho conjunto. Mostraremos ao pequeno produtor rural que é possível trabalhar com novas tecnologias, mais produção e melhor qualidade de vida “, enfatizou o presidente da Emater, Rafael Gouveia.
A secretária de educação do estado de Goiás, Fátima Gavioli afirmou que a novidade ampliará as oportunidades de inserção no mercado de trabalho para jovens em uma área promissora. “Esses estudantes passarão uma parte do tempo na formação geral básica e colhendo o melhor que puderem nos laboratórios de solo. Mais uma vez, é a força da educação e do agro, do pequeno agricultor, sendo valorizada por essa gestão”, pontuou. Ela explicou que os alunos terão matérias da grade curricular do Ensino Médio e aulas específicas como técnicas agropecuárias.
Histórico
O Agrocolégio Estadual Maguito Vilela foi criado pela Lei Estadual nº 22.555, de 12 de março de 2024, para capacitar alunas e alunos da rede estadual oriundos do campo integrado à educação profissional, visando a permanência destes jovens no meio rural e a sucessão familiar. A capacitação oferece aos estudantes instruções sobre temáticas essenciais para a vida no campo, como irrigação, fitopatologia, entomologia e solos.
O projeto acontece na estrutura da Emater Goiás e conta com auxílio de profissionais especialistas de diversas áreas durante as práticas educativas. Todas as classes funcionarão em regime de internato e semi-internato durante o Tempo Escola. A expectativa é que o primeiro grupo tenha 60 estudantes distribuídos em duas turmas de 1ª série do Ensino Médio.
Já em 2026, a ideia é que a quantidade de alunos duplique, com 120 estudantes, sendo duas turmas de 2ª série com 30 jovens cada, e outras duas turmas de 1ª série, com a mesma quantidade. Em 2027, a previsão é que sejam 180 estudantes, contando com duas turmas de cada série, com 30 estudantes em cada. O prazo de inscrição para o cargo de gestor do Agrocolégio segue aberto pelos próximos 30 dias e o edital está disponível no site da Seduc (https://goias.gov.br/educacao)
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