O Preço da Saúde
Quando vamos ao supermercado, quase sempre seguimos direto para as prateleiras, para pesquisar preços e validades de produtos que ficam ali armazenados por dias, semanas, meses e até anos. Tanto tempo que algumas mercadorias até passam do prazo estabelecido em lei. Uma das ultimas seções que visitamos é a frutaria, onde se encontram os alimentos frescos. Talvez pelo fato de serem mais sensíveis, por perecerem com facilidade e com isso, queremos evitar impactos que podem acelerar a perda.
Essa “mania” nos leva a uma reflexão. Deixar por último o que poderia ser visto primeiro. Acontece que pensamos pelo lado do estoque, ignoramos produtos in natura, que deveriam ser à base de nossas refeições diárias. Um erro enorme.
Saber escolher o alimento vai além de ter uma boa refeição à mesa. É garantia de manutenção da saúde e vitalidade. O problema é que muita gente tem dificuldade em diferenciar o alimento in natura do processado e do ultra processado. Cabe ao nutricionista fazer a devida orientação. Se aprendemos é nosso dever repassar esse conhecimento para quem precisa.
Os alimentos in natura são aqueles que obtemos direto de plantas, tais como folhas, legumes, verduras, frutas e que não tem alteração, quando retirados da natureza. Quem é que não gosta de comer uma boa fatia de abacaxi, uma banana ou chupar uma laranja? Essas são algumas das frutas mais consumidas em Goiás e muito cultivadas aqui para comercialização dentro e fora do estado, segundo portais de agronegócio. Alimentos que podem ser encontrados no quintal de casa ou no vizinho, e que por vezes passam despercebidos, não sendo aproveitados em nossos lares.
No lugar deles, colocamos à mesa alimentos processados, que passaram por etapas simples de limpeza ou remoção de partes indesejáveis, que podem prejudicar o aroma e sabor. Seu armazenamento se dá por meio da desnaturação, o caso das ervas finas como salsa, cebolinha, orégano; o pré-cozimento, refrigeração e congelamento, como a mandioca e ervilha. O milho enlatado por sua vez é pré-cozido, recebe um choque térmico e depois colocado em salmoura – uma mistura de água e sal – que ajuda na conservação do produto. Por meio dessas técnicas, a perda na indústria foi reduzida e a lucratividade aumentou. O prejuízo começou para o consumidor, pela via oposta.
Agora o campeão de consumo tem sido o alimento ultra processado, que muitas das vezes não tem sequer um percentual adequado de polpa de fruta, legume ou verdura ao qual se estampa na embalagem. Para a indústria esse foi sem dúvida um dos maiores investimentos, pois a perda pode ser reduzida ainda mais e a possibilidade de lucro foi lá para as alturas. Para dar um exemplo mais claro sugiro que pegue aquele suco de caixinha, de marca famosa que você adora. Depois, observe a lista de ingredientes. O que vem primeiro é o que tem a maior quantidade, no caso, a água. Em seguida vem o “suco concentrado” da fruta – em média 35% quando muito, acompanhado do “aroma natural” que nada mais serve para compensar a ausência da fruta na bebida. O resto é uma série de produtos cujos nomes muita gente não faz ideia do que seja, nem qual a finalidade. Pois explico: é conservante. Certas marcas chegam a usar mais de 7 na composição. E quem acha uma delícia o suco em pó, diluído em água, se prepare. Nem polpa desidratada tem, em alguns casos.
O último preocupa, pois o consumo exagerado pode acarretar uma série de problemas para o organismo. Entre as doenças mais comuns estão o diabetes, pelo consumo exagerado de açúcar disfarçado na embalagem como carboidrato; a pressão alta e a formação de cálculos renais – as pedras nos rins, pelo excesso de sódio.
Saber escolher o alimento é fundamental para que essas alterações não sejam provocadas. Observe bem seu avô, sua avó. A saúde que eles têm é reflexo do tipo de refeição que fizeram a vida toda para chegar aos 80, 90 ou 100 anos. Infelizmente o que percebemos hoje é o inverso. Muitas pessoas que estão com saúde debilitada pela falta de nutrientes. Sim, porque uma coisa é se alimentar, comer, a outra é repor o que seu corpo precisa para manter plena atividade.
A alimentação tem papel fundamental na manutenção da saúde, na prevenção de doenças. Por isso dê preferência para aqueles que citei no início, os in natura, lembra? São eles que vão fornecer as vitaminas e sais minerais suficientes para que todo esse ciclo possa continuar. Alimento é vida, saúde, remédio. Invista neles ou se prepare para gastar bem mais no futuro. A escolha é sua.
Renato Oliveira é jornalista, repórter da PucTV |Rede Aparecida, e acadêmico de nutrição na PUC Goiás. Foto: Leonardo Dias
ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
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