Saúde

Pesquisa revela aumento da ansiedade entre brasileiros na pandemia

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Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho deste ano revela que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa na pandemia do novo coronavírus. A pesquisa, que ouviu com 1.996 pessoas maiores de 18 anos de idade, foi divulgada nas redes sociais.

“A principal conclusão da pesquisa foi que, nesse período de pandemia, as pessoas desenvolveram ou aumentaram – quem já tinha – sintomas de estresse, ansiedade ou depressão. Isso foi bem marcante, até porque, quando se comparam os nossos dados com os de outros países, como Itália e China, 80% da população da nossa amostra chegaram a reportar sintomas moderados a graves de ansiedade e 68%, depressão”, disse à Agência Brasil a professora da UFRGS Adriane Ribeiro Rosa, coordenadora da pesquisa.

Em média, nos outros países, o índice é de 30%. Para Adriane, isso tem a ver com questões socioeconômicas e culturais, como renda e escolaridade, que tendem a ser mais baixas no Brasil. “É um fator que agrava sintomas relacionados à saúde mental. A gente sabe que, se os níveis de escolaridade e de renda são bons, funcionam como proteção. Mas, se são ruins, fazem o efeito contrário”, disse a professora.

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Farmacêutica de formação e com mestrado e doutorado na área de psiquiatria, Adriane explicou que os transtornos psiquiátricos têm na base o estresse. “E o que se está vivendo nesses meses é uma situação de estresse. Aí, é óbvio, vai haver um grupo que consegue lidar com essa situação, chamado resiliente, e um grupo mais suscetível, que acaba adoecendo, ou apresentando essa sintomatologia”.

Outros transtornos

A pesquisa mostrou também que 65% dos entrevistados têm sentimento de raiva; 63% sintomas somáticos, que podem ser sensação de dor, mal-estar gástrico, qualquer coisa orgânica resultante de um quadro de ansiedade; e 50% tiveram alteração do sono.

Adriane destacou que a equipe multidisciplinar de pesquisadores do Laboratório de Psiquiatria Molecular da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre identificou as características do grupo que apresenta mais sintomatologia. “São as mulheres, os mais jovens, os de menor renda e menor escolaridade, e os que já tinham alguma história prévia de doença psiquiátrica”, revelou a professora.

Este foi o primeiro estudo brasileiro com o propósito de rastrear a prevalência de sintomas psiquiátricos na população brasileira em função da pandemia publicado em revista internacional, o Journal of Psychiatric Research (Covid-19 and Mental Health in Brazil: Psychiatric Symptoms in the General Population“).

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Segundo Adriane, os dados servem para chamar a atenção para o fato de que a covid-19 não ataca só o pulmão e a respiração, tendo também sequelas emocionais. “Disso, a gente já sabe de estudar pandemias passadas. Tais sintomas podem inclusive persistir. Não é algo que vai acabar quando acabar a pandemia. Uma pessoa que tenha um quadro de ansiedade ou depressão pode continuar com esse quadro por um longo período.”

A coordenadora da pesquisa da UFRGS) ressaltou a necessidade de alertar os órgãos governamentais e os responsáveis pela saúde privada para que essas pessoas sejam atendidas. Para Adriane, o impacto da pandemia na saúde mental deve ser considerado crise de saúde pública. Ela não descartou a possibilidade de nova pesquisa mais à frente, quando a situação estiver mais tranquila e já existir a vacina contra a covid-19, para que se possa fazer um comparativo do quadro durante e após a pandemia.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Saúde

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SAÚDE

Dr. Zacharias Calil alerta sobre os perigos do crescimento da obesidade no Brasil

O cirurgião-pediátrico aponta ainda a urgência de se prevenir a obesidade nas escolas.

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Referência em pediatria, o deputado federal Dr. Zacharias Calil (União - GO). Foto: Divulgação

Referência em pediatria, o deputado federal Dr. Zacharias Calil (União – GO) destacou como “a cada dia que passa, a obesidade se torna uma doença associada a outras patologias, como diabetes tipo 2, a hipertensão arterial e alguns tipos de câncer” durante sua passagem pelo programa Participação Popular na TV Câmara, na segunda-feira (16).

Presidente da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância, Dr. Zacharias Calil aponta a urgência de se prevenir a obesidade nas escolas, já que, durante a infância, existe um grande consumo de alimentos ultraprocessados, com corantes e aromatizantes, além de um extenso uso de telas, como celulares, televisores e computadores.

A questão dos ultraprocessados foi trazida à atenção pela coordenadora da comissão de advocacy da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), Maria Edna de Melo, que questionou o deputado quanto a sua posição pela taxação de alimentos ultraprocessados e in natura. Dr. Calil sugeriu a sobretaxa desses alimentos prejudiciais e ressaltou a importância dos alimentos in natura na infância, principalmente nas escolas, para prevenção da obesidade.

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Parte da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, o Dr. Zacharias Calil foi autor do Projeto de Lei 343/2023, que propõe a instalação de Centros de Referência Especializados no Atendimento Integral às Pessoas com Obesidade em todo Brasil. O médico é conhecido principalmente pela sua atuação em cirurgias complexas de separação de gêmeos siameses.

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