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A harmonia entre os poderes!

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Dia primeiro de fevereiro começa um novo capítulo na história política do Brasil com a eleição dos novos presidentes tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal.

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu Artigo 2° que, no Brasil, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são poderes independentes e hormônicos.

Na prática, isso não é, propriamente bem assim, porque o poder Executivo, para pôr as suas ações em prática precisa da concordância do Congresso Nacional que é composto pela Câmara e Senado Federal.

Por exemplo, se encontra, na Câmara dos Deputados, para ser votado, desde agosto de 2020, o Projeto de Lei (PL), do Gás, que visa a abertura do mercado do gás de cozinha, para que outras empresas, venham participar no nosso mercado, e com isso, tornar os preços de consumo mais acessíveis ao usuário nacional.

A ABRACEL tenta essa abertura de mercado mas os interesses de monopólio são mais fortes que os interesses da população. O que se pretende com essa aprovação é uma alteração na arquitetura do mercado de gás doméstico no país o que facilitaria, enormemente a abertura de novas frentes de investimentos promovendo uma negociação direta entre produtor e consumidor tornando o preço do mesmo mais em conta para o cliente.

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Isso já teria acontecido, se a Câmara tivesse votado o referido PL o que não aconteceu e, nem se sabe quando isso acontecerá.

Se dependesse do Poder Executivo isso nem seria um projeto de lei, mas uma determinação governamental o que já teria, pelo menos na parte federal, um andamento muito mais ágil, deixando para os governos estaduais as suas alterações relativas ao ICMS da venda deste produto.

O presidente que ora sai, deve levar consigo a dor de deixar para nós, o preço mais caro do gás de cozinha do mundo.

Fica claro que o Poder Legislativo manda para votação os projetos que interessam à Câmara e não ao povo brasileiro. Portanto o Poder Executivo está nas mãos do Poder Legislativo.

O Poder Judiciário, na voz do STF, tem agido como um filtro das ações do Poder Executivo. Se a Constituição Federal tem um guardião, qual o porquê do Artigo 84 não ser possível, o chefe do Executivo, vir a utilizá-lo na sua gestão governamental?

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As posturas dos presidentes que agora deixam seus postos não deixam saudades, mas alegria e esperanças de votações a nosso favor.

Se os poderes são harmônicos qual o motivo de estarmos a viver como estamos?

Professor Cícero Maia

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PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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