Dimas Covas fala em demora para fechamento de contrato da CoronaVac

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Em mais um dia de depoimentos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouviu nesta quinta-feira (27), na condição de testemunha, o diretor do Instituto Butantan, o médico Dimas Covas. O Butantan é responsável pela produção, no Brasil, da vacina CoronaVac, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.

Logo em sua fala inicial, Covas relatou que, no fim de 2020, o Butantan tinha 5,5 milhões de doses do imunizante prontas e 4 milhões em processamento que poderiam ser utilizadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Segundo ele, a primeira oferta de 60 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde, foi feita em julho de 2020, para entrega no último trimestre do mesmo ano, mas não houve avanços. O documento foi enviado em 30 de julho de 2020. “Em agosto, além de reforçar o ofício, solicitamos apoio financeiro do ministério para o estudo clínico, com previsão de custo de R$ 100 milhões, e para reformar a fábrica”, afirmou o médico.

Em outubro do ano passado, o Butantan propôs a entrega de 45 milhões de doses até dezembro de 2020, 15 milhões até fevereiro de 2021 e 40 milhões até o fim de maio deste ano. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu no dia 8 de janeiro deste ano o pedido de autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, da CoronaVac.

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Outro ponto destacado por Dimas Covas foi a dificuldade no recrutamento de voluntários para os testes clínicos da CoronaVac. “A dificuldade foi a velocidade de entrada de voluntários porque, nesse momento, existia um ambiente conturbado, um combate muito exacerbado a essa vacina nas redes sociais”, afirmou.

Covas colocou à disposição da CPI dois ofícios de agosto de 2020 encaminhados pelo Instituto Butantan ao Ministério da Saúde, com solicitação de recursos do governo federal para a realização de testes da vacina e de adaptações da fábrica para produzir o imunizante, mas, segundo o médico, não houve retorno.

Em um dos documentos, o Butantan ressaltou que a nova fábrica utilizaria um prédio que precisava de readequações e pequenas reformas, além de equipamentos necessários à produção de vacinas. O valor estimado era de R$ 156 milhões: R$ 96 milhões seriam via doações e R$ 60 milhões estariam em aberto. Outro documento pleiteava apoio federal para financiamento de testes clínicos que custariam R$ 130 milhões. Parte desse montante – R$ 45 milhões – seria captada por doações. Os pedidos foram feitos poucos dias após uma visita de secretários e assessores especiais do ministério ao instituto.

IFA

O diretor do Butantan destacou que China é o maior exportador de vacinas contra a covid-19 para o mundo e já forneceu mais de 300 milhões de doses para mais de 100 países. Para Covas, após declarações com críticas à China feitas por autoridades brasileiras, houve atraso na liberação de insumos de imunizantes para o Brasil.

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Dimas Covas acrescentou que a demora no recebimento de insumos vai impactar nas entregas de novas doses do imunizante em maio.

“Tínhamos o compromisso de entregar 12 milhões de doses em maio e já entregamos 5 milhões. A produção [paralisada por cerca de um mês] foi retomada e vamos entregar 6 milhões de doses a partir de 12 de junho, então houve 7 milhões de doses que poderiam ter sido entregues ainda em maio, de acordo com o cronograma inicial”, declarou.

Para o médico, as trocas dos ministros da Saúde e das Relações Exteriores, em março deste ano, melhoraram as relações com a China.

ButanVac

Aos senadores, o diretor do Butantan disse que pelo baixo custo e por abranger novas variantes do vírus, a ButanVac, a primeira vacina produzida no Brasil, é a esperança dos países pobres. “É a vacina 2.0, que já é a segunda geração de vacinas. O Butantan tem 6 milhões de doses em processo, ela é feita na mesma plataforma da vacina da gripe e isso é parte de um esforço internacional, existe um consórcio internacional para o desenvolvimento.”, explicou Covas.

A expectativa do diretor do Butantan é que o novo imunizante esteja disponível no último trimestre deste ano. Segundo ele, ainda não há tratativas sobre essa vacina com o Ministério da Saúde.

Edição: Juliana Andrade

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POLÍTICA NACIONAL

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

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Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

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Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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