Opinião

Obstáculos e avanços

Jesus é o mestre amado que deixou as mais belas lições como exemplo e inspiração à humanidade. Não lições estéreis, mas a edificação das bem-aventuranças, da paz e felicidade para aqueles que não se cansam de aprender no caminho.

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Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração - Professor e pesquisador da Unicamp.

Se há alguma verdade na expressão popular “rapadura é doce, mas não é mole não!”, então, são nas intempéries e provações da vida que vem as lições para o aperfeiçoamento do ser. Aproveitar tais eventos é como o empreendedor que percebe oportunidades onde outros veem crises. Lidar com situações problemáticas representa aspecto vital para aqueles que buscam acelerar sua aprendizagem no mundo-escola. É o sonhador prático que não se intimida com o tamanho da montanha.

Todavia, a tarefa não é simples ou fácil. Não se espera maestria em uma primeira vez, assim como não se espera que uma criança em processo de alfabetização desenvolva um sistema filosófico completo.  O acúmulo de conhecimentos e destreza é gradual e respeita a curva de experiência. Então, fazer escolhas equivocadas faz parte do aprendizado.

Mas é preciso ter a humildade de mudar de condutas para que o desvio não se alongue. Sempre temos alternativas de melhora, mesmo que as nuvens de tempestade estejam pesadas.

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Viver em busca das pegadas de Jesus e de seus discípulos não é negar as dores, mas de saber que elas são parte de um mundo ainda em condições imperfeitas. Porém, que é plenamente perfectível. Avançar sem temor e testar suas virtudes faz parte do crescimento, bem como de buscar as boas companhias para refrigério e fortalecimento.

Jesus é o mestre amado que deixou as mais belas lições como exemplo e inspiração à humanidade. Não lições estéreis, mas a edificação das bem-aventuranças, da paz e felicidade para aqueles que não se cansam de aprender no caminho.

Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração – Professor e pesquisador da Unicamp. 

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ARTIGO

Jeremias de Qumran e da Septuaginta

Escrevi diversos artigos apresentando livros que tratam da proximidade entre a Septuaginta (LXX) dos originais hebraicos, enquanto que o Antigo Testamento dos católicos, judeus e protestantes sofreram alterações significativas. Não custa lembrar que os primeiros cristãos utilizavam a LXX.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Escrevi diversos artigos apresentando livros que tratam da proximidade entre a Septuaginta (LXX) dos originais hebraicos, enquanto que o Antigo Testamento dos católicos, judeus e protestantes sofreram alterações significativas. Não custa lembrar que os primeiros cristãos utilizavam a LXX.

Outro livro importante e que agrega diversos autores é o “The Oxford Handbook of the Septuagint” que tem o capítulo 18, “Jeremiah, Baruch”, de Matthieu Richelle. Como já expliquei em outros artigos, Jeremias é o livro mais alterado da Bíblia.

Orígenes e Jerônimo haviam notado grandes diferenças entre o texto hebraico que conheciam e a versão da Septuaginta. O texto hebraico era bem mais longo e várias passagens estavam ordenadas de forma diferente. Jerônimo confiou na “hebraica veritas” e ignorou a versão grega ao escrever sua própria versão em latim, a versão “iuxta Hebraeos”, posteriormente conhecida como Vulgata, que substituiu a Antiga Latina (Vetus Latina). Como consequência, Jerônimo não traduziu o livro de Baruque, ao contrário dos manuscritos da Vetus Latina, nos quais ele é parte integrante do livro de Jeremias. Consequentemente, o estudo acadêmico do Jeremias grego e de Baruque foi negligenciado a partir da Antiguidade Tardia.

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A descoberta de fragmentos hebraicos do livro de Jeremias entre os Manuscritos do Mar Morto, alguns dos quais exibindo um texto bastante próximo do que seria o modelo hebraico da LXX, deu um novo impulso a esse tipo de estudo. Embora isso tenha sido anunciado na década de 1950, foi somente em 1973 que uma edição preliminar dos fragmentos relevantes de Qumran da Caverna 4 foi publicada.

A diferença quantitativa entre o Texto Massorético (MT) e a LXX é impressionante, mais de 3.000 palavras do MT, cerca de um sétimo de seu conteúdo, não têm contraparte na LXX. Em muitos casos, trata-se apenas de uma sequência de algumas palavras que não parecem ser de importância crucial (cerca de cinquenta ocorrências da fórmula “assim diz o SENHOR”, além de nomes, títulos, etc.), e muitas vezes criam meras repetições no texto.

No entanto, mesmo algumas dessas pequenas adições alteram significativamente o conteúdo do texto ao fornecer informações únicas, por exemplo, a identidade do “rei vindo do norte” que subjugará todas as nações no capítulo 25. Mais importante, adições longas não são raras, e a mais longa (33,14-26 MT) contém 185 palavras. Esse material inevitavelmente tem um impacto qualitativo, na medida em que contém ideias teológicas ou ideológicas e altera a organização literária de seções inteiras.

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Porém, algumas partes do livro são quase idênticas em ambas as tradições textuais como as “confissões de Jeremias” (Jr 11,18-12,6). As referências a Jeremias em Siracida (Eclesiástico) mostram que o Jeremias da LXX já existia por volta de 130 a.C. A tradução pode ter sido feita na primeira metade do segundo século a.C. em Alexandria. Provavelmente, influenciou o tradutor das Lamentações (primeiro século d.C.), pois muitas traduções significativas de palavras e expressões hebraicas para o grego são as mesmas nesse livro e em Jeremias 1-28.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Professor Assistente da Escola de Teologia para Leigos São José de Anchieta da Diocese de Caraguatatuba, Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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