Opinião
Caça ao voto, campanha chega ao final!
A Administração nos ensina que para atingirmos um determinado objetivo, especialmente no universo da Política, temos que ter como pilares o Planejamento, Execução, Direção e Controle. Quem for o escolhido para vir a ocupar um dos postos supracitados, deve saber se mobilizar dentro desses postulados com a desenvoltura necessária a fim de atender as necessidades, de quem os elegeu, e essas sejam sanadas, ou, pelo menos, reduzidas a fim de que aqueles o conduziram ao cargo em epígrafe possam continuar confiando no trabalho deles.
A Constituição Federal de 1988 delegou, democraticamente, aos brasileiros o DEVER de escolher quem serão os melhores indicados para o exercício da condução do país em direção aos seus melhores propósitos econômicos, sociais e políticos, durante um determinado tempo que normalmente dura quatro anos, após o quê, esses eleitos podem ser trocados ou, reconduzidos ao cargo, segundo a avaliação dos eleitores.
No pleito deste ano, é chegado o momento de afastar ou reconduzir ao cargo aqueles outrora eleitos e que segundo a avaliação dos eleitores poderão seguir no cargo ou, então darem lugar a outros com melhores condições, conhecimentos ou habilidade para o exercício do cargo em questão, Prefeito ou Vereador.
Dentre as várias visões que temos do conceito de Política, uma delas é a de que esta é a ‘arte de tornar possível tudo aquilo que se faça necessário’. Para que isso aconteça, é necessário que os ocupantes dos cargos ora em comento, saibam usar os instrumentos que já existem para que isso possa se tornar realidade.
A Administração nos ensina que para atingirmos um determinado objetivo, especialmente no universo da Política, temos que ter como pilares o Planejamento, Execução, Direção e Controle. Quem for o escolhido para vir a ocupar um dos postos supracitados, deve saber se mobilizar dentro desses postulados com a desenvoltura necessária a fim de atender as necessidades, de quem os elegeu, e essas sejam sanadas, ou, pelo menos, reduzidas a fim de que aqueles o conduziram ao cargo em epígrafe possam continuar confiando no trabalho deles.
Na Administração Pública, os gestores não fazem o que, quando ou como querem! O fator TEMPO, é uma variável muito importante a ser considerada dado que todas as ações são normatizadas por regulamentações, prazos e orçamentos, que nem sempre estão disponíveis como é desejável!
A realização de uma determinada obra precisa do aval, licenças e autorizações que nem sempre acontecem dentro da urgência necessária. Por essas e outras razões quatro anos para um mandato nem sempre é suficiente para que uma gestão realizadora, uma vez que tudo depende de orçamento, licitações e, em especial, disponibilidade para quem irá realizar as obras.
Portanto é chegado o momento de o eleitor avaliar se o seu escolhido, para ocupar as casas disputadas, está devidamente preparado para merecer o seu voto. Do contrário, escolha outro!
Cícero Carlos Maia é professor – artigosbsb@gmail.com
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ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
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