Opinião

Diabetes afeta cérebro

As imagens dos cérebros feitas sugerem que os participantes do estudo com diabetes tipo 2 a mais tempo mostraram diminuição da espessura cortical média e dos volumes de massa cinzenta e um maior volume de hiperintensidades da substância branca (associadas ao envelhecimento e a várias doenças, incluindo transtornos cerebrovasculares e demência).

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Mario Eugenio Saturno é Professor Assistente da Escola de Teologia para Leigos São José de Anchieta da Diocese de Caraguatatuba, Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Cientistas da Universidade de Michigan publicaram o artigo “Association between brain health outcomes and metabolic risk factors in persons with diabetes” (Associação entre os resultados de saúde do cérebro e fatores de risco metabólicos em pessoas com diabetes) no Annals of Clinical and Translational Neurology (Anais de Neurologia Clínica e Translacional), estudo que descobriu que quanto mais tempo uma pessoa tem diabetes tipo 2, maior a probabilidade de experimentar mudanças no cérebro.

Os pesquisadores analisaram dados de 51 pessoas de meia-idade da comunidade indígena Pima dos Estados Unidos com diabetes tipo 2. Fizeram uma série de testes de memória e linguagem desenvolvidos pelos Institutos Nacionais de Saúde, bem como ressonância magnética, para determinar a relação entre diabetes, cognição e estrutura cerebral.

A demência é uma epidemia global com 57 milhões de casos estimados em todo o mundo em 2019, um número que deverá aumentar para 152 milhões até 2050. Esse aumento pode ser parcialmente atribuído ao aumento da prevalência mundial de diabetes tipo 2 e obesidade, pois os estudos sugerem que diabetes e obesidade estão associadas ao comprometimento cognitivo e demência. Além disso, outro estudo recente, “Neuropsychological Outcomes in Individuals With Type 1 and Type 2 Diabetes”, encontrou complicações do diabetes associadas a distúrbios cognitivos.

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Os índios Pima-americanos têm uma maior prevalência de diabetes tipo 2 com início precoce do que na população em geral. Esses índios também têm maior prevalência de neuropatia, obesidade e hipercolesterolemia, bem como uma maior incidência de doença renal crônica. Apesar do início precoce da diabetes tipo 2 e presença de fatores de risco metabólicos e complicações do diabetes, não se verificou nenhum efeito sobre a cognição da população indígena.

As imagens dos cérebros feitas sugerem que os participantes do estudo com diabetes tipo 2 a mais tempo mostraram diminuição da espessura cortical média e dos volumes de massa cinzenta e um maior volume de hiperintensidades da substância branca (associadas ao envelhecimento e a várias doenças, incluindo transtornos cerebrovasculares e demência).

Os pesquisadores também descobriram que as complicações do diabetes, como doença renal crônica e danos nos nervos do coração e dos vasos sanguíneos estão relacionadas a mudanças estruturais no cérebro. Isso está de acordo com outro dos estudos da equipe, que descobriu que as complicações diabéticas aumentam as chances de desenvolver um distúrbio cognitivo em 2,45 vezes em pessoas de 40 a 60 anos de idade.

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Os pesquisadores ficaram surpresos que a neuropatia, pela qual até 50% das pessoas com diabetes podem ser afetadas, não foi associada à função cognitiva no estudo. Este estudo foi fundamental para a compreensão de como o diabetes afeta a saúde do cérebro e estabelece as bases para um estudo maior abordando como as pessoas com diabetes podem manter um cérebro saudável. E enfatiza a importância da prevenção do diabetes tipo 2. Um alerta às autoridades públicas.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Como o mercado brasileiro lida com a Inteligência Artificial?

No meu segmento, desde a explosão do ChatGPT quando foi lançado, vi profissionais testando e ‘ensinando’ a IA a construir OKRs, inclusive, postando seus resultados nas redes sociais de forma orgulhosa. Já vi executivos falando de boca cheia que agora seus OKRs seriam construídos com a ajuda de software com IA. Porém, o resultado que vi, tanto na rede social, como no software, continua igual.

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Pedro Signorelli é especialista em gestão

O boom da Inteligência Artificial pelo mundo inteiro continua gerando polêmicas por onde passa, ao impactar diferentes áreas e segmentos. A mais recente está relacionada à IA de origem chinesa – a DeepSeek -, que vem dando o que falar, já que se apresenta como um modelo avançado, tendo a capacidade de realizar tarefas mais complexas e com custos operacionais em valor reduzido.

O lançamento da DeepSeek-R1, uma das versões da IA, fez com que o mercado – em especial o financeiro – ficasse abalado, e ações de empresas, como Microsoft e NVIDIA, registraram quedas expressivas em um curto período. Afinal, ninguém esperava o surgimento de um concorrente que se coloca em um patamar tão alto, trazendo abordagens aparentemente mais acessíveis e eficientes que o clássico Chat GPT, por exemplo.

No entanto, sempre costumo me questionar sobre a eficiência das inteligências artificiais. É inegável que funcionam e podem sim ser úteis em diversas tarefas e atividades do nosso dia a dia, facilitando alguns aspectos da rotina e tornando a entrega de determinadas atividades mais rápida e prática. Porém, será que as pessoas sabem o real impacto da IA no mercado brasileiro?

A verdade é que a maioria dos pontos envolvendo IA no Brasil ainda estão em uma fase de amadurecimento e podemos perceber isso diante da falta de habilidade das autoridades para lidarem com as questões, incluindo a sua regulamentação, que ainda não foi definida. Vejo muitas empresas curiosas e interessadas por tecnologias como a DeepSeek, diante de seus aparentes benefícios, mas sem saber ao certo como utilizá-la.

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Neste sentido, acredito que para que a Inteligência Artificial realmente impacte o mercado brasileiro de forma positiva é necessário sair do frenesi e pensar em investimentos em recursos e profissionalização de uma maneira racional. Porque a partir do momento que temos recursos, é viável ter uma estrutura melhor, o que possibilita a capacitação de talentos, que estarão qualificados para lidarem com os diferentes tipos de IA e as possibilidades que ela oferece.

De acordo com os balanços divulgados recentemente, os investimentos em inteligência artificial de grandes empresas como Amazon, Microsoft, Google e Meta devem chegar a US$ 320 bilhões em 2025. Isso só mostra que apesar do “susto” com a DeepSeek, as big techs americanas pretendem continuar investindo na tecnologia. Isso reforça a importância do Brasil também se colocar nessa corrida, para que não fique muito para trás.

No meu segmento, desde a explosão do ChatGPT quando foi lançado, vi profissionais testando e ‘ensinando’ a IA a construir OKRs, inclusive, postando seus resultados nas redes sociais de forma orgulhosa. Já vi executivos falando de boca cheia que agora seus OKRs seriam construídos com a ajuda de software com IA. Porém, o resultado que vi, tanto na rede social, como no software, continua igual.

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Ou seja, se não souber como usar a ferramenta, não vamos alcançar o benefício proposto pelo uso dela. Mais uma vez, dependemos primeiro da iniciativa livre dos cidadãos, afinal, temos vários capacitados para surfar esta onda e gerar valor para os indivíduos e para a sociedade. Do poder público, esperamos uma regulamentação e ajustes na legislação para que se possa colher os benefícios sem prejudicar os direitos individuais.

Pedro Signorelli é especialista em gestão

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