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A talidomida do Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro prestou um grande serviço à Pátria, ao levar tantos militares para o governo, pois, agora, estamos cientes da grande falha na formação dos nossos militares e na escolha e promoção deles. Afinal, o general de logística ganhou suas estrelas porque seus superiores julgaram que ele tivesse sólidos conhecimentos e experiência em Logística. Certamente, acreditam que ele seja um grande militar, enquanto vemos não é.

Assim como um médico tem capacidade para conhecer bons médicos, um péssimo médico não tem competência para avaliar nem o bom nem o mau, mas avalia todos como maus e considere-se a escol da elite. E verá as qualificações do bom médico como inúteis. Parece ser o caso desses militares que estão destruindo a Pátria.

Como já expliquei em outro artigo, a talidomida foi uma droga lançada pela empresa alemã Grünenthal, em 1957, para combater o enjoo matinal comum entre as grávidas e ainda contra a insônia, dores de cabeça e tosse. Em alguns anos de uso dessa droga, associaram-na ao nascimento de crianças com malformações graves. Boa parte dos bebês afetados não sobreviveu.

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Como vemos com a cloroquina, não é difícil perceber que muitos médicos agiram com negacionismo inacreditável, deviam pensar: tratei mais de cem mulheres e não nasceu nenhuma criança com problema algum. Esses também não entendiam de Estatística, nem de Método Científico, nem de teste duplo-cego… Em suma, eram fartos em estultícia. Certamente, houve políticos, como o presidente Bolsonaro, igualmente morosos, avessos aos saberes, que defenderam a talidomida: oras, não precisava ser cientista para ver o quão bom era. Certamente, seria uma conspiração para vender algum outro remédio mais caro.

Bolsonaro mandou o Laboratório do Exército fabricar mais de 3,2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina, cujo custo na Farmácia Popular é estabelecido em R$ 2,50. E os obedientes despatriotas desperdiçaram o Erário. Agora, o Nero de hospício quer gastar 250 milhões de reais para distribuir esse medicamento de graça.

Temos que lembrar que desde o dia 17 de julho, a Sociedade Brasileira de Infectologia analisou estudos (veja no site os detales) e orientou aos médicos infectologistas, diante das novas evidências científicas, É URGENTEE NECESSÁRIO que:

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a) a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da COVID-19;

b) os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais.

Estamos em dezembro e ainda tem muitos médicos e autoridades sanitárias defendendo essa pirita como se fosse realmente ouro, mas é apenas ouro de tolos. Cadê os deputados e senadores para acabar com essa pândega.

Em 23 de dezembro, o Butantan entrega a documentação para a ANVISA e poderia vacinar em 3 dias, já que a equivalente chinesa já aprovou para uso emergencial para os chineses e isso dispensa a necessidade da autorização da ANVISA. Ou seja, poderíamos ter a vacina do Butantan no dia 1º. de janeiro, um bom princípio de ano.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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