Agricultura sustentável é o caminho, mas faltam financiamentos e incentivos

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A COP29, que esta sendo realizada em Baku, Azerbaijão, trouxe à tona um dos grandes dilemas da agricultura global: como transformar o setor para que ele enfrente as mudanças climáticas sem comprometer a segurança alimentar e os meios de vida de milhões de produtores?

Esse é o foco da Casa da Agricultura Sustentável das Américas, espaço liderado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que reúne experiências e debates sobre sustentabilidade no setor agrícola.

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O consenso entre especialistas, ministros e lideranças presentes na COP29 é claro: adaptar a agricultura às novas condições climáticas não é opcional, mas a falta de incentivos e financiamento ameaça retardar essa transformação. Manuel Otero, diretor-geral do IICA, foi enfático ao afirmar que os agricultores estão dispostos a se comprometer com práticas sustentáveis, mas esbarram em um obstáculo central: o custo elevado da transição.

Entre as soluções apresentadas, tem se destacado a necessidade de novos marcos regulatórios que ofereçam previsibilidade e atratividade para investidores privados. Roberto Azevedo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, argumentou que os subsídios governamentais não são suficientes para financiar a mudança em países com orçamentos limitados. Segundo ele, uma estrutura regulatória que valorize produtos sustentáveis e ofereça garantias de remuneração pode atrair o setor privado para liderar essa transformação.

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Enquanto o cenário global destaca lacunas financeiras, iniciativas locais mostram que é possível progredir. O Brasil, por exemplo, apresentou resultados do Pronaf, que prioriza práticas agrícolas de baixa emissão. O ministro Paulo Teixeira relatou um aumento expressivo no financiamento para agricultura orgânica e agroecológica, além de uma redução no apoio a culturas transgênicas. Ainda assim, ele reconheceu que esses avanços precisam ser ampliados para impactar o setor como um todo.

Já na América Latina e Caribe, a adaptação continua sendo a maior prioridade. Gonzalo Becoña, do Uruguai, ressaltou que, enquanto a mitigação das emissões recebe a maior parte dos recursos internacionais, a resiliência dos agricultores às mudanças climáticas carece de atenção. Ele enfatizou a importância de fortalecer sistemas locais para acessar fundos internacionais e implementar projetos adaptativos.

Uma visão que permeou os debates foi a de que a transição climática na agricultura depende tanto de financiamento quanto de avanços tecnológicos. A inovação pode reduzir custos, melhorar a produtividade e acelerar a sustentabilidade. No entanto, como apontou Azevedo, o desenvolvimento de tecnologias exige uma abordagem dinâmica, onde novas soluções sejam constantemente integradas ao setor.

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Embora os desafios sejam significativos, a COP29 tem demonstrado que há vontade política e técnica para avançar. O verdadeiro teste será transformar compromissos em ações concretas, especialmente para garantir que os agricultores, muitas vezes os mais vulneráveis às mudanças climáticas, se tornem protagonistas de uma agricultura resiliente e sustentável.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social

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O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.

No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:

1185 do Setor Agropecuário
235 do Setor de Consumo
728 do Setor de Crédito
284 do Setor de Infraestrutura
720 do Setor de Saúde
655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços
886 do Setor de Transporte

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As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.

O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.

As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:

  • COAMO – R$ 26,07 bilhões
  • C. VALE – R$ 22,44 bilhões
  • LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
  • COMIGO – R$ 15,32 bilhões
  • COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
  • COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
  • COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
  • COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
  • INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
  • FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões

Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.

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A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.

Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.

Fonte: Pensar Agro

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