Opinião
Como aumentar os níveis de alfabetização no país?
A alfabetização é muito importante, principalmente para as crianças atípicas. Mesmo que tenham algumas dificuldades de aprendizado, quando aprendem a ler e escrever, isso faz uma diferença enorme em suas vidas. Elas conseguem se expressar e se comunicar, aprendem coisas novas de um jeito mais independente, sentem-se mais confiantes e conseguem participar de atividades sociais e escolares.
Dados recentes revelaram que o Brasil atingiu um patamar de 56% de crianças alfabetizadas no último ano. Esse resultado mostra que o país conseguiu alcançar desempenho anterior à pandemia de covid-19, período em que sabemos que a educação foi bastante prejudicada.
Há municípios que conseguiram alcançar resultados acima da média como 80,1% das crianças do segundo ano alfabetizadas. Dados que superam a meta estabelecida para 2030. É o caso de Perdigão que fica em Minas Gerais. Mas como podemos atingir dados tão importantes em todo país?
Sabemos que muitas vezes a capacitação oferecida pelas graduações ou magistérios não dão segurança nem uma metodologia para que isso seja feito de forma adequada. Saber quando ensinar a letra cursiva e como ensinar é uma dúvida presente no dia a dia de muitos profissionais da educação e pais que se interessam pelo tema.
A cidade de Perdigão, em Minas Gerais, está acima da média nacional e estadual em alfabetização. Para isso, profissionais de educação focaram em programas que incentivam a consciência fonológica, princípio alfabético, percepção visual, percepção auditiva, vocabulário, grafomotricidade, entre outros.
A capacitação ensina os professores a terem um melhor direcionamento. Além disso, faz com que eles se sintam mais seguros para aplicar técnicas em sala de aula visando uma alfabetização para crianças típicas e atípicas, como é o caso do programa Proleia, que foi aplicado no município.
É válido ressaltar que ela é a base de toda a aprendizagem. Ela não apenas capacita os alunos a compreenderem o mundo ao seu redor, mas também as ajuda a se expressarem e se comunicarem de maneira eficaz. Todos precisam estar alfabetizados até o final do segundo ano, no máximo. No entanto, muitos enfrentam desafios únicos ao longo desse processo.
Uma das principais diferenças entre o Brasil e em outros países é o acesso à educação de qualidade. Infelizmente, por aqui, muitas ainda não têm acesso a uma educação de qualidade desde a infância.
A alfabetização é muito importante, principalmente para as crianças atípicas. Mesmo que tenham algumas dificuldades de aprendizado, quando aprendem a ler e escrever, isso faz uma diferença enorme em suas vidas. Elas conseguem se expressar e se comunicar, aprendem coisas novas de um jeito mais independente, sentem-se mais confiantes e conseguem participar de atividades sociais e escolares.
Logo, para aumentar os níveis de alfabetização é necessário um trabalho em conjunto envolvendo toda a sociedade. Mais políticas públicas e investimentos para capacitação e cursos de aprimoramento para professores e participação dos pais com atividades que auxiliem nesse processo e incentivando os alunos típicos e atípicos a se desenvolverem da melhor forma possível.
Vale lembrar de que, hoje, a formação do professor em alfabetização não leva em conta a neurociência. Quando os profissionais da educação têm acesso aos materiais baseados em evidências científicas, eles entendem melhor o assunto e até mesmo mudam o olhar diante do magistério. Isso faz uma enorme diferença.
Luciana Brites é Psicopedagoga Luciana Brites, CEO do Instituto Neurosaber.
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ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
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