Conferência da ONU, no Azerbaijão, começa sob ameaça de veto de Donald Trump

Publicados

A COP29, Conferência do Clima da ONU, começou nesta segunda-feira (11.11), em Baku, no Azerbaijão, com a aprovação de um novo conjunto de diretrizes para um mercado de carbono global no âmbito do Acordo de Paris. Reunindo representantes de 198 países, a conferência tem como principal objetivo a criação de mecanismos que possibilitem transações de crédito de carbono entre países e empresas, permitindo um controle rigoroso e transparente dos compromissos climáticos.

A grande dúvida é se os compromissos desse encontro vão vlar a partir do ano que vem, já que a permanência dos EUA no Acordo de Paris pode estar em risco com a nova presidência de Donald Trump, conhecido por sua oposição ao tratado. Trump já declarou ser contrário a regulamentos climáticos que, segundo ele, prejudicam a economia americana. Com isso, há uma expectativa de que ele possa vetar ou dificultar o cumprimento dos compromissos firmados pela administração anterior, o que colocaria em xeque a participação dos EUA no avanço das metas globais estabelecidas.

Para o Brasil, o avanço nas negociações do mercado de carbono é crucial. A delegação brasileira, liderada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ressaltou a importância do financiamento para apoiar a preservação ambiental. “A criação de mecanismos de financiamento é essencial para que possamos transformar nossos compromissos em ações concretas,” afirmou a ministra, durante a cerimônia de abertura. O Brasil defende a inclusão de financiamentos internacionais para apoiar países em desenvolvimento na preservação de suas florestas e biodiversidade.

Leia Também:  Brasil anuncia meta climática ambiciosa para reduzir emissões entre 59% e 67% até 2035

Além disso, Alckmin aproveitou o evento para reforçar o apoio ao projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, atualmente em análise no Congresso. Ele destacou que o país conseguiu interromper o desmatamento no Cerrado, após cinco anos de alta, e que segue comprometido em liderar debates climáticos globais.

Nesta COP, chamada de “COP do financiamento”, os países desenvolvidos enfrentam o desafio de definir o novo objetivo de financiamento climático que substituirá a promessa anterior de US$ 100 bilhões anuais – valor que nunca foi cumprido. A meta é estabelecer um fundo sustentável para auxiliar países em desenvolvimento a cumprir suas metas climáticas, de modo a evitar o endividamento excessivo. Para o Brasil, é essencial que os recursos sejam fornecidos em condições acessíveis e que seja dada maior clareza sobre o que de fato é considerado “financiamento climático”.

O fundo proposto inclui a iniciativa “Fundo Florestas Tropicais para Sempre”, uma estratégia que visa remunerar nações que conservam florestas tropicais, oferecendo incentivos para que preservem suas áreas naturais. O mecanismo prevê pagamentos por hectare de floresta preservada e penalizações para áreas desmatadas, garantindo que os recursos possam ser usados para proteger a biodiversidade.

Leia Também:  Primavera começa neste domingo, sem previsão de grandes mudanças climáticas

O mercado de carbono estabelecido pela COP29 vai conectar compradores e vendedores de créditos de carbono, com o objetivo de reduzir o custo da implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), como são conhecidas as metas climáticas de cada país. Estima-se que o mecanismo possa diminuir esses custos em até US$ 250 bilhões ao ano, otimizando os esforços para atingir as metas de redução de emissões.

Ao final da COP29, o Brasil intensificará os preparativos para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. O governo brasileiro já anunciou investimentos de R$ 4,7 bilhões em infraestrutura para receber o evento, que deverá contar com cerca de 60 mil participantes de 193 países. As obras incluem melhorias em saneamento, macrodrenagem e restauração de prédios históricos, preparando a cidade para abrigar a maior conferência climática do mundo.

A COP29 em Baku é, portanto, um marco no caminho para uma economia global mais sustentável e destaca o Brasil como um protagonista nas negociações climáticas, buscando recursos e apoio para iniciativas ambientais.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Agronegócio

Balanço do Mapa mostra recorde em outubro, apesar de queda nas vendas para a China

Publicados

em

O agronegócio brasileiro registrou exportações recordes em outubro de 2024, alcançando a marca de R$ 82,36 bilhões, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O valor supera em 6,2% o registrado no mesmo mês de 2023, representando um acréscimo de R$ 4,84 bilhões. Com isso, o setor respondeu por 48,4% do total das exportações brasileiras no mês, contra 45,2% no ano anterior.

A China manteve a liderança como principal destino dos produtos agropecuários brasileiros, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha. Contudo, as vendas para o mercado chinês apresentaram queda significativa de 28,5%, totalizando R$ 20,18 bilhões, ou R$ 8,01 bilhões a menos que em outubro de 2023. A redução nas exportações de soja em grãos (-R$ 6,11 bilhões) e milho (-R$ 4,21 bilhões) contribuiu para essa retração.

Em contrapartida, houve aumento na exportação de outros produtos para a China, como carne bovina in natura (+32%, somando R$ 4,17 bilhões), celulose (+120%, alcançando R$ 3,51 bilhões) e açúcar bruto (+74,5%, com R$ 1,05 bilhão).

Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações do agronegócio somaram R$ 807,91 bilhões, uma alta modesta de 0,3% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar da elevação de 6,6% no volume exportado, a queda de 5,9% nos preços médios limitou o crescimento do valor total.

Leia Também:  Brasil anuncia meta climática ambiciosa para reduzir emissões entre 59% e 67% até 2035

Os principais grupos de produtos exportados no acumulado do ano foram:

  • Complexo soja: R$ 290,40 bilhões
  • Carnes: R$ 123,02 bilhões
  • Complexo sucroalcooleiro: R$ 95,92 bilhões
  • Produtos florestais: R$ 82,53 bilhões
  • Café: R$ 56,23 bilhões

Esses itens responderam por 80,3% das exportações do setor no período.

O desempenho de outubro foi impulsionado pelo aumento no volume exportado de açúcar bruto (+1 milhão de toneladas), farelo de soja (+452,56 mil toneladas), celulose (+423,43 mil toneladas) e carnes (+190,67 mil toneladas). Em termos de receita, destacaram-se os seguintes aumentos:

  • Carnes: +38,6%, somando R$ 15,12 bilhões
  • Açúcar: +14,5%, totalizando R$ 10,17 bilhões
  • Café: +61,1%, atingindo R$ 8,06 bilhões

Por outro lado, o complexo soja registrou queda de 22,8%, com receitas reduzidas para R$ 17,50 bilhões, enquanto o milho caiu 33,5%, totalizando R$ 7,21 bilhões.

Leia Também:  Agronegócio brasileiro fecha janeiro com mais um recorde: R$ 50 bilhões

 

As importações brasileiras de produtos agropecuários também alcançaram valores recordes em outubro, somando R$ 10,22 bilhões, um aumento de 29% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os principais produtos importados foram trigo (+68,9%, para R$ 788,08 milhões), papel (+24,4%, para R$ 534,54 milhões) e óleo de palma (+133,6%, para R$ 290,52 milhões).

Leia Também:  Primavera começa neste domingo, sem previsão de grandes mudanças climáticas

No acumulado de janeiro a outubro, o saldo da balança comercial do agronegócio ficou positivo em R$ 713,14 bilhões, ligeiramente abaixo dos R$ 726,55 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

Apesar da queda nas exportações para a China, o aumento no volume embarcado de várias commodities e o desempenho positivo em mercados alternativos consolidam o papel do agronegócio como motor das exportações brasileiras. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, o setor representa quase metade de tudo o que o Brasil exporta, com tendência de crescimento no volume e diversificação de produtos.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

VALE SÃO PATRÍCIO

PLANTÃO POLICIAL

ACIDENTE

POLÍTICA

MAIS LIDAS DA SEMANA