Conheça a história do Fiat Palio que foi comprado na Alemanha
Muitos brasileiros sonham com carros que só são vendidos na Europa. No movimento contrário, o brasileiro Lucas Toledo , que mora na Alemanha há sete anos, sempre sonhou em ter um carro exótico , e encontrou em um Fiat Palio perdido em Bremen , no noroeste da Alemanha, o modelo perfeito.
“Eu sempre tive curiosidade sobre carros brasileiros fora do Brasil, saber os diversos motivos pelos quais levaram esses carros únicos ao exterior. Na época que eu comecei a pesquisar sobre, o carro que apareceu mais vezes foi um Fiat Palio vermelho. Ao ler a matéria descobri que o carro estava em Bremen, justamente a cidade onde minha irmã morava e eu estava indo passar férias”, explica Lucas.
Antes mesmo de sair de casa, Lucas já havia entrado em contato com o vendedor para saber o estado geral do carro, conseguiu informações e fechou negócio por 2.300 Euros , o que daria R$ 12.367 na cotação atual. Segundo o proprietário, o pequeno hatchback contava com apenas 27 mil km rodados e tinha estado de zero km , até mesmo os pneus eram originais:
“O carro tinha os pneus originais de fábrica, Goodyear GPS made in Brazil. Por questão da idade dos pneus, eu coloquei outros novos, mas guardei os antigos GPS, pois pertencem à história do carro. Vim rodando para casa, foram 600km e o carro se comportou como um carro novo. Chegando em casa já pedi para minha mãe me mandar do Brasil o kit de correia dentada e de acessórios, comprei emblemas Fiat novos e originais, e também um kit do manual do proprietário”, detalha o novo dono.
Mas o que motivou Lucas a escolher um Palio? Segundo ele, é comum ver Porsches , Mercedes e até Ferraris e Lamborghinis nas ruas. O Palio consegue ser incomum, não custa caro, é barato de manter e possui fácil manutenção .
“Eu sempre quis ter um carro exótico. Aqui na Alemanha é comum ver Porsches, até mesmo Ferrari e Lamborghinis se vêem com mais frequência. Como eu já tenho um carro europeu para uso diário, o Palio ficou para passeios de fim de semana e hobby. Um carro exótico barato e fácil de manter, ao contrário de tudo o que se vem à cabeça quando se pensa em carro exótico”, conta.
Quando se fala em carros e Alemanha, muitos já pensam nas Autobahn – rodovias locais com trechos sem limite de velocidade -, e Lucas conta como foi sua experiência guiando o Palio e seus 66 cv :
“É muito fácil encontrar um trecho sem limite de velocidade, porém, só ando a 100km/h para não atrapalhar os outros, já que a velocidade que se mantém é de 130 km/h até o momento em que o carro aguentar. Já o Palio nem consegue chegar a 130 km/h, prefiro ir a 100 km/h e à direita mesmo”, esclarece.
Além das Autobahn , o circuito de Nürburgring é uma grande atração para os amantes de automóveis ao redor do mundo, e claro, Lucas levou seu Palio para uma volta na pista e conta como foi a experiência:
“Eu fui curtindo o passeio, já que o Palio não atinge grandes velocidades. O máximo que eu cheguei nele foi 120 km/h, de tão devagar que eu estava, teve gente que chegou a fazer duas voltas em mim”, relembra.
Mas será que um Palio na Alemanha chama atenção? Lucas conta que até percebe uns olhares diferentes e que algumas pessoas se interessam pela história do carro.
“Eu levei em um mecânico de confiança, ele achou bem interessante a história do carro. Na rua, geralmente quem gosta de carro mesmo que costuma olhar diferente. No mais, ele é facilmente confundido com um Fiat antigo qualquer, provavelmente confundido com um Fiat Panda. No centro estético, me perguntaram sobre o carro, viram que era um modelo diferente e acharam interessante, nunca tinham visto um Palio brasileiro antes”, afirma o brasileiro.
Mas, afinal, qual a história por trás desse Palio? Como ele foi parar na Alemanha ?
“Ele foi comprado em janeiro de 2007, na Fiat Itavema de São José dos Campos /SP, por uma empresa de exportação chamada Birkson International. Em março de 2007, o carro foi registrado aqui na Alemanha em nome da Shell Global Solutions , que assumo que importou o carro para estudar o motor flex que era novidade no mercado”, explica o proprietário.
“Depois de uns cinco anos com a Shell, ele passou para um particular, que em 2015 o vendeu ao dono da revenda de carros que eu comprei. O carro ficou de 2015 a 2023 parado no pátio. Ele estava anunciado no site mobile.de, famoso site de usados aqui na Alemanha, mas por ninguém entrar lá procurando Fiat Palio, ele não foi vendido”, concluiu Lucas.
Acessando o site, é possível ver alguns Palio e Palio Weekend à venda na Alemanha, e em um ótimo estado de conservação aparente, mas sempre da primeira geração.
A intenção de Toledo com o Palio é preservá-lo original, sem fazer grandes modificações visuais, usando o “exótico” Fiat somente em passeios de fim de semana e idas a encontros automotivos. Em breve, Lucas pretende postar na Internet o vídeo da volta do Palio no circuito alemão. Para acompanhar os próximos passos da aventura de dois brasileiros na Alemanha, siga @umpalionalemanha no Instagram.
Fonte: Carros
CARROS E MOTOS
Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
Fonte: Carros
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