Opinião
Contabilidade e a pandemia
Quem um dia poderia imaginar que as empresas seriam obrigadas a se reinventarem e realizarem mudanças em processos internos e principalmente na tão falada “cultura organizacional” sem ter como origem uma demanda estratégica ou em função de uma exigência legal oriunda das determinações do poder público por meio de alterações na legislação?
Não é fácil mensurar e muito mesmo de determinar com precisão quais serão as reais consequências deste tsunami chamado de “Covid-19” no mundo empresarial, haja vista imaginarmos que o trabalho de um simples cargo, como a de “copeira” ter tido a necessidade de ser avaliado e redesenhado. Agora, imaginemos a complexidade e a insegurança que profissionais dos recursos humanos, logística, suprimentos, marketing, produção, vendas, jurídico, financeiro, contábil e outros passaram e ainda estão passando, devido a pandemia insistir assombrar a população e neste caso a “economia brasileira”.
Neste momento, gostaria de expor um pouco deste imbróglio, usando como exemplo uma função de natureza imprescindível, pois ela se faz necessária em qualquer tipo de organização, seja ela de grande ou pequeno porte, bem como, por estar inserida na iniciativa pública ou privada. Não importa onde seja, a contabilidade é uma exigência legal.
Qualquer indivíduo com um mínimo de conhecimento sabe que a legislação tributária do Brasil é de difícil compreensão e provida de parâmetros legítimos que fazem do contador até o momento, um estudioso eterno e sem medo de novos desafios, pois todos sabem que a qualquer momento as regras do jogo mudam.
Se já era difícil acompanhar as mudanças na legislação sem a pandemia, diante do novo cenário, os profissionais desta área,assim que instaurado pelo governo as tais medidas de restrição e controle sanitário no país (março de 2020), se depararam com a necessidade imediata de rever softwares para atender as flexibilizações promovidas pelos governos estaduais e municipais e ainda pelo governo federal, e como se não bastasse, tiveram ainda que viabilizar investimentos em tecnologias para atendimento sem “home office” e promover mudança de cultura de relacionamento com os clientes. Enfim, o atendimento presencial estaria vetado.
A área contábil navegou no escuro em um primeiro momento para entender como seria o atendimento dos órgãos públicos que eram imprescindivelmente feitos em sua maioria de forma presencial e tal situação criou uma lacuna momentânea no entendimento e comunicação entre as partes.
Para garantir a legitimidade e eficiência dos serviços, a criação de grupos de estudos com foco no entendimento das novas diretrizes (prorrogação de prazos, medidas provisórias, decretos e outras flexibilizações), resumo e transmissão dasinformações aos clientes não foram uma opção, passaram a ser uma necessidade.
Não sendo diferente de outros negócios, vale salientar que a área também sofreu e vem sofrendo com inadimplência de seus clientes que tiveram as atividades econômicas afetadas com a política do “lockdown” (As enquadradas como “não essenciais”) e ainda tiveram que administrar o “stress” das suas equipes em consequência da sobrecarga de trabalho para promover tantas mudanças em um curtíssimo espaço de tempo.
Diz o ditado, “tempos difíceis criam pessoas fortes”, e é com esta afirmação que a área contábil, como a de outras áreas também, procuraram se reestabelecer para continuar cumprindo com suas obrigações nas formas e prazos legais, porém, agora contando com:
– Equipes nos escritórios e em home office, fazendo jus a novas ferramentas de relacionamento com os clientes que antes eram predominantemente presenciais.
– Uso de novas tecnologias, com a integração dos sistemas de informação e controle as novas demandas.
– Equipes com hábitos de higiene e distanciamento, que neutralizam os riscos de contágio pelo COVID-19, enquanto persistir a ameaça da circulação do vírus nos ambientes.
– Novos desenhos para rotinas simples, como a do envio e recebimento dos documentos e informações junto aos clientes e ao poder público.
Contudo, é unânime entre os profissionais da área que as mudanças vieram para ficar e todos aguardam que haja uma melhora contínua das práticas contábeis e que ampliem mais o atendimento virtual para serviços prestados pelos órgãos do governo.
Enfim, mais que a necessidade de sobreviver a isso tudo, está a satisfação em poder lidar com paradigmas e saber que o profissional contábil tem capacidade técnica e emocional, para manter-se ativo e prestigiado junto a sociedade.
Leo Moreira é empresário do ramo de serviços e Professor de Graduação e Pós Graduação
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ARTIGO
Colaboradores desmotivados não entregam bons resultados
De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.
Falar sobre ‘motivação’ no ambiente de trabalho sempre gera discussão, afinal, as pessoas podem se sentir motivadas por motivos diferentes e únicos, o mesmo vale para quando começam a se sentir desmotivadas também. Porém, existem situações que não são mais aceitáveis como propulsores de motivação e que os donos, gestores e líderes deveriam repensar totalmente antes de insistirem em continuar implementado.
E com ‘situações que não são mais aceitáveis’, estou me referindo a instalação de alguns itens que considero pura distração e que se analisarmos friamente, não acrescentam de nada para que um colaborador se sinta mais motivado ou não. Seja sincero: você acha que ter um escorregador, uma mesa de ping-pong ou até mesmo um vídeo game são fatores motivacionais? Esses itens me parecem mais para distração do que para motivação.
Existem milhares de coisas que podem ser oferecidas que promoveriam de fato motivação, e a principal é: condições de trabalho adequadas. As pessoas querem que o ambiente de trabalho seja um local que preze pelo bem-estar delas e que forneça todas as ferramentas necessárias para que possam exercer suas funções de maneira correta para atingir o resultado final. Pois é, mesmo repetindo várias vezes, parece que continuamos sem acreditar que colaboradores desmotivados não entregam bons resultados.
De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.
Então, a pergunta que não quer calar: como manter o time motivado? Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, podem ajudar bastante, pois priorizam as pessoas em diversos âmbitos e não, não é papo de abraçar árvores. Ao colocar os colaboradores para participar dos processos e fazer com que saibam como estão impactando a empresa, os OKRs incentivam que o potencial existente seja explorado, fazendo inevitavelmente com que sejam mais produtivos.
Aliado a isso, a ferramenta propõe o aumento da clareza e do foco, o que vai fazer com que os integrantes da equipe consigam enxergar o que precisa ser feito e o que eventualmente precisa ser melhorado, ficando todos na mesma página. Isso provoca a melhoria do clima da organização, já que os colaboradores passam a ter autonomia para dar ideias e também tomar decisões, fazendo um bom trabalho em equipe e estando em sintonia com os líderes.
A verdade é que além das boas condições de trabalho que precisam ser oferecidas, a real motivação está ligada ao reconhecimento dos colaboradores por parte da liderança, que a partir do momento que passa a enxergar aquelas pessoas e estimular que se desenvolvam, veem uma mudança de comportamento. Afinal, todos nós queremos ser reconhecidos pelo o que fazemos, tendo recompensas positivas ao conseguir entregar bons resultados.
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Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão
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