Covid-19: Rio negocia abertura de 300 leitos em hospitais federais

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está negociando, desde a semana passada, com o governo federal a abertura de 300 leitos na cidade. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a rede federal tem 800 leitos com potencial de abertura na cidade, que estão inativados por falta de recursos humanos e que, se incluídos na rede de regulação, aumentariam a capacidade instalada.

O pedido do prefeito é para uso dois hospitais federais – da Lagoa e de Ipanema – para aumentar a quantidade de vagas destinadas a pacientes com covid-19. “Vamos tentar avançar nisso”, disse Paes, ao apresentar o 11º Boletim Epidemiológico, que traz as taxas da doença na capital e faz uma análise de risco para cada uma das 33 regiões administrativas da cidade. Segundo o prefeito, os hospitais da Lagoa e de Ipanema são unidades prontas, preparadas com toda a infraestrutura, para que, no mínimo, o governo federal disponibilize ao estado, à prefeitura e, em parceria com a iniciativa privada, a abertura de mais leitos..

De acordo com o secretário Daniel Soranz, o governo federal já se comprometeu com a abertura imediata de 10% dos 800 leitos inativados. E a discussão avança nesta semana para que se abram 300 leitos. “Nossa recomendação é que se abram os leitos, que são recém-reformados, de boa qualidade e têm boas estruturas físicas, que melhorariam muito o desempenho clinicoassistencial.”

A capital registra, atualmente, o maior número de internações em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) desde o início da pandemia. A evolução de leitos ocupados mostra que, na quarta-feira passada (17), da capacidade instalada de 776 leitos, 679 estavam operacionais, ou seja, em uso.

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Soranz disse que o crescimento do número de internações registrado no momento ocorre mesmo com a quantidade de leitos atual, que é maior, se comparada à que existia no auge da pandemia, quando a rede contava ainda com hospitais de campanha, que não estão mais funcionando. “Estamos com a maior capacidade instalada de leitos de CTI [ centro de terapia Intensiva] funcionando desde o início da pandemia e temos também o maior número de pessoas internadas em CTI desde então.”

Eduardo Paes afirmou que esse dado mostra o equívoco da abertura dos hospitais de campanha no ano passado, que ficaram prontos após o pico de internações. Ele destacou que a rede federal dispõe, hoje, de cerca de 300 a 350 leitos que poderiam ser abertos e fez um apelo ao Ministério da Saúde pela abertura e colocação destes na regulação estadual. “Ninguém precisa fazer hospital de campanha na cidade do Rio de Janeiro. O hospital de campanha sempre foi desnecessário na cidade”, enfatizou Paes, ao lembrar que a a prefeitura abriu 100 leitos na última semana.

De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia, boa parte das internações diárias é de pacientes com sintomas da síndrome respiratória aguda grave (SARS), cujo grande aumento nos últimos dias “chama a atenção”. O atendimento de casos de síndrome gripal e da SARS em unidades de urgência e emergência aumentou quase 25% nos últimos 14 dias.

Garcia disse que o aumento do número de pacientes nas unidades de emergência e urgência é um dado importante, porque as avaliações são mais próximas da realidade do momento, mas destacou que a análise de outros dados de períodos anteriores já indicava uma elevação de casos da doença na capital. “Depois de um decréscimo de casos, observando-se a média móvel, o aumento nas últimas semanas caracteriza uma nova inversão no formato da curva, que começa a aumentar também em relação aos óbitos.” Ele explicou que, como se usam os dados de internação e assistência, o sistema de vigilância tem um processo de trabalho e que “isso aparece posteriormente”.

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Variantes preocupam

A circulação de novas variantes do novo coronavírus na cidade também preocupa a prefeitura, porque isso tem provocado o agravamento dos casos. Com base nos registros confirmados pela Fundação Oswaldo Cruz, foram identificados nesta semana 11 novos casos, sendo nove de moradores da capital. Ao todo, já são 54 casos no município, sendo 22 em moradores da cidade, 24 de pessoas que vivem em Manaus, três de Rondônia e cinco de outros municípios.

“Temos uma nova variante do vírus circulando intensamente na cidade, e uma nova variante que pode ser mais grave que a anterior”, alertou o secretário de Saúde. “Tem que ter consciência e ficar em casa, tem uma nova variante do vírus circulando. As pessoas vão morrer. Não saiam, evitem qualquer tipo de exposição desnecessária. A regra é muito clara.”

Números

Conforme os últimos números, neste ano, o Rio registrou 24 841 casos de covid-19, dos quais 4.889 eram graves, e 1.760 pessoas perderam a vida.

A taxa de incidência é de 372,9 por 100 mil habitantes, a de letalidade, de 7,1, na mesma proporção, e de 26,4 na taxa de mortalidade, também por 100 mil habitantes.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Saúde

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SAÚDE

Encontro promove troca de experiências internacionais no cuidado a pessoas com sífilis

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O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) promoveu, na terça-feira (11), o webinário Atuação da Enfermagem na Atenção às Pessoas com Sífilis – Relatos de Experiências. O evento, moderado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em cooperação internacional com o Ministério de Saúde e Bem-estar Social do Paraguai, reuniu profissionais e gestores de enfermagem do Brasil e do Paraguai, proporcionando um espaço para a troca de experiências sobre as melhores práticas no tratamento da sífilis

Durante o evento, a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis brasileira destacou a relevância da troca de experiências entre os profissionais de Saúde entre os dois países para a atualização das práticas de prevenção e manejo da doença, principalmente em gestantes e populações mais vulnerabilizadas, destacando a participação ativa dos profissionais de enfermagem e a colaboração internacional para fortalecer o combate à sífilis na América Latina. 

As representantes do Paraguai, enfermeiras Lucia Belém Martinez Alderete e Alan Nícolas Ascona Gonzales, compartilharam experiências no combate à sífilis congênita, com foco em estratégias de monitoramento e gestão. No Brasil, a enfermeira Ivani Gromann apresentou o trabalho realizado na Atenção Primária à Saúde em Cacoal (Rondônia), enquanto o enfermeiro Erasmo Diógenes discutiu as abordagens no atendimento de pessoas em situação de rua em São José do Rio Preto (São Paulo) e Maria Alix (Ceará) sobre o uso racional da penicilina. 

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O webinário também destacou os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde – especialmente em relação à interpretação de exames e à avaliação de cicatrizes sorológicas, que podem levar à tratamentos inadequados, principalmente em gestantes. 

Outro ponto discutido foi o uso racional da penicilina no tratamento da sífilis, um medicamento regulamentado para prescrição pela enfermagem, mas que ainda enfrenta desafios para garantir que todos os profissionais de saúde estejam qualificados para utilizá-la corretamente. 

Em relação ao atendimento a pessoas em situação de rua, foi apresentado o modelo de cuidado desenvolvido em São José do Rio Preto, enfatizando a distribuição de kits de saúde e a realização de exames no local. 

Swelen Botaro e João Moraes
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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