Opinião
Culpa e redenção pessoal

Os conflitos internos necessitam de ajustes para desafogar a consciência e o pensamento íntimo. A culpa representa este mecanismo que, se remoído e relembrado na inação acaba provocando mais danos ao sistema. Por outro lado, ela não pode ser esquecida. A transgressão exige o reparo e a ação edificante que enobrece e redime o ser em ocasiões futuras. Se as águas passadas já não movem o moinho, como se diz no provérbio popular, o pensar, orar e trabalhar para dias melhores configura a ação prática e destemida.
Culpar-se por ter feito o que não devia apenas cria pensamentos fixos que entorpecem o sentido e os sentimentos, acabando por diminuir o entusiasmo para as ações retificadoras. O melhor é sermos práticos e perdoar e pedir perdão, libertando todo o mal de nós mesmos, como faxina higiênica dos pensamentos e sentimentos, de modo a privilegiar os novos ares e opções. Quem se desapega, fica com o mundo interior mais leve e sem conflitos, o que permite o trabalho para a reconquista, agora com o apoio de todo o universo. O mundo conspira a favor dos que buscam se renovar, tal como na parábola do filho pródigo.
Seguir, sem remorsos ou culpa é a solução adequada. Para isso, é vital conhecer os ensinamentos do mestre Jesus Cristo, para ter a segurança no caminho. Ações positivas e libertadoras permitem cultivar o pensamento íntimo com zelo e esta será a grande recompensa para os filhos de Deus. Ter a consciência limpa e pacificadora configura o tesouro dos céus, mas conquistadas com o trabalho, o suor, as lágrimas e o amor na terra.
Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
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ARTIGO
Falta erudição na política
A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade, ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.

Nada mais deprimente do que assistir o nível da classe política contemporânea: rasa, ignorante, parva e ignóbil, dentre outros adjetivos.
Fenômeno este que atinge todo o mundo e que demonstra o retrocesso civilizatório pelo qual passa a humanidade.
A transformação do exercício político em “espetáculo” – muitas das vezes grotesco e de baixo nível – é a decorrência da escravização dos likes e da lacração impostos pelas redes sociais à sociedade.
O vulgar, o embuste, a incultura a desinformação, a deserudição e a agressividade são as regras e não as exceções da ascensão meteórica de “imbecis” à arena política.
Estes lacradores são incapazes de conjugar mais de um verbo, ou simplesmente organizar um raciocínio linear coerente; projetos, então, são um verdadeiro suplício. Desprezam as experiências pretéritas, desconhecem a historicidade das instituições, debocham dos exemplos, e são soberbos de sua estupidez; porém são ligeiros na prática do parlapatão, do charlatanismo e do engodo.
Neste cenário está em extinção o grande orador, o conhecimento, o debate profícuo e respeitável, o exercício saudável do contraditório baseado em visões de sociedade.
Substituímos o conhecimento pela ignorância, o decoro pela descompostura, a oratório pela linguagem vulgar, os princípios iluministas pelo obscurantismo, a verdade pela fake news, a cortesia pela boçalidade, a ideia pelo vazio, a seriedade pela molecagem.
Isso tudo sob os holofotes da imbecilização da sociedade que compartilha, aplaude e viraliza os horrores ruinosos dos lacradores.
A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade, ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.
O exercício da política sem o mínimo de erudição, ou simplesmente, à mercê fútil e grotesca dos likes condena irreversivelmente nosso presente e nosso futuro, afinal não podemos almejar um presente ou um futuro melhor se somos representados ou dirigidos por imbecis ignorantes, escravos dos likes e da deserudição, afinal falta erudição.
Henrique Matthiesen é formando em Direito co pós-graduação em Sociologia
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