A demanda global por farelo de soja registrou aumento significativo na última semana, refletindo diretamente nas negociações brasileiras. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização dos contratos futuros na Bolsa de Chicago (CME Group) incentivou compradores a formalizar novos contratos do tipo “frame”, que contemplam entregas de médio a longo prazo, mesmo entre aqueles que já possuem estoques elevados.
“O cenário reforça o interesse por proteína vegetal no mercado internacional e confirma a competitividade do farelo de soja brasileiro”, destacam os analistas.
Mercado da soja em grão apresenta baixa liquidez
Enquanto o farelo de soja se valoriza, o mercado brasileiro da soja em grão manteve liquidez reduzida. Produtores concentraram-se nas atividades de campo, atentos ao déficit hídrico, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Embora as chuvas recentes tenham permitido o avanço do plantio, ainda há necessidade de maior umidade para garantir o desenvolvimento das lavouras. Estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul seguem com preços e plantio variando conforme a logística, demanda local e condições climáticas:
- Paraná: Em Paranaguá, a soja chegou a R$ 139,30/sc, enquanto em Maringá foi registrada a R$ 132,80/sc.
- Rio Grande do Sul: Preços no interior variaram de R$ 120,00 a R$ 131,00/sc, dependendo da região.
- Santa Catarina: Porto de São Francisco do Sul cotado a R$ 138,55/sc, refletindo forte demanda para exportação.
- Mato Grosso do Sul: Preços estáveis em Dourados, Campo Grande e Maracaju, próximos a R$ 125,30/sc.
- Mato Grosso: Maior produtor do país, enfrenta desafios logísticos; preços variaram de R$ 120,30 a R$ 127,40/sc em diferentes localidades.
Acordo comercial entre EUA e China eleva preços da soja em Chicago
O mercado da soja na Bolsa de Chicago reagiu positivamente ao acordo entre China e Estados Unidos, que abrange terras raras e outros temas estratégicos. Na manhã de segunda-feira (27), os contratos futuros subiram entre 13,75 e 16,50 pontos, com o janeiro a US$ 10,77 e maio a US$ 10,99 por bushel.
Apesar de a soja não estar diretamente incluída nos termos do acordo, o otimismo nas negociações entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping contribuiu para a valorização. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que as negociações paralelas à cúpula da Asean reduziram o risco de tarifas adicionais sobre produtos chineses, reforçando as expectativas positivas.
Além da soja, milho, trigo e algodão também registraram ganhos em suas cotações, enquanto as ações chinesas atingiram máximas em 10 anos devido ao clima positivo para negociações comerciais.
Fechamento da semana em Chicago
Na última sexta-feira, os contratos da soja em Chicago fecharam em queda devido à realização de lucros, mas o otimismo com o acordo comercial limitou as perdas:
- Soja em grão: Novembro/25 recuou 0,28%, fechando a US$ 10,41 3/4 por bushel; Janeiro/26 caiu 0,16%, a US$ 10,60 por bushel.
- Farelo de soja: Dezembro/25 avançou 0,61%, a US$ 294,10 por tonelada.
- Óleo de soja: Dezembro/25 fechou a 50,27 centavos de dólar por libra-peso, recuando 1,17%.
O cenário internacional, aliado à demanda por farelo e ao avanço do plantio no Brasil, aponta para semanas de atenção ao mercado, com forte influência das condições climáticas e das negociações entre as maiores economias globais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio









































