Pandemia

Em Goiás, espera por UTI de Covid-19 se prolonga

Apenas 13,4% dos pedidos de leitos para casos graves na rede estadual de Saúde foram atendidos em até 24 horas em 28 de fevereiro, o pior dia desde o início da epidemia

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O Complexo Regulador Estadual (CRE) de Goiás registrou no dia 28 de fevereiro o pior índice de atendimento a pedidos feitos pelos municípios de leitos de UTI para Covid-19 na rede estadual. Das 67 solicitações feitas, só 9 foram atendidas em até 24 horas, o que é 13,4% do total. Até então, a data com menor porcentual era 20 de agosto, quando a rede precisava encontrar vaga para 113 pacientes, mas conseguiu apenas 36 (31,9%).

O porcentual de atendimento registrado no dia 28 de fevereiro é o pior desde que o primeiro paciente foi internado em um leito de UTI na rede estadual, no dia 26 de março, na inauguração do Hospital de Campanha de Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) de Goiânia. E é reflexo de uma situação que vem se agravando desde o dia 20 de fevereiro, última vez em que o CRE conseguiu achar um leito para mais de 60% das solicitações feitas em um único dia.

A dificuldade coincide com a alta taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede, que tem ficado acima de 90% há dias, chegando ao recorde de 97,05% na manhã desta segunda-feira (1º).  “(Tem a ver com) Disponibilidade de leito. Quando tem o leito, a questão da regulação acaba acontecendo de forma mais rápida. Mesmo com todo o esforço que temos feito para aumentar a oferta de leitos, essa taxa (de ocupação) está alta. A gente tem operado entre 90% e 95%. Isso atrasa todo o processo”, explicou Sandro Rodrigues, superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

A última semana epidemiológica de fevereiro também registrou indicadores baixos de atendimento a pedidos de leitos (veja quadro). Enquanto a média de solicitações entre 21 e 27 de fevereiro ficou em 63 por dia, o de pacientes encaminhados para leitos da rede estadual foi de 27, ou seja, para 42,8% dos casos apenas. Para se ter uma ideia, na pior semana da primeira onda, entre os dias 23 e 29 de agosto, a média de pedidos ficou em 108 e a de atendimento em 24 horas em 72 (66,5%).

A última vez que a SES-GO conseguiu ofertar em 24 horas mais de 50 leitos de UTI foi no dia 12 de janeiro, mas nos 38 dias seguintes só em 6 o total de pedidos feitos pelos municípios passou esta marca. Já do dia 20 de fevereiro para cá, isso aconteceu em 9 dos 10 dias seguintes.

A situação atual é bem diferente da realidade de meados de janeiro e de fevereiro deste ano, quando a taxa de atendimento quase sempre acima de 70%, chegando várias vezes a superar os 80%. Dos 10 dias com maiores taxas, 5 são neste período.

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Dificuldade tem a ver com nível de ocupação

O superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Sandro Rodrigues, explica que o principal desafio da pasta para encontrar leitos de UTI em tempo hábil para os pacientes encaminhados pelos municípios está na alta taxa de ocupação registrada nos últimos dias. Sempre acima de 90%, mesmo com o governo estadual tendo conseguido neste ano ampliar o total de vagas para casos graves acima do que foi ofertado durante o auge da primeira onda, no segundo semestre de 2020.

Além disso, outro complicador é o perfil dos pacientes. Dependendo de certas peculiaridades, como faixa etária ou comorbidades, nem todos os leitos são disponíveis para quem precisa. Os casos mais graves, por exemplo, como pessoas que precisam passar por uma cirurgia ou enfartaram, costumam ser atendidos só em duas unidades em Goiás, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG-GO) e a Santa Casa de Goiânia, e ambas são reguladas pela rede municipal de Goiânia.

Justamente por este último fator, Sandro diz que é difícil estipular um tempo médio máximo de espera na fila por UTI. Mas com menos vagas disponíveis, já que a taxa de ocupação está em um nível recorde, a dificuldade é maior em achar leitos para estes pacientes com características específicas. “Esse tempo máximo é muito variado porque depende das necessidades dos pacientes”, afirma.

O superintendente explicou também que o problema atinge a todas as regiões de forma igualitária, uma vez que um paciente pode ser encaminhado para qualquer unidade da rede estadual que tenha vaga, independentemente se é perto ou não de sua cidade. “A vaga vai saindo conforme a disponibilidade do HCamp e do perfil do paciente”.

A média de tempo de internação em leitos de UTI tem sido a mesma desde a primeira onda, entre 10 e 11 dias. De acordo com Sandro, não houve uma diferença importante neste quesito nas últimas semanas, mas ele não descarta a possibilidade de que as novas variantes do coronavírus possam interferir futuramente. “A gente ainda não sabe se estas novas variantes estão trazendo uma nova diferença ainda, porque ainda não são a maioria dos casos, vai ser observado nos próximos dias.”
Sandro argumenta que o governo estadual tem atuado de uma forma recorde na expansão dos leitos de UTI e que isso tem ajudado a equalizar a demanda e a oferta, mesmo com o aumento da procura no fim de fevereiro. O governo acredita que a onda de novos casos deve seguir aumentando em março e o superintendente diz que o trabalho de ampliação continua, citando a ampliação em mais seis leitos no Hospital das Clínicas de Jataí, regulado pelo Estado.

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Nesta terça-feira (2), o Jornal Anhanguera 2ª edição informou que a SES-GO disse que cem pessoas estavam na fila aguardando por um leito de UTI, número considerado elevado e diretamente relacionado a esta dificuldade em conseguir, em tempo hábil, uma vaga regulada.

O superintendente reforçou também um alerta que tem sido dado pelo governo estadual de que a pandemia não se combate apenas com abertura de leitos. “A abertura de leitos é muito mais para resolver um problema que já aconteceu, que seria a contaminação por Covid-19”, disse. Ele usa uma metáfora para explicar esta situação, a de uma torneira aberta com o Estado colocando copos embaixo para a água não molhar o chão. “O problema não é ter mais copo, mas fechar a torneira”.

Duas regiões do Estado se destacam com demanda maior

Apesar de o problema da falta de leitos na rede estadual atingir todo o Estado, na conta do mapa de calor da Covid-19, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), algumas regiões aparecem em situação mais crítica que as outras. Isso porque são as que mais demandam por vagas em hospitais regulados pelo governo goiano.

A região que atualmente aparece mais crítica em relação a pedidos de leitos é a Sudoeste I, onde ficam 18 municípios, entre eles Rio Verde e Santa Helena de Goiás. Em seguida, aparece a Oeste II, com 13 cidades, sendo a maior São Luís de Montes Belos.

Na semana anterior, quando o mapa de calor calculava não a incidência de solicitações, mas a variação, as regiões que apareciam em destaque eram a Oeste I, com 16 cidades, entre elas Iporá, e Nordeste II, onde ficam Posse, São Domingos e outros nove municípios.

O mapa de calor também mostra que quando se separa os leitos da rede estadual nas 18 regiões, duas delas estão na pior situação, o Entorno Norte, onde fica o Hospital de Campanha (HCamp) de Formosa, e a São Patrício II, que tem entre as oito cidades Jaraguá e Goianésia. Com OP

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ESTADO

Daniel Vilela reafirma compromisso do Governo de Goiás no combate ao antissemitismo

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O vice-governador Daniel Vilela reafirmou, nesta quarta-feira (12/03), o compromisso do Governo de Goiás em combater a discriminação contra o povo judeu e ampliou a cooperação do Estado com Israel em áreas estratégicas.

Ele participou do workshop Antissemitismo e Contra-Ação, promovido pela Embaixada de Israel no Brasil. O evento reuniu representantes das forças armadas, do Judiciário e da educação goiana, contando com as presenças do embaixador israelense Daniel Zonshine e do professor Uriya Shavit.

A iniciativa se soma a uma série de ações que têm aproximado Goiás de Israel desde a adesão do Estado à Aliança Internacional para a Recordação do Holocausto (IHRA), em fevereiro de 2024. No evento, realizado no auditório do Detran-GO, em Goiânia, o vice-governador destacou que a parceria vai além do simbolismo.

“Goiás tem reforçado seu compromisso com o combate ao antissemitismo e, ao mesmo tempo, ampliado a colaboração com Israel em setores fundamentais para o desenvolvimento do nosso Estado. É um esforço concreto para trazer inovação e tecnologia que beneficiem a sociedade goiana”, afirmou Daniel Vilela.

Entres os principais resultados da parceria está o programa de , que utiliza tecnologia israelense para impulsionar a agricultura em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“A expertise de Israel em irrigação e reuso de água pode transformar assentamentos e comunidades rurais goianas, garantindo sustentabilidade e maior produção agrícola”, explicou o vice-governador.

Biodigestor

Outro avanço na cooperação foi a doação de um biodigestor israelense para a Escola do Futuro de Valparaíso, permitindo a conversão de resíduos orgânicos em energia limpa. Segundo Daniel Vilela, a Escola do Futuro já se destaca por sua baixa evasão escolar e agora se tornará um modelo para o uso de tecnologias sustentáveis.

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O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, enfatizou a relevância dessa parceria.

“Goiás foi pioneiro no Brasil ao aderir à definição da IHRA, e essa liderança se reflete também no fortalecimento da cooperação em outras áreas, como agricultura, segurança e inovação”, destacou.

Fonte: Governo de Goiás

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