Saúde
Estado reserva 2ª dose de vacina, mas com incerteza
Goiás recebeu 183 mil unidades da vacina em momento crítico, com alta de 18% nos pedidos de internação, mas avanço da campanha de vacinação depende de novas remessas
A vacina Coronavac chegou finalmente a Goiás como noticiado pelo Jornal do Vale em um momento crucial da epidemia do coronavírus no Estado. O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, diz que estamos pelo 18º dia em uma “subida sustentada” no número de internações, o que deixa o governo em “estado de alerta”. Neste período, as internações subiram 18%, segundo ele. Isso somado ao fato de que as doses que chegaram são direcionadas a um público bastante específico e não há perspectiva de novas remessas pelo Ministério da Saúde fez com que o governador Ronaldo Caiado (DEM) intercalasse doses de esperança e cautela nas diversas entrevistas que deu nesta segunda-feira (18) para divulgar a vacina.
Existe risco de atraso na chegada de mais vacinas da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e da entrega da vacina AstraZeneca/Oxford, seja a importada de um laboratório na Índia, seja as desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por isso, o governo estadual, seguindo orientação do Ministério da Saúde, vai armazenar metade das 183 mil doses da Coronavac que chegaram nesta segunda-feira (18) na central estadual da rede de frios para garantir que a população alvo desta primeira fase de vacinação receba a segunda aplicação do imunobiológico
Foi um dia marcado por eventos simbólicos promovidos pelo governo estadual, um deles em parceria com o Ministério da Saúde. Logo pela manhã, Caiado foi a Guarulhos para “receber” as doses da Coronavac junto a outros governadores. De volta a Goiânia, deu uma entrevista no hangar do governo estadual. Às 16h30, aplicou a primeira dose da vacina em solo goiano em Anápolis e, em seguida, no Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, da rede estadual, e no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), também na capital.
Em suas falas, o governador ressaltou o caráter simbólico do dia, por ser a vacina uma “saída real para o combate” ao vírus e porque neste primeiro momento as doses serão aplicadas apenas em idosos e portadores de deficiências abrigados em instituições de longa duração (9,3 mil pessoas), índios que vivam em aldeias (325) e profissionais de saúde que atuam na “linha de frente” (77,6 mil), grupo que gira em torno de 87 mil pessoas. Existe a previsão de “perda técnica” de até 5% das doses.
O governador destaca que, até então, a população estava sendo tratada de forma a evitar a contaminação ou então minimizar o impacto da infecção, mas agora há algo para enfrentar o vírus de forma “definitiva”. Ele também falou da “esperança e a alegria de saber que (a vacina) já é uma realidade, que já está em solo goiano”.
A vacinação deve começar oficialmente na quarta-feira (20) nos municípios. Algumas prefeituras, como Anápolis, prometem começar nesta terça (19). A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, disse que as doses da Coronavac já foram encaminhadas para todas as regionais nesta segunda e que, em alguns casos, por causa da distância, o material deve chegar no dia seguinte. Ainda segundo ela, a terça-feira será de capacitação com os profissionais da saúde das prefeituras.
Ainda segundo Flúvia, a SES-GO decidiu que a segunda dose seja aplicada em quatro semanas por considerar um período fácil de o cidadão lembrar. A orientação do laboratório é que seja aplicada em um período de no mínimo 14 dias e no máximo 28, sendo que quanto mais demorado for o intervalo, mais eficaz é a imunização.
Linha de frente
Como o grupo alvo nesta primeira remessa é bastante reduzido, a SES-GO orienta que os municípios montem equipes volantes para irem até os locais em que as pessoas estejam, inclusive os profissionais de saúde da linha de frente.
Alexandrino explicou que são considerados profissionais da saúde “na linha de frente” todos aqueles que atuam em hospitais dedicados ao tratamento de Covid-19, não sendo necessária a formação na área, podendo então ser do faxineiro e segurança ao médico e enfermeiro, e também profissionais que atuam em outras unidades de saúde, mas desde que tenham contato direto com pacientes com Covid-19, como motoristas de ambulância.
Ao todo, estima-se que Goiás tenha 206 mil profissionais de saúde, mas apenas 30% atuem diretamente com pacientes de Covid-19. Por isso, neste primeiro momento, as doses enviadas pelo Ministério da Saúde serão suficientes, afirma o titular da pasta.
Impasse
O impasse sobre novas remessas se deve a dois problemas: desencontros na compra de 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca produzida na Índia pelo governo brasileiro e a falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), insumo essencial para produção das vacinas pela Fiocruz e pelo Butantan. O IFA vem da China e a demanda está congestionada. Atualmente, o instituto paulista tem condições de produzir mais 4,8 milhões de doses da Coronavac até o fim deste mês.
Caiado diz que conforme cheguem novas remessas, elas serão destinadas a novos públicos, mantendo o material que chegou nesta segunda-feira reservado para a segunda aplicação dos primeiros vacinados. “Sabemos da limitação neste primeiro momento. Não temos a data precisa de quando teremos mais doses da Coronavac”, comentou.
Ele destacou que neste primeiro momento não será uma vacinação aberta para a população, mas direcionada, e afirmou que com a chegada do IFA o Butantan e a Fiocruz terão condições de produzir, respectivamente, 1,5 milhão de doses das vacinas por dia. “Serão 45 milhões de doses, o que dará um impacto significativo e um combate real à proliferação do coronavírus”.
Impacto
Alexandrino explica que neste primeiro momento não haverá um impacto com a vacinação na disseminação da Covid-19 devido ao baixo número de doses existentes, mas que a aplicação da vacina ajudará na redução de óbitos por estar sendo direcionada a um público considerado de alto risco. No caso dos profissionais de saúde, entretanto, poderá haver alguma redução na incidência de casos por ser um grupo que mantém contato direto e constante com pacientes infectados.
O titular da SES-GO pede que todos os que vacinarem informem o endereço correto, mesmo que não estejam em suas cidades de origem e reforça que não haverá preterimento de ninguém, desde que esteja devidamente enquadrado no grupo de risco atendido. Ele diz que foi criado um canal para denúncias e que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) estará dando apoio na fiscalização. “Não será tolerado se arvorar num direito que não tem”.
Esperança e alerta
O governador comentou, em todas as entrevistas, que as pessoas precisam seguir em alerta, mesmo vacinadas, pois a imunização pretendida só deve chegar depois de 45 dias da segunda dose. “Não é por que tomou a vacina que acha que pode quebrar as regras”, destacou. Ele também pediu mais paciência para a população goiana, já que estaríamos mais perto da vacinação em massa. “Para que desperdiçar essa oportunidade? É isso que eu peço, agora já temos um resultado. Antes você ficava na expectativa de quando e como, mas agora não, agora temos como salvar vidas, é a vacina, ela está aí”.
Alexandrino explica que a situação em Goiás, apesar do aumento, ainda está em “um nível bastante administrável”, mas que se a população não colaborar o quadro pode ficar mais crítico. “Nós temos uma grande chance de explodir o número de casos se não houver um apoio da população”, disse, lembrando do contexto no Amazonas, “absolutamente colapsado”, e no Rio de Janeiro, Santa Catarina e Ceará, onde a rede hospitalar está em crise por causa dos aumentos de internações.
O secretário diz que o aumento de casos pode fazer com que a pasta tenha de voltar com 10 leitos de UTI em Anápolis para pacientes com Covid-19 devido à demanda na região que tem a cidade como sede. Estas vagas haviam sido direcionadas para o público geral quando a curva de casos havia baixado no final do ano passado. Com OP
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ESTADO
PC participa de apresentação da redução dos índices criminais em Goiás
A apresentação foi conduzida pelo governador Ronaldo Caiado; acompanhado pelo vice-governador Daniel Vilela, pela primeira dama Gracinha Caiado, pelo secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum, e demais chefes das forças de segurança pública.
PC participa de apresentação da redução dos índices criminais em Goiá
A Polícia Civil (PC), representada pelo Delegado-Geral André Ganga, participou, na tarde desta segunda-feira (14), da apresentação da nova redução em todos os índices de criminalidade em Goiás, a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). A queda chega a até 97,31%, no caso de roubo de carga, de janeiro a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano de 2018. Os homicídios dolosos recuaram 56,07%, o roubo de veículos caiu 93,18% e o roubo a instituições financeiras teve queda de 100%, no período mencionado.
A PC apontou como as investigações criminais foram fundamentais para redução da estatística dos crimes no estado. No comparativo de janeiro a setembro de 2023 e neste mesmo período de 2024, houve um aumento de 13,18% no número de inquéritos policiais remetidos ao Judiciário com autoria; a quantidade de operações saltou, no mesmo período, para 43,57%; e o aumento do número prisões foi de 45,67%. A PCGO também aumentou em 37,2% a quantidade de carteiras de identidades emitidas no período mencionado.
A apresentação foi conduzida pelo governador Ronaldo Caiado; acompanhado pelo vice-governador Daniel Vilela, pela primeira dama Gracinha Caiado, pelo secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum, e demais chefes das forças de segurança pública.
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