Expansão Global da Capacidade de Celulose Perde Força com Redução do Déficit na China

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O mercado global de celulose passa por uma fase de transição, com a expansão da capacidade produtiva perdendo ritmo e os preços da commodity caminhando para uma recuperação gradual. Essa é a principal conclusão do relatório “Expansão da Capacidade Global de Celulose Diminui com a Redução do Déficit na China”, divulgado pelo Rabobank. O estudo, conduzido pelo analista de commodities Andrés Padilla, destaca que a indústria enfrenta um novo ciclo, marcado pela desaceleração da expansão de capacidade e por um mercado mais equilibrado até 2026.

Mudanças no Cenário Global da Celulose

De acordo com o Rabobank, o crescimento no comércio de celulose de fibra curta em 2023 contrastou com um menor dinamismo na fibra longa. Esse cenário decorre de uma das fases mais significativas de expansão de capacidade das últimas décadas, com novos projetos entrando em operação na América do Sul e na Ásia.

A expansão da capacidade global da celulose, especialmente de fibra curta, teve impulso entre 2016 e 2021, quando condições favoráveis de mercado estimularam grandes investimentos. Desde 2022, essa nova capacidade tem entrado em operação, elevando significativamente a oferta da commodity.

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Ao mesmo tempo, a produção de celulose de fibra longa tem enfrentado desafios, como restrições na disponibilidade de madeira e altos custos de produção em regiões do Hemisfério Norte. A redução na capacidade instalada dessa categoria contrabalança, em parte, o aumento expressivo da oferta de fibra curta, permitindo um maior equilíbrio no mercado global.

China: Redução no Déficit e Impactos no Mercado Global

A China, maior importadora de celulose do mundo, vem reduzindo sua dependência externa ao investir em capacidade produtiva própria. Nos últimos anos, o país ampliou a produção local e diminuiu a proporção de celulose importada em seu consumo total. Entre 2017 e 2023, a participação das importações no consumo chinês caiu de 69% para 58%, impactando diretamente o fluxo global da commodity.

Apesar desse avanço, o mercado chinês continua dependente de insumos externos, como cavacos de madeira provenientes do Vietnã. Alteracões na oferta e nos custos desses materiais podem afetar a competitividade da produção local e reacender a demanda por celulose importada.

Perspectivas para os Preços da Celulose

O estudo do Rabobank prevê que os preços da celulose permaneçam pressionados no primeiro semestre de 2025, devido ao alto volume de oferta gerado pelas recentes expansões de capacidade. Entretanto, uma gradativa recuperação é esperada a partir do terceiro trimestre de 2025, impulsionada pelo reequilíbrio entre oferta e demanda e pelo aumento da ociosidade em unidades produtivas de alto custo.

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Fatores macroeconômicos também influenciarão essa trajetória. A desaceleração econômica da China e os impactos de possíveis disputas comerciais entre Estados Unidos, Canadá e México podem afetar a demanda global. No entanto, iniciativas de estímulo fiscal e monetário no mercado chinês podem contribuir para um reaquecimento gradual da indústria de papel e celulose.

O Rabobank destaca que a atual fase de ampliação de capacidade está chegando ao seu pico, com previsão de normalização do mercado até 2026. Com menos projetos de grande porte no horizonte e desafios crescentes na obtenção de matéria-prima, a indústria deve entrar em um novo ciclo, caracterizado por preços mais sustentáveis a longo prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de Arroz: Preço em Queda e Expectativa por Exportações

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O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar uma queda acentuada nos preços, impulsionada pela colheita que avança rapidamente no país. No Rio Grande do Sul, o processo de ceifa já alcançou 26,21% da área semeada, conforme o mais recente levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A Fronteira Oeste lidera os trabalhos, seguida pela Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa, Região Central, Campanha e, por último, a Zona Sul.

A aceleração da colheita, em grande parte devido às condições climáticas favoráveis, tem intensificado a oferta de arroz no mercado, o que reforça a pressão para baixo nos preços. “A maior disponibilidade do grão tem influenciado diretamente a baixa nas cotações”, afirma o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz do Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), referência principal no mercado nacional, foi cotada em R$ 83,02 na última quinta-feira (13). Este valor representa uma queda de 6,05% em comparação à semana anterior e um recuo de 15,56% em relação ao mesmo período do mês passado. Além disso, o preço atual é 18,03% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.

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Exportações em Perspectiva

Enquanto o mercado doméstico enfrenta a pressão da colheita, as exportações permanecem como um fator de expectativa. Há rumores sobre a saída de um navio de arroz pelo porto de Rio Grande na próxima semana, já com parte da nova safra a bordo. “Para abril, ainda não há contratos fechados, apenas embarques negociados em dezembro de 2024”, explica Oliveira. Além disso, circulam informações sobre dois novos embarques, um de 32 mil toneladas e outro de 25 mil toneladas, com detalhes ainda não definidos sobre variedades ou destinos.

No mercado internacional, o Paraguai continua com contratos firmados em 2024, com preços variando entre US$ 360 e US$ 370 por tonelada. No entanto, os preços atuais caíram para US$ 300 a US$ 310 por tonelada, o que sugere uma maior pressão sobre o mercado global. O país vizinho também realizou vendas antecipadas para embarques em fevereiro, mas não houve novos negócios relevantes desde então.

Nos Estados Unidos, a guerra comercial com o México e as políticas do governo Trump ainda são fatores a serem observados, podendo alterar fluxos de exportação e criar novas oportunidades para fornecedores de arroz de outros países. “Uma escalada na disputa comercial pode fazer com que compradores mexicanos busquem o Mercosul, o que pode beneficiar o Brasil e outros produtores da região”, finaliza Oliveira.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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