Governo busca apoio do agro para conter inflação dos alimentos

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, solicitou um “gesto” das entidades do setor agropecuário durante uma série de reuniões realizadas nesta quinta-feira (28/2) na sede do ministério. O objetivo é obter apoio de produtores e exportadores para formular propostas que contribuam para conter a alta dos preços dos alimentos no país. A expectativa é que medidas sejam rapidamente estruturadas para apresentação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (29/2).

Durante o encontro com representantes do setor produtivo, Fávaro assegurou que não haverá taxacão das exportações agropecuárias. No entanto, fontes do governo indicam que o Planalto segue considerando alternativas “heterodoxas” para lidar com a inflação dos alimentos. A alta cúpula do governo tem pressionado os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário por resultados efetivos.

“Abrimos novos mercados, concedemos uma série de subsídios. Agora é o momento de esses setores ajudarem o Brasil a superar essa fase desafiadora”, afirmou uma fonte próxima ao presidente Lula.

Entre as medidas em discussão está a isenção de tarifas de importação para produtos agropecuários cujos preços estão em alta no mercado interno. Representantes das usinas produtoras de óleos vegetais, por exemplo, estão avaliando a possibilidade de aceitar a retirada das taxas sobre a importação de óleo de soja bruto, atualmente tributado em 9%, e do óleo de soja refinado envasado, que possui alíquota de 10,8%. A sugestão para essa isenção teria partido do próprio setor, como resposta ao apelo de Fávaro.

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Outro tema em análise é a ampliação da cota de importação de trigo, um produto no qual o Brasil não é autossuficiente. Atualmente, há uma cota de 750 mil toneladas anuais com tarifa zero para aquisição de países fora do Mercosul. Acima desse volume, incidem a Tarifa Externa Comum de 10% e a taxa da Marinha Mercante. Fontes do governo negam que esteja em debate uma retirada integral dessas tarifas.

De acordo com apurações do Broadcast/Estadão, também há propostas para redução de impostos sobre a importação de milho e etanol. O milho, que possui alíquota de 8%, é um insumo fundamental para a produção de ração animal, especialmente para suinocultura e avicultura. A isenção desse tributo poderia impactar os preços das proteínas animais, como os ovos, atualmente um dos principais itens pressionando a inflação. No entanto, uma fonte do governo avalia que essa medida não teria impacto significativo nos preços.

Quanto ao etanol, as discussões envolvem a possibilidade de redução da tarifa de importação, atualmente fixada em 18% para o biocombustível oriundo dos Estados Unidos. Essa medida ganhou força após o anúncio do ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre a imposição de tarifas de reciprocidade. A expectativa é que um eventual corte no imposto brasileiro possa contribuir para a redução dos preços dos combustíveis, uma preocupação constante do governo. Atualmente, o etanol compõe até 27% da mistura da gasolina vendida no Brasil.

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As reuniões no Ministério da Agricultura seguem intensas. Pela manhã, Fávaro recebeu lideranças do setor de açúcar e etanol. No período da tarde, reuniu-se com representantes da indústria de biodiesel e óleos vegetais. Ainda estão previstas conversas com executivos de frigoríficos de carne bovina, suína e de aves, além de supermercadistas.

Taxação segue como possibilidade

Apesar da garantia dada pelo ministro Fávaro ao setor agropecuário de que não haverá taxacão das exportações como forma de conter a inflação alimentar, fontes do Planalto afirmam que o tema segue no radar do governo.

A estratégia inicial é manter o diálogo com o setor produtivo e buscar soluções conjuntas para reduzir os preços dos alimentos. No entanto, caso as medidas voluntárias não surtam efeito, outras alternativas serão consideradas. “A discussão sobre taxar exportações já esteve sobre a mesa, mas não está nos planos do presidente neste momento”, disse uma fonte ligada a Lula.

As negociações no Ministério da Agricultura contam com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de representantes da Casa Civil e do Ministério da Fazenda. Também acompanham as discussões o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, e o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, Gilson Bittencourt. Entre os empresários presentes, destaca-se Marcos Molina, fundador da Marfrig e sócio-controlador da BRF.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Safra 2025 deve crescer 10,6% e alcançar 323,8 milhões de toneladas

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou suas projeções para a safra de 2025, que totaliza 323,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, representando um aumento de 10,6% em comparação à produção de 2024, que foi de 292,7 milhões de toneladas. A previsão é de um acréscimo de 31,1 milhões de toneladas, embora a estimativa seja 0,5% inferior à de janeiro, com uma queda de 1,6 milhão de toneladas.

A área a ser colhida em 2025 será de 81,0 milhões de hectares, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, o que equivale a 1,9 milhão de hectares a mais. Em comparação a janeiro, houve um pequeno aumento de 28.921 hectares, ou 0,0%.

Os três principais produtos que compõem a estimativa de safra são arroz, milho e soja, os quais, somados, representam 92,9% da produção prevista e ocupam 87,5% da área a ser colhida. A área destinada à produção de algodão herbáceo (em caroço) cresceu 3,2%, enquanto o arroz em casca teve um aumento de 7,1%. Outros produtos, como feijão, soja e milho, também apresentaram variações significativas em suas áreas cultivadas e estimativas de produção.

Entre os destaques da estimativa estão a soja, com uma previsão de 164,4 milhões de toneladas, e o milho, que deve alcançar 124,8 milhões de toneladas (com 25,3 milhões de toneladas na primeira safra e 99,5 milhões de toneladas na segunda safra). Já a produção de arroz é estimada em 11,5 milhões de toneladas, a de trigo em 7,2 milhões de toneladas, a de algodão herbáceo (em caroço) em 9,0 milhões de toneladas, e a de sorgo em 4,1 milhões de toneladas.

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Em relação às variações anuais de produção por região, o Centro-Oeste, Sul, Sudeste, Nordeste e Norte apresentaram aumentos na produção, destacando-se o Sul, com 11,7% de crescimento. No entanto, as variações mensais indicaram declínios nas produções do Norte e Sul, enquanto o Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste registraram acréscimos.

Mato Grosso segue como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 29,8%, seguido por Paraná (13,6%), Goiás (11,5%), Rio Grande do Sul (11,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,6%). Esses estados juntos respondem por 79,8% da produção total do país. As regiões Centro-Oeste e Sul dominam a produção, com participações de 49,4% e 27,0%, respectivamente.

Em relação ao mês de janeiro, a produção de diversos produtos apresentou variações. O café canephora teve um aumento de 1,5%, e a produção de arroz cresceu 0,7%. Já a produção de milho da segunda safra aumentou 0,6%, enquanto a batata da segunda safra teve uma pequena elevação de 0,3%. Por outro lado, houve quedas na produção de batata da primeira safra (-4,8%), feijão da primeira safra (-1,9%) e soja (-1,3%).

As estimativas de produção também variaram significativamente entre os estados. Goiás, Minas Gerais e Paraná foram os estados com as maiores variações absolutas positivas, enquanto o Rio Grande do Sul, Rondônia e Alagoas registraram quedas em suas previsões.

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Perspectivas para Produtos Específicos

  • Arroz (em casca): A produção foi estimada em 11,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior e de 9,0% em relação a 2024. O crescimento na área plantada se deve à atratividade dos preços da cultura.
  • Batata-inglesa: A produção deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, uma redução de 2,2% em relação ao mês de janeiro, com São Paulo apresentando uma queda de 16,8% na estimativa de produção.
  • Café (em grão): A produção total de café, considerando as espécies arábica e canephora, foi estimada em 3,2 milhões de toneladas. A produção de café arábica teve uma queda de 12,8% em relação a 2024, refletindo uma bienalidade negativa. Já o café canephora apresentou crescimento de 4,9%.
  • Cereais de inverno (em grão): Para o trigo, a produção foi estimada em 7,2 milhões de toneladas, com uma queda de 3,8% em relação ao ano passado. A produção de aveia e cevada, por outro lado, mostrou um pequeno aumento.
  • Feijão (em grão): A produção de feijão foi estimada em 3,4 milhões de toneladas, um crescimento de 9,6% em relação a 2024, atendendo completamente ao consumo interno do Brasil.

Essas estimativas do IBGE refletem a dinâmica da agricultura brasileira, com variações importantes tanto em termos de área plantada quanto de produção, com destaque para a soja e o milho, que continuam a dominar o cenário agrícola nacional.

Fonte: Pensar Agro

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