Impactos do Acordo Mercosul-União Europeia para o Setor Lácteo são debatidos pela CNA

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na última quarta-feira (29), da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, promovida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O encontro teve como foco a discussão sobre os impactos do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia para o setor lácteo brasileiro.

O presidente da Câmara Setorial, Ronei Volpi, que também lidera a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, destacou o potencial do acordo para o agronegócio nacional. Entre os principais pontos, está a redução gradual de tarifas sobre 82% do fluxo comercial agropecuário entre os dois blocos ao longo de dez anos, além da implementação de cotas de importação e exportação.

No caso do leite em pó, por exemplo, a cota inicial estabelecida é de mil toneladas com isenção tarifária. Quantidades superiores serão taxadas conforme a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, fixada em 28%. A cota será ampliada anualmente em mil toneladas até atingir o limite de 10 mil toneladas em dez anos. Essas regras se aplicam a ambos os blocos, contemplando tanto a importação quanto a exportação.

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Um dos desafios levantados durante a reunião foi a exigência de que os produtos lácteos exportados pelo Mercosul tenham origem em regiões livres de brucelose e tuberculose. O assessor técnico da CNA, Guilherme Dias, explicou que, no momento, o Brasil não possui áreas certificadas como livres dessas doenças, o que impede que o setor lácteo nacional se beneficie imediatamente do acordo. No entanto, esforços estão sendo feitos para ampliar a cobertura vacinal e erradicar essas zoonoses.

Diante desse cenário, a CNA pretende propor uma revisão da exigência após três anos de vigência do acordo. A justificativa será baseada na segurança sanitária conferida pelo processamento industrial do leite, que elimina o risco de transmissão dessas doenças.

Outro tema abordado na reunião foi a regulamentação de produtos “plant based”. A CNA e outras entidades do setor vêm trabalhando há mais de dois anos para estabelecer requisitos claros de rotulagem, identidade e qualidade para esses produtos. O objetivo é evitar o uso indevido de termos lácteos em produtos que não são derivados do leite.

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Segundo Guilherme Dias, normas como o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e o Código Alimentário Internacional (Codex Alimentarius) definem que apenas produtos obtidos da secreção mamária de mamíferos podem ser classificados como leite ou lácteos. Por isso, a Câmara Setorial defende a aplicação rigorosa das legislações vigentes no Brasil.

Nesse sentido, a CNA tem apoiado a aprovação do Projeto de Lei nº 10.556, de autoria da ex-deputada Tereza Cristina. O PL estabelece um marco legal que proíbe o uso de denominações lácteas em produtos de origem vegetal. A proposta está atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, e a CNA irá solicitar à Subcomissão de Leite da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural que o projeto tramite em regime de urgência.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado do boi gordo mantém tendência de alta com demanda aquecida

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O mercado físico do boi gordo apresentou firmeza nos preços ao longo da última semana, refletindo o bom desempenho do escoamento da carne no atacado. Estados como São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia registraram encurtamento das escalas de abate, o que favoreceu a valorização da arroba. A demanda consistente, tanto no mercado interno quanto no externo, tem sido o principal fator de sustentação dos preços.

As exportações seguem aquecidas, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores globais de carne bovina. O fluxo positivo dos embarques mantém o setor em uma posição estratégica, especialmente diante das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que podem gerar novas oportunidades para a carne brasileira. O cenário internacional reforça a competitividade do produto nacional, impulsionando a valorização da arroba no mercado interno.

No dia 13 de março, as cotações da arroba do boi gordo refletiram essa tendência de valorização. Em São Paulo, o valor manteve-se estável em R$ 310,00. Já em Goiás e Mato Grosso do Sul, houve alta de 1,72%, com a arroba negociada a R$ 295,00. Em Minas Gerais, o mercado registrou queda de 3,91%, fixando o preço em R$ 295,00. Mato Grosso permaneceu com preços inalterados em R$ 300,00, enquanto em Rondônia a arroba seguiu estável em R$ 265,00.

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No mercado atacadista, a elevação nos preços reflete o desempenho positivo do consumo na primeira quinzena de março. O quarto traseiro do boi foi cotado a R$ 25,00 o quilo, apresentando alta de 2,04% na comparação semanal. O quarto dianteiro registrou valorização de 2,72%, sendo negociado a R$ 18,50 o quilo. No entanto, a expectativa para a segunda quinzena do mês é de uma possível desaceleração no consumo, em razão da menor circulação de renda entre os consumidores.

As exportações brasileiras de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada mantêm um ritmo expressivo de crescimento. Em março, nos primeiros três dias úteis do mês, os embarques totalizaram US$ 295,515 milhões, com uma média diária de US$ 98,405 milhões. O volume exportado atingiu 60,545 mil toneladas, com um preço médio de US$ 4.876,00 por tonelada. Na comparação com março do ano anterior, o valor médio diário das exportações cresceu 161,3%, enquanto a quantidade exportada avançou 142,7%.

A manutenção desse cenário dependerá de fatores como a continuidade da demanda externa aquecida e o comportamento do consumo doméstico. Além disso, desafios logísticos e tributários seguem impactando a cadeia produtiva, tornando essencial o planejamento estratégico do setor para garantir a competitividade do produto brasileiro no mercado global.

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Fonte: Pensar Agro

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