Indústria de Massas, Biscoitos e Pães prevê crescimento de 1% em 2022

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Depois de apresentar um bom crescimento em 2020, em torno de 6% no volume de vendas, o setor de biscoitos, massas e pães e bolos industrializados preveem encerrar o ano de 2022 com uma elevação menor no volume, em torno de 1%. Apesar de parecer um crescimento pequeno, esse ainda seria um bom resultado, disse Claudio Zanão, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).

“Nossa expectativa é de crescimento de volume em torno de 1% no máximo. Mas se estabilizar em 0% será um bom resultado também”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil, durante o 17º Congresso Internacional das Indústrias. “A nossa categoria de produtos vem se mantendo muito bem durante a pandemia. Houve um crescimento maior em 2020, com o auxílio-emergencial. Em 2021 e 2022 houve uma queda, mas em paralelo a 2019, que era período pré-pandemia. Então não há nenhum motivo para uma explosão de consumo novamente”, explicou.

Nem mesmo a proximidade da Copa do Mundo pode trazer reflexos mais positivos. “Infelizmente não é a Copa do Mundo, nem as eleições [que vão influenciar nos números], mas o poder aquisitivo, que continua baixo. O auxílio-emergencial está menor e inconstante. Então isso faz com que se tenha menos dinheiro no bolso e o resultado é menos consumo”, falou o presidente-executivo da Abimapi.

No ano passado, esses setores juntos perderam 1,5% em volume, comparando com 2020. Porém, na comparação com 2019, um ano antes da pandemia de covid-19, o resultado foi positivo: aumento de 3%. Mas o que realmente impressionou no ano passado foram as exportações. “Batemos recorde em 2021 com 200 mil toneladas exportadas e US$ 240 milhões. E esperamos, nessa mesma ideia, continuar em 2022 a crescer mais 10% ou 15% também”, disse Zanão.

Rodadas de negócios

Com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Abimapi e a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) estão reunidas desde quinta-feira (7) em Florianópolis para o 17º Congresso Internacional das Indústrias. Durante o evento, as duas associações estão buscando ampliar os negócios no mercado externo.

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Somente na quinta-feira ocorreram 80 reuniões, informou Rodrigo Iglesias, diretor internacional da Abimapi. “É a terceira rodada de negócios que nós fazemos durante o Congresso da Abimapi em parceria com a Abicab e a Apex-Brasil. Estamos realizando com foco no mercado dos Estados Unidos, Colômbia, Arábia Saudita, África do Sul, Chile. Temos inclusive compradores que estão participando pela primeira vez, online”, disse à reportagem da Agência Brasil.

“Só na quinta-feira fizemos 80 reuniões com 10 compradores, dois deles online. E temos uma perspectiva por volta de US$ 5 milhões de negócios. Hoje [sexta-feira] devemos fechar por volta de US$ 10 milhões, já que temos mais reuniões previstas do que ontem”, disse Iglesias.

Para a Abimapi, os destaques dessas rodadas de negociação têm sido principalmente as massas e o pão de forma. “O pão de forma vem se destacando muito. Durante a pandemia, com o fechamento das padarias, o acesso ao pão francês ficou muito difícil. Então o pão de forma foi uma opção para o consumidor. O grande momento do consumo do pão de forma é o café da manhã. Ou era o café da manhã. Hoje ele virou almoço, jantar e virou lanche”, falou Zanão.

Já no caso da Abicab, as negociações têm envolvido principalmente o chocolate. “O chocolate vem vendendo muito para países árabes. E a bala vai para os países da África”, disse Ubiracy Fonsêca, presidente-executivo da associação.

Abicab

A associação que representa os setores de chocolates, amendoins e balas não trabalha com previsões futuras. Mas aposta na influência da Copa do Mundo para motivar a produção e comercialização desses produtos.

“Esperamos que esse crescimento continue acontecendo. Tudo leva a crer – e essa não é uma posição oficial da Abicab – que continuaremos com desempenho positivo”, falou Ubiracy Fonsêca, presidente executivo da Abicab.

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No ano passado, segundo Fonsêca, o setor de chocolates foi um dos destaques, crescendo em torno de 36%. “Foi um crescimento bem expressivo. Fechamos com 693 mil toneladas de produto acabado, sem contar o achocolatado. As pessoas podem dizer que cresceu 2021 contra 2020, que foi um ano de pandemia. Mas é bom lembrar que em 2020 a produção não caiu: crescemos 0,5% em relação a 2019, que foi um ano sem pandemia. E no primeiro trimestre deste ano crescemos 6%”, disse Fonsêca.

O setor de amendoins também é outro que está indo bem, apesar de ter enfrentado problemas com seus principais compradores externos: a Ucrânia e a Rússia, que estão em guerra. “A Rússia e a Ucrânia juntas representavam mais de 50% das exportações do Brasil do amendoim granulado. A Abicab atuou fortemente nisso, visitando os órgãos de governo, a ApexBrasil, etc, para que pudéssemos encontrar caminhos. E obtivemos êxito, tivemos uma ponte positiva com a China que até então não importava o produto granulado diretamente do Brasil, importava via terceiros. Estamos em fase de acertos burocráticos para que o Brasil passe também a exportar para a China”, disse ele.

Já o setor de balas foi o que encontrou mais dificuldades nos últimos anos. “Na pandemia, por exemplo, ele foi muito mais impactado porque muitos dos setores de vendas do setor de balas [estavam fechados]. Mas ele já está se recuperando. Temos empresas com bons resultados”, falou.

O 17º Congresso Internacional das Indústrias é promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) e pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

*A repórter viajou a convite da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi)

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Economia

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ECONOMIA

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8

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A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (26) a parcela de junho do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 8.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 683,75. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 20,84 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,23 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

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A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família. O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Cadastro

Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 170 mil famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS.

Em compensação, outras 200 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que se concentra nas pessoas mais vulneráveis com direito ao complemento de renda, mas que não recebem o benefício.

Regra de proteção

Cerca de 2,58 milhões de famílias estão na regra de proteção em junho. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 370,54.

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Auxílio Gás

O Auxílio Gás também será pago nesta quarta-feira às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 8. O valor foi mantido em R$ 102, por causa das reduções recentes no preço do botijão.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,8 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Fonte: EBC Economia

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