Lideranças do agronegócio reivindicam papel mais ativo na construção do Plano Clima

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Entidades do agronegócio brasileiro pressionam o governo por um papel mais ativo na construção do Plano Clima, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2035. Preocupadas com propostas como a redução de monoculturas, atividade pecuária e uso de fertilizantes, as associações pedem que o Ministério do Meio Ambiente apresente inventários e metas detalhadas, defendendo que a prioridade seja o “desmatamento líquido zero”, sem comprometer a produção.

As discussões acontecem no âmbito da elaboração do Plano Clima, atualmente em desenvolvimento pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Este plano visa a redução das emissões de gases de efeito estufa em diversos setores da economia. As entidades já manifestaram críticas ao modelo proposto, que inclui a diminuição da área destinada a monoculturas, a redução da atividade pecuária e a diminuição do uso de adubos nitrogenados.

O Plano Clima, que deverá indicar as ações necessárias para o Brasil atingir suas metas climáticas até 2035, será dividido em pelo menos 15 planos setoriais. O Brasil deve apresentar uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) na COP29. O modelo técnico foi desenvolvido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da UFRJ, sob a coordenação do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima.

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As associações do agronegócio, incluindo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entre outras, pedem que o governo apresente inventários e metas de redução de emissões antes de estabelecer a nova NDC.

As entidades defendem que a nova NDC deve focar no “desmatamento líquido zero”, combinando desmatamentos legais e ilegais com a restauração florestal para compensar a supressão da vegetação. Elas pedem que o governo detalhe as ações necessárias para alcançar a meta de desmatamento ilegal zero até 2030, com um enfoque especial na regularização fundiária e extensão rural na Amazônia.

Outro ponto levantado é a necessidade de detalhar os dados e premissas utilizados para garantir o alcance das metas de redução de emissões. As associações questionam a viabilidade de alcançar o desmatamento ilegal zero a partir de 2035 e as projeções de restauração florestal. Enquanto o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) propõe a restauração de 12 milhões de hectares até 2030, o modelo atual do MMA prevê 8,9 milhões de hectares a partir de 2031.

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As entidades também sugerem que as remoções de carbono por florestas plantadas, como pinus e eucalipto, sejam consideradas no Plano Clima. Quanto à mitigação das emissões na atividade agropecuária, elas são contra a simples redução da atividade pecuária e do uso de fertilizantes nitrogenados, defendendo a adoção de tecnologias e boas práticas produtivas.

As associações ainda apoiam a implementação do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC+) até 2030 e a integração de bases de dados, como o Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (Sicar) e o Sistema de Gestão Fundiária (Sigef). Elas também questionam a premissa de reduzir áreas de monocultura em favor de sistemas integrados, pedindo clareza sobre os conceitos de integração e os fatores de emissão de gases desses sistemas.

Entre junho e setembro, foram enviadas cerca de 1.300 propostas para a elaboração do Plano Clima. Destas, a proposta “35% até 2035” destacou-se, sugerindo a substituição de 35% dos alimentos de origem animal por alternativas vegetais até 2035, e ficou em terceiro lugar geral e primeiro na categoria Sistemas Alimentares.

O grupo também solicita a conexão do plano para a agropecuária com a lei do Combustível do Futuro, que prevê o aumento da mistura de bio combustíveis em diversos modais de transporte.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social

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O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.

No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:

1185 do Setor Agropecuário
235 do Setor de Consumo
728 do Setor de Crédito
284 do Setor de Infraestrutura
720 do Setor de Saúde
655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços
886 do Setor de Transporte

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As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.

O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.

As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:

  • COAMO – R$ 26,07 bilhões
  • C. VALE – R$ 22,44 bilhões
  • LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
  • COMIGO – R$ 15,32 bilhões
  • COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
  • COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
  • COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
  • COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
  • INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
  • FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões

Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.

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A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.

Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.

Fonte: Pensar Agro

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