Economia
Mais de mil produtores goianos devem ser contemplados com projeto de cerveja de mandioca

Realizado a partir de uma parceria entre o Governo de Goiás e a Ambev, o projeto Cerveja de Mandioca será expandido este ano. A expectativa é alcançar todos os municípios goianos e impactar positivamente mais de mil produtores, com cerca de 7 mil toneladas de mandioca produzidas e comercializadas à cervejaria. O projeto teve início, em 2020, na região Nordeste do Estado e busca dar a oportunidade de comercialização da raiz produzida por agricultores familiares.
Os detalhes foram apresentados na quarta-feira (27), ocasião em que também foi anunciada a disponibilização de R$ 855 mil para o desenvolvimento de pesquisas de melhoramento genético da mandioca e desenvolvimento de novas variedades. Os recursos foram captados da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Secretaria da Retomada para investimentos na Unidade Experimental da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), localizada em Porangatu, na região Norte do Estado.
O titular da Seapa, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, destacou a parceria exitosa desenvolvida pelo Governo de Goiás com a Ambev, que já traz resultados benéficos a esses agricultores familiares do Estado. “É um projeto que se iniciou nos municípios mais vulneráveis, pela determinação do nosso governador Ronaldo Caiado, e que trouxe oportunidades para o desenvolvimento dessas regiões, fortalecendo a agricultura familiar ao agregar a comercialização da mandioca a um produtor nobre, em uma relação robusta construída entre o Governo de Goiás e a Ambev”, avaliou.
O titular da Seapa acrescenta que, agora, esse projeto que “já nasceu grande” se expande aos 246 municípios goianos, “que terão a oportunidade de trabalhar o desenvolvimento da agricultura familiar, dentro do fomento a essa cadeia da mandioca que é tão importante para o nosso Estado”.
Ele enfatizou, ainda, o esforço conjunto do Governo de Goiás, por meio das pastas da Seapa, Retomada, Emater e Gabinete de Políticas Sociais (GPS) para a realização do projeto e o trabalho da Seapa na captação de recursos da Sudeco para o investimento em pesquisa científica agropecuária. “A Emater trabalha na pesquisa com a mandioca, em Porangatu, e poderá, com esse recurso, desenvolver mais estudos com foco no aumento da produtividade e da oferta desse produto, para que o projeto possa expandir”, pontuou.
O presidente da Emater, Pedro Leonardo de Paula Rezende, ressaltou o papel da agência como agente local facilitador, de maneira a assistir os produtores desde o contato até o apoio ao cultivo e comercialização. “A produção da mandioca aparece como uma das principais cadeias produtivas da agricultura familiar no nosso Estado, ao lado da produção leiteira. E esse projeto tem uma importância muito grande em dar oportunidade de comercialização e venda em escala a esses produtores”, pontuou.
Aquisição
O diretor de Relações Corporativas da Ambev, Tiago Pereira, e o engenheiro agrônomo coordenador do projeto na cervejaria, Fábio Ferreira, apresentaram um balanço da produção da cerveja Esmera de Goiás, criada dentro do projeto cerveja de mandioca, sobretudo do ponto de vista do impacto social feito por meio da parceria com a gestão estadual. O projeto percorreu em 2020, desde o mês de agosto, quando foi criado, mais de 22 mil quilômetros, com o uso de 15 caminhões refrigerados e a comercialização de mais de 280 toneladas de mandioca. Segundo a Ambev, foram mais de 352 pessoas envolvidas em 11 municípios, nesta primeira etapa.
A cervejaria comprou a mandioca de produtores de Cavalcante, Flores de Goiás, Posse, Buritinópolis, Itaberaí, Niquelândia, Colinas do Sul, Mundo Novo, Uirapuru, Guarani de Goiás e Minaçu. Segundo os representantes da Ambev, foram comercializadas também produções dos assentamentos de Gameleira, Nova Grécia, Rio Bonito, Che, José Marti, Santa Marta, Angico; do quilombo em Vão das Almas; e de cooperativas em Minaçu e Uirapuru.
Eles ainda explicaram as condições para a comercialização que incluem: compra exclusiva de pequenos agricultores familiares que possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e Inscrição Estadual ou de cooperativas e associações; a proibição de trabalho escravo ou condições de trabalho desumanas e trabalho infantil; 60% da renda familiar deve vir da produção agrícola; não ter relação ou beneficiar indevidamente entidade ou funcionário público; preencher requisitos descritos no site da Seapa; e os produtores precisam ter conta corrente.
*Com informações AR
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ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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