Política

Marcelo Queiroga vai ser o 4° ministro da Saúde do Governo Bolsonaro

O atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia vai substituir general Pazuello, o terceiro a deixar o cargo em um ano da Covid-19

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O atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, aceitou convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Ministério da Saúde. A indicação de de Marcelo Queiroga foi confirmada pelo próprio presidente, em conversa com apoiadores na chegada ao Palácio da Alvorada.

“Tem tudo, no meu entender, para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje”, declarou Bolsonaro, em fala transmitida por um site bolsonarista.

Queiroga será o quarto a ocupar o cargo em 12 meses de pandemia. Antes de Pazuello, chefiaram a pasta os médicos Luiz Henrique Mandetta e, por 28 dias, Nelson Teich.

“No tocante às vacinas, um programa bastante ousado, mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Este mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas, e essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente em nosso governo”, disse o presidente.

Bolsonaro disse ainda que Queiroga, além da vacinação, vai promover outros programas para diminuir o número de mortes por coronavírus no Brasil e elogiou, ainda, a administração de Pazuello.

“O trabalho do Pazuello está muito bem feito, parte de gestão foi muito bem-feita. E agora vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus”, afirmou Bolsonaro. Ele também disse que a oficialização da indicação de Queiroga deve ser publicada na terça (16) e que o período de transição na Saúde deve durar “uma ou duas semanas”.

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Queiroga se reuniu com Bolsonaro ontem no Palácio do Planalto após a recusa da médica goiana Ludhmila Hajjar para assumir o lugar do general Eduardo Pazuello.

Na véspera, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Queiroga dissera que o presidente conhece seu trabalho, mas que esperaria o posto vagar oficialmente: “Um médico não assume o plantão de outro”.

Pazuello admitiu no domingo que estava avaliando sua substituição. “O cargo é do presidente da República, existe essa possibilidade desde que eu entrei. Eu poderia ficar a curto, médio e longo prazo. Estamos a médio prazo. O presidente está pensando em substituição, avaliando nome, conversei com ele e Ludhmila [Hajjar, que foi cotada para o cargo] e claro que estou a disposição de ajudar a todos que vierem aqui”, diss.

“É continuidade, não há rompimento. Os senhores não estão acostumados com isso, estão acostumados com o político largar a caneta e ir embora. Nós faremos a transição de forma correta e de continuidade quando nos for determinado”, completou.

Queiroga foi aluno de Enéas Carneiro, morto em 2007, que foi cardiologista e ícone dos conservadores.

Bolsonaro vem recebendo nas últimas semanas conselhos de que, diante da montanha de óbitos, é preciso se livrar da imagem de negacionista da pandemia e dar uma guinada em defesa da ampla imunização contra o vírus.

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O diagnóstico – também feito pelo ministro Fábio Farias (Comunicações) e pelo novo chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), almirante Flávio Rocha- foi reforçado diante da inesperada reabilitação dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), potencial nome para disputar as eleições de 2022 contra Bolsonaro.

Auxiliares do presidente ressalvam, porém, que há limites para a mudança de retórica de Bolsonaro -e que ela não atinge as críticas ao isolamento social e as políticas adotadas por governadores.

Após a conversa com Queiroga, Bolsonaro convidou o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, para um encontro no Palácio do Planalto.

Na conversa, segundo assessores palacianos, o presidente explicou ao senador que optou por Queiroga pelo seu perfil técnico e ressaltou que foi uma escolha de caráter pessoal.

O gesto teve como objetivo evitar um mal-estar com o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). A legenda vinha tentando emplacar para o comando da sigla o nome do deputado federal Luiz Antônio Teixeira (PP-RJ). Com Agências

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POLÍTICA NACIONAL

Líderes pedem volta das comissões de MP

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As comissões mistas de medida provisória — responsáveis por emitir parecer sobre esse tipo de medida antes da votação pela Câmara e pelo Senado — devem ser retomadas em breve pelo Congresso. A intenção já havia sido anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em fevereiro. Nesta quinta-feira (13), a volta desses colegiados foi discutida durante reunião de líderes.

Após o encontro, o líder do PSD, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a definição oficial deve vir após reunião entre Davi e o presidente da Câmara, Hugo Motta, ainda nesta quinta-feira. De acordo com o líder, algumas medidas devem ser votadas diretamente pelos plenários das Casas, sem passar pelas comissões.

— A partir daí todas as medidas provisórias já serão formadas por senadores e deputados, com alternância de presidência e relatoria entre as Casas e a indicação dos membros será feita pelos líderes. Então isso é importante porque você tem uma discussão e a própria sociedade fica mais atenta ao que se está discutindo — disse o líder.

Comissões

As comissões mistas de medida provisória analisam as MPs não relativas a matérias orçamentárias (que são tratadas pela Comissão Mista de Orçamento). Esse tipo de  comissão passou a ser previsto na Constituição em 2001. A aplicação da regra, no entanto, só ocorreu em 2012, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a pandemia da covid-19, em 2020, o STF permitiu a apresentação de parecer diretamente em Plenário em razão do estado de emergência, e as comissões mistas deixaram de se reunir. Em março de 2023, após questão de ordem apresentada pelo bloco da Maioria no Senado, o trabalho das comissões foi retomado. Nesse período, 11 medidas foram apreciadas por essas comissões, até uma nova interrupção, que ainda dura.

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O líder do PL, senador Carlos Portinho (PL-RJ), comemorou a decisão sobre a volta das comissões. Ele lembrou que muitas vezes esse tipo de medida acabava chegando ao Senado faltando um dia  para o vencimento do prazo de vigência. Na  prática, isso impedia que o Senado exercesse seu papel de Casa revisora, já que, em caso de mudanças, o texto teria de voltar à Câmara.

— Isso não só  prejudicava o trabalho da revisão — já que o Senado é a Casa revisora ​​constitucionalmente — como também obrigava o Senado a ser um carimbador do que a Câmara estava fazendo. Não é esse o princípio, a lógica constitucional, agora retomada com a harmonia e a boa tramitação das medidas provisórias. (…) Agora há  um acordo de que elas cheguem ao Senado com pelo menos 30 dias para que os senadores possam se debruçar sobre elas — disse Portinho.

Projetos parados

Omar Aziz informou que os líderes também discutiram a necessidade de que os projetos aprovados em uma Casa tenham andamento na outra. De acordo com o líder, os presidentes da Câmara e do Senado devem discutir a possibilidade de fazer um levantamento de projetos já aprovados em uma das Casas e que estão aguardando análise na outra. Para o líder, independentemente do tema, os projetos precisam ser analisados.

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— Votar a favor é uma coisa, debater é outra totalmente diferente. Eu acho que nós temos que debater qualquer tema. Pode ser o mais absurdo, mas é obrigação do Senado e da Câmara debater — disse.

A pauta da próxma semana ainda será decidida pelo presidente do Senado, mas os líderes citaram alguns projetos que foram elencados durante a reunião. Um deles é  o PL 2.088/2023, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que prevê a adoção da reciprocidade pelo Brasil de exigências da União Europeia para a venda de produtos nacionais. O texto analisado deve ser um substitutivo proposto pela relatora, senadora Tereza Cristina (PP-MS), para incluir as taxações aplicadas por qualquer país ou bloco comercial.

A discussão do projeto é reivindicada por parlamentares em meio a decisões dos Estados Unidos de taxar produtos de vários países.  A Casa Branca anunciou a taxação do aço, do ferro, do alumínio e do etanol exportados para o país, o que atingiria o Brasil. 

Também foram apontados pelos senadores na reunião projetos sobre venda de medicamentos sem prescrição e reciprocidade de vistos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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