Mercado global de bioinsumos pode atingir R$ 258,75 bilhões até 2032
O mercado global de bioinsumos agrícolas, que em 2023 somou entre R$ 74,75 bilhões e R$ 86,25 bilhões, deve alcançar cerca de R$ 258,75 bilhões até 2032, caso mantenha a taxa de crescimento anual entre 13% e 14%. A projeção é do Observatório de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a empresa CropLife. O setor de controle biológico se destaca no segmento, respondendo por 57% do mercado atual, e a tendência é que esses produtos continuem liderando a participação de mercado nos próximos anos.
O crescimento do mercado de bioinsumos nos últimos dez anos, impulsionado especialmente pelos últimos quatro anos de expansão, é atribuído à crescente adoção desses produtos pelos produtores rurais, como ferramenta para o manejo integrado de pragas.
Apesar do rápido crescimento no Brasil, o estudo aponta desafios econômicos, regulatórios e jurídicos que dificultam a expansão desses insumos no país. Entre os principais obstáculos estão a falta de capacitação para a aplicação e a ausência de uma legislação específica para bioinsumos. Atualmente, esses produtos se encaixam nas legislações de produtos químicos e sintéticos, como a Lei de Agrotóxicos e a Lei de Fertilizantes, o que gera insegurança jurídica e dificulta o processo de regulamentação.
Para resolver essas questões, projetos de lei estão em tramitação no Congresso Nacional, como o PL 658/2021 e o PL 3668/2021, que visam regulamentar a produção, uso, registro e comercialização dos bioinsumos. A criação de um marco legal específico para os bioinsumos é essencial para padronizar os processos industriais e harmonizar a tributação, esclarecendo as incertezas que atualmente cercam o setor.
Outro desafio identificado pelo estudo é a falta de capacitação de muitos produtores, o que limita a adoção de bioinsumos a poucas culturas, como soja, milho e cana-de-açúcar. Para a CropLife e a FGV, é necessário um aprofundamento nas questões regulatórias, incluindo o Programa Nacional de Bioinsumos e iniciativas legislativas, além de uma maior conexão com a propriedade industrial e o acesso ao patrimônio genético nacional.
Embora o Brasil tenha avançado em pesquisa e desenvolvimento, o estudo observa que o país ainda está atrás de líderes globais, como os EUA, China e Coreia do Sul, no número de patentes e inovações biotecnológicas no setor. Investir em políticas públicas e parcerias estratégicas pode ser o caminho para reduzir essa lacuna.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócio
Agricultura digital deve crescer 183% e alcançar R$ 48,55 bilhões até 2026
A agricultura digital está se consolidando como uma das principais aliadas do setor agrícola, promovendo inovações e sustentabilidade em toda a cadeia de produção. Segundo a consultoria 360 Research & Reports, o mercado global de agricultura digital deve crescer 183% em relação a 2019 e alcançar R$ 48,55 bilhões até 2026, com uma taxa de crescimento média de 15,9% ao ano. Esse avanço reflete a adoção crescente de tecnologias que integram software, hardware e inteligência de dados para otimizar a produção, desde o plantio até o consumo final.
No Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apoiou 94 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no programa Brasil Mais Produtivo, somando R$ 94,9 milhões em investimentos entre novembro de 2023 e agosto de 2024. Esses projetos têm ajudado empresas, incluindo micro e pequenas, a incorporar tecnologias como inteligência artificial, robótica e sensores IoT para melhorar o rendimento das lavouras, reduzir desperdícios e promover práticas mais sustentáveis.
PRECISÃO – A agricultura de precisão é um dos principais focos da agricultura digital, com o uso de sensores, GPS e drones para monitorar em tempo real as condições das plantações, como umidade do solo e presença de pragas. Equipamentos modernos ajustam automaticamente o uso de fertilizantes e irrigação, o que permite uma aplicação mais eficiente e reduz o impacto ambiental. Essas intervenções garantem colheitas mais saudáveis e de melhor qualidade, otimizando os recursos naturais.
Além disso, o uso de dados e inteligência artificial permite prever o rendimento das safras e ajustar a produção à demanda do mercado, evitando superprodução e desperdício de alimentos. As tecnologias digitais também possibilitam uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos, otimizando o armazenamento e o transporte dos produtos, reduzindo perdas e aumentando a durabilidade dos alimentos no mercado.
A adoção de práticas digitais no campo também tem efeitos positivos sobre o meio ambiente. Tecnologias de agricultura de precisão minimizam o uso de água e insumos químicos, ajudando a proteger o solo e a biodiversidade local. Equipamentos guiados por GPS, por exemplo, reduzem o uso de combustível e as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para uma menor pegada de carbono nas operações agrícolas.
Ferramentas como o plantio direto e a rotação de culturas, apoiadas por tecnologia digital, fortalecem a saúde do solo e aumentam a captura de carbono, fundamentais para a sustentabilidade no campo. Sensores monitoram o ambiente e permitem ajustes em tempo real, ajudando os agricultores a manter o solo fértil e produtivo.
O mercado de tecnologias digitais aplicadas ao agro tem ganhado destaque em diversas regiões do mundo, com um crescimento acelerado na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico. No Brasil, o setor caminha para integrar ainda mais a agricultura tradicional com práticas modernas e sustentáveis, buscando atender às demandas globais e aumentando a competitividade no mercado internacional.
Ao unir tradição e inovação, a agricultura digital oferece soluções para uma produção mais eficiente, sustentável e adaptada às exigências do futuro. Este movimento não só aumenta a produtividade e a qualidade dos alimentos, como também fortalece o compromisso com a preservação ambiental e a segurança alimentar.
Fonte: Pensar Agro
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