Microcefalia preocupa gestantes

“Fiquei sabendo dos casos de microcefalia pelos jornais e fiquei muito preocupada. Busquei logo um posto de saúde para saber o que fazer para cuidar da saúde do meu filho”. A declaração é de Ana Carolina Dias Reges, de 19 anos, grávida de oito meses. As dúvidas dela são as mesmas de muitas mulheres gestantes diante do surto de microcefalia que atinge regiões brasileiras.
A microcefalia é uma doença em que a cabeça de um bebê é menor do que o normal para a idade dele. Isso acontece quando os ossos da cabeça da criança, que na gestação ficam separados, se unem muito cedo. Com isso, o cérebro não pode se desenvolver normalmente. Isso pode ser causado por má-formação resultante de alteração genética ou infecções, como a causada pelo vírus Zika.
Na última semana, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia no Nordeste do País. A comprovação veio após exames feitos em um bebê nascido no Ceará com a doença, que revelarem a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.
O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo vetor do vírus da dengue e da chikungunya. Diante disso, para o combate à microcefalia, a população deve usar as mesmas armas utilizadas contra a dengue há anos: não deixar que recipientes acumulem água parada, local onde o Aedes aegypti se reproduz.
Ao saber sobre o surto da doença no Nordeste, a gestante Ana Carolina Dias diz ter ficado extremamente preocupada e logo buscou orientação médica. “No posto de saúde, o médico me orientou a usar repelente sempre. Minha casa tem telas nas janelas para evitar a entrada de mosquitos. Já sou uma pessoa que fica muito em casa e estou me preocupando ainda mais com os horários que devo sair”, explica a jovem. Além disso, segundo Ana Carolina, os médicos reforçaram que é preciso fazer o pré-natal de forma adequada.
Em Goiás, há três casos de microcefalia notificados neste ano. A relação desses casos com o vírus Zika ainda está sendo investigada.
Ações
Em coletiva de imprensa realizada esta semana, o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela ressaltou a importância do combate ao mosquito transmissor do vírus Zika. Segundo ele, 350 bombas costais serão entregues nos próximos dias para o combate ao Aedes aegypti e, inicialmente, serão investidos R$ 800 mil na realização de exames laboratoriais.
Na oportunidade, o secretário também recomendou que diante da atual situação as gestantes se preocupem em verificar se não existe nenhum foco de criadouros do Aedes aegypti em casa ou nos vizinhos, utilizar roupas de manga longa, telas protetoras nas janelas e portas e repelentes. Além disso, é preciso evitar contato com pessoas que tenham febre e doenças exantemáticas, ou seja, que gerem mancha vermelha na pele.
Mudança no diagnóstico pode descartar parte dos casos suspeitos
O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta-feira (4) que os critérios para o diagnóstico de microcefalia relacionada ao vírus Zika foram mudados pela pasta. Agora, a medida de 32 centímetros deve ser apontada como o ponto de partida para triagem e identificação de bebês não prematuros com possibilidade de ter a malformação no crânio.
Até então, estavam sendo considerados casos suspeitos aqueles em que a criança nascia com menos de 33 centímetros de perímetro cefálico, segundo o Ministério da Saúde, para incluir um número maior de bebês na investigação. Depois de ter o perímetro cefálico medido, para ter o diagnóstico confirmado, a criança precisa passar por outros exames.
Com a determinação, parte dos 1.248 casos considerados suspeitos de microcefalia podem ser descartados. O número atualizado de 2015 deve ser divulgado na próxima terça-feira (8).
Segundo a pasta, a medida segue recomendação da Organização Mundial da Saúde, que considera 32 centímetros a medida padrão mínima para a cabeça de recém nascidos não prematuros. O perímetro cefálico, medida da cabeça feita logo acima dos olhos, varia conforme a idade gestacional do bebê. Segundo o Ministério da Saúde, para a população brasileira, 33 centímetros é considerado normal.
Da Redação com Agência Brasil


SAÚDE
“A saúde integral da mulher é prioridade absoluta do Ministério da Saúde”, afirma Padilha em primeira reunião no Congresso Nacional

No segundo dia à frente do Ministério da Saúde, o ministro Alexandre Padilha realizou a primeira reunião no Congresso Nacional com a bancada feminina da Câmara dos Deputados. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (12) e marcou o compromisso do governo em priorizar a saúde das mulheres. “A saúde integral da mulher é prioridade absoluta na gestão do Ministério da Saúde”, defendeu Padilha.
Liderada pela deputada Benedita da Silva, a bancada feminina levou ao ministro sugestões de projetos e medidas para fortalecer o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a reunião, Padilha enfatizou a importância de garantir um cuidado ainda mais amplo para todas. “Não dá para falar de saúde sem falar das mulheres, sem envolvê-las no enfrentamento dos desafios do setor. As mulheres são maioria da população e principais usuárias do SUS, seja por conta própria ou como cuidadoras de seus filhos, pais e familiares. Além disso, a maior parte dos profissionais da saúde são mulheres”, destacou o ministro.
A deputada Benedita da Silva (RJ) agradeceu ao ministro pela disponibilidade em dialogar com o grupo e reforçou a importância da parceria para avançar em projetos fundamentais. “A bancada feminina tem trabalhado intensamente e conquistado avanços em diversos projetos. Hoje, na área da saúde, temos três propostas voltadas para o câncer, três relacionadas à saúde mental e psicossocial, duas para acompanhamento em saúde, além de iniciativas específicas para a saúde da mulher negra, combate à violência sexual e regulamentação da profissão de doulas. O que queremos é ouvi-lo, dar-lhe as boas-vindas e reforçar que estamos prontas para construir juntos”, declarou Benedita.
A parlamentar Jandira Feghali (RJ) destacou a importância da participação feminina no debate sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e o incentivo à inovação científica. “A questão da mulher é transversal e, entre os temas discutidos, está o Complexo Industrial da Saúde. Acredito que precisamos acompanhar mais de perto o desenvolvimento desse trabalho, pois há pesquisadores inovando nessa área, o que pode trazer impactos positivos para as políticas públicas de saúde”, afirmou Feghali.
Para Antônia Lúcia, deputada pelo estado do Acre, há necessidade de medidas mais rígidas para garantir a aplicação de vacinas em crianças e políticas voltadas ao tratamento de câncer e saúde mental. “Vossa Excelência terá a oportunidade de se debruçar sobre projetos fundamentais para o combate ao câncer e a manutenção da qualidade de vida das pessoas com deficiência psicológica. Além disso, gostaria de sugerir a criação de uma tipificação criminal para servidores públicos que se recusarem a aplicar vacinas nas crianças”, pontuou a parlamentar.
“Estou muito feliz por vê-lo à frente do Ministério da Saúde. Conheço seu trabalho e a diferença que fez no Governo Federal e na Secretaria de Saúde da capital paulista. Um dos pontos que precisamos discutir é a distribuição de fraldas geriátricas nas UBS”, propôs a deputada Juliana Cardoso (SP).
A deputada Célia Xakriabá (MG) destacou pautas voltadas à saúde indígena e alertou sobre os impactos ambientais na saúde dos povos originários. “Temos duas coisas em comum: o senhor, que é doutor do corpo, e nós, povos indígenas, que somos doutores e embaixadores da floresta. Nesse sentido, temos dois projetos fundamentais. Um deles regulamenta as profissões de Agente Indígena de Saúde (AIS) e de Agente Indígena de Saneamento (Aisan), no âmbito do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). O outro, de minha autoria, trata dos impactos dos agrotóxicos nas terras indígenas. Vivemos um momento de profunda crise climática, e precisamos discutir de que maneira podemos enfrentar esse problema”, alertou.
O ministro Alexandre Padilha, ao ouvir as parlamentares, destacou que o encontro reforça a parceria entre o Ministério da Saúde e a bancada feminina para impulsionar projetos que ampliem o acesso das mulheres aos serviços de saúde. “Saiu daqui um casamento entre o Ministério da Saúde e a bancada das mulheres. Vou me reunir com a Liderança do Governo na Câmara para avaliar a possibilidade de priorizarmos esses projetos. Vamos fazer de março um mês extremamente produtivo para a saúde integral das mulheres no Congresso Nacional”, afirmou.
Outras importantes iniciativas mencionadas são a instalação de uma sala de situação permanente no Ministério da Saúde para acelerar agendas relacionadas às mulheres, o fortalecimento da Rede Alyne e a ampliação da prevenção e diagnóstico do câncer de colo de útero e de mama. Padilha também destacou que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) discutirá a incorporação de novos medicamentos para o tratamento da endometriose e anticoncepcionais que beneficiem mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
O ministro da Saúde reforçou, ainda, a importância de reduzir o tempo de espera para exames e tratamentos, garantindo um atendimento mais rápido e eficiente para a população feminina. “Vamos consolidar o Brasil como a maior rede pública de prevenção diagnóstica de câncer do mundo. Temos todas as condições de fazer isso e é uma prioridade absoluta nossa”, destacou.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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