Não sabemos o real tamanho da infraestrutura de carregamento no Brasil

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Nem sempre pode ser fácil encontrar carregadores elétricos, mesmo com aplicativos
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Nem sempre pode ser fácil encontrar carregadores elétricos, mesmo com aplicativos

Fala galera, beleza? Já falei diversas vezes sobre o crescimento da frota de veículos elétricos e da infraestrutura de carregamento. Todavia, quando falamos de locais de carregamento, trata-se de um crescimento ainda mais silencioso do que os carros que as usam.

Identifiquei que o Brasil está muito próximo de chegar a mais de 3.000 locais de carregamento ainda no ano de 2023 . Estou falando de locais de uso coletivo, equipados com carregadores, desconsiderando aqueles que só fornecem uma tomada. Também não estou contabilizando a quantidade de estações, apenas o local.

Todavia, mesmo que fizéssemos a conta de cada carregador, ainda sim, eu consideraria que trata-se apenas da ponta do iceberg e, estaríamos muito longe no número real de estações de carregamento existentes no Brasil.

Visitei um colega da mobilidade elétrica que havia avaliado o mercado de carregadores com o uso da análise do registro oficial de importações deste tipo de produto. Ele identificou o registro de mais de 6.000 unidades de equipamentos importados para o Brasil apenas ao longo do ano de 2021 . A questão é, onde estão todos esses carregadores?

Alguns shoppings oferecem carregadores para seus clientes
Divulgação/Multiplan

Alguns shoppings oferecem carregadores para seus clientes

Apesar de termos diversos aplicativos para indicar a existência de locais de carregamento, por várias vezes sou surpreendido com novos locais ainda não identificados e, por vezes, outros locais não tão novos, mas que nunca foram identificados. Essa semana, recebi a mensagem de uma pessoa de Sinop/MT que aluga veículos elétricos para motoristas de aplicativo e instalou diversos carregadores para recarga desses veículos e demais usuários.

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Podemos imaginar que parte desses carregadores foram instalados nas próprias concessionárias e outra parte foi colocada nas residências e trabalhos dos proprietários de veículos elétricos (imagino que quem tem possibilidade, irá colocar um equipamento em cada local que fique mais tempo: casa/trabalho).

Entretanto, eu acredito que o maior volume dessas estações esteja em Centros de Distribuição para carregamento das frotas de entrega. Não é difícil imaginar que cada Centro de Distribuição possa ter dezenas de equipamentos instalados, ainda mais acompanhando as notícias recentes de aquisições de centenas de veículos pelas principais empresas de logística do país.

Algumas marcas até oferecem o carregador do tipo Wallbox junto com o veículo elétrico
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Algumas marcas até oferecem o carregador do tipo Wallbox junto com o veículo elétrico

É importante considerarmos que muitas estações foram adquiridas para substituir estações mais velhas ou danificadas. Claro que não podemos ser ingênuos em imaginar que todas as estações estão funcionando. O ponto em questão é que a quantidade de estações é muito maior do que podemos imaginar.

Poderíamos dizer que seria motivo de orgulho descobrir que a nossa infraestrutura de carregamento é ainda maior do que imaginávamos, mas isso traz à luz um problema. Não falo do risco de apagão, porque já trouxe algumas vezes que é muito improvável que aconteça por conta dos veículos elétricos. O problema é que demonstra a desorganização institucional do Brasil em relação à eletromobilidade.

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Se o governo realmente tem a ambição de fomentar o desenvolvimento da mobilidade elétrica, é necessário primeiro fazer a lição de casa e ter o conhecimento real do tamanho de nossa infraestrutura de carregamento. Desconheço qualquer base oficial de registro de locais de carregamento e, se existe, não cumpre um dos principais objetivos da administração pública que é a publicidade.

Com uma base oficial de locais de carregamento, poderíamos:

– Estruturar de forma estratégica a evolução da rede de carregamento; – Permitir que o usuário tenha uma informação mais precisa para programar sua rotina e viagens; – Programação de rotas operacionais; – Informação segura para investidores; – Avaliação de demanda de energia; – Reduzir a insegurança de propensos consumidores – Contrapor a desinformação quanto ao potencial do Brasil para a mobilidade elétrica.

Como entusiastas da mobilidade elétrica, podemos contribuir muito com nossas experiências e conhecimento. Entretanto, o governo precisa tomar o protagonismo para o desenvolvimento da Mobilidade Elétrica. Com protagonismo, não digo que o governo deva ser o responsável pela instalação dos equipamentos, mas pelo desenvolvimento de políticas estruturantes e das devidas regulamentações.

Recentemente, o Congresso Nacional retomou as atividades da Frente Parlamentar pela Eletromobilidade com a participação de diversas personalidades públicas e privadas, inclusive da ABRAVEi (Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores). Uma ação de extrema importância que poderá gerar discussões, consultas públicas e projetos de lei.

Sendo assim, fica minha sugestão para a próxima reunião, o desenvolvimento de um banco de dados de pontos de carregamento a nível nacional. Afinal, para traçarmos um caminho, precisamos primeiro saber onde estamos e para onde queremos ir.

Até mais!

Fonte: Carros

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Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas

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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero
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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero

Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.

Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.

O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.

As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso
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As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso

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E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.

Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.

Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.

Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.

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Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.

O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986
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O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986

Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.

Fonte: Carros

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