Opinião

O difícil reconhecimento!

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De tempos em tempos é publicada uma pesquisa apresentado o nível de satisfação, dos brasileiros, com os resultados auferidos pelo trabalho realizado pelo Poder Executivo no Brasil. Invariavelmente, apresenta níveis de insatisfação cada vez maiores, dado a impossibilidade de atender, de forma plena, a todas as exigências de necessidades prementes da população.

A noção que é passada é a que saímos do paraíso direto para o inferno. Tudo ia maravilhosamente bem até que, em dois anos, passamos a conhecer as dispensas de um manicômio chamado Brasil e passamos a nos encontrar com o que há de pior em termos de consideração toda com as questões sociais, infraestrutura, sanitárias, educação, saúde e por aí afora.

Como se não bastasse todas as desgraças encontradas pela nova gestão executiva brasileira, tivemos como presente, a recepção de uma pandemia viral, que não sabemos bem o porquê foi espalhada pelo mundo e a nós coube uma fatia expressiva dessa moléstia que insiste em não ceder apesar de todos os esforços que vem sendo feitos para nos sobrepormos a ela.

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Esforços como a montagem às pressas de hospitais emergenciais no Brasil, a compra e distribuição de medicamentos a populações, foram necessários. Hoje, dos dez milhões de infectados, nove milhões estão recuperados, duzentos e vinte mil, foram a óbito e os restantes estão em tratamento em hospitais de todo o país, cuja rede hospitalar está esgotada, como é do conhecimento de todos.

A pandemia, não atacou só a saúde física das pessoas, mas também a econômica e financeira dos mais carecidos, tendo o Poder Executivo que providenciar um auxílio emergencial financeiro a mais de setenta milhões de brasileiros em todos os cantos do país.

Os estragos na sociedade universal não são pequenos muito menos desprezíveis. Aqui, não foi diferente. Os processos formais educativos escolares foram duramente afetados, tendo ficado evidenciado que os nossos meios de comunicação eletrônica são deficientes e insuficientes.

Obviamente que nada disso serve para deixar alguém feliz, uma vez que os recursos financeiros do país são escassos o que se explica o desagrado devido às imensas urgências espalhadas país.

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O que chama a atenção, especialmente, é a falta de reconhecimento de todo o esforço que vem sendo feito para atender às necessidades emergentes de toda a população.

Enfim, como sabemos, nem Deus agradou a todos!

Cícero Calos Maia é professor

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ARTIGO

PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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