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opinião

O mal das mídias sociais

Todas as plataformas (Instagram, TikTok, Facebook, X/Twitter, etc.) operam igualmente: a busca por validação social, por likes, comentários, compartilhamentos e visualizações. 
Mario Eugenio Saturno

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Vi uma entrevista do Jonathan Haidt, pesquisador da Universidade de Nova York, no Star Talk do Neil deGrasse Tyson, sobre os malefícios das redes sociais. Uma abordagem baseada principalmente em seu livro “The Anxious Generation”.

Haidt tornou-se conhecido pelos seus estudos sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, no desenvolvimento infantil e na democracia. Sua análise mostra um quadro assustador, as principais plataformas de mídia social agem como um parasita do desenvolvimento normal, especialmente para adolescentes.

Sua tese central é que a migração da infância do mundo físico para o mundo virtual, acelerada por volta de 2012, é a principal causa do colapso da saúde mental da geração Z. A crítica dele não se concentra em uma única plataforma, mas em características comuns que as tornam tóxicas. Todas as plataformas (Instagram, TikTok, Facebook, X/Twitter, etc.) operam igualmente: a busca por validação social, por likes, comentários, compartilhamentos e visualizações.

Haidt identifica o Instagram como a plataforma mais danosa para a saúde mental das meninas, pois promove uma cultura de comparação social intensa. As usuárias não comparam suas vidas reais com as de outras pessoas, mas sim seus piores momentos com os melhores momentos cuidadosamente selecionados dos outros. Isso leva à ansiedade corporal, à baixa autoestima e à depressão.

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Enquanto o Instagram é a “câmara de tortura”, o TikTok é o “raio da desorientação cognitiva”. Seu algoritmo de recomendação é extremamente eficiente em entregar conteúdo viciante, um atrás do outro, sem um contexto social claro. Haidt preocupa-se com o impacto disso no desenvolvimento da atenção em crianças e adolescentes. A rápida sucessão de estímulos pode prejudicar a capacidade de se concentrar em tarefas complexas e menos recompensadoras, como a leitura de um livro.

Já o X (Twitter) é uma plataforma projetada para a dinâmica de mobilização e calúnia. A brevidade dos tweets, a estrutura de retweets e a visibilidade pública criam um ambiente perfeito para a indignação moral, a polarização e os cancelamentos. Isso envenena o debate público, recompensa o pensamento binário (bom versus mal) e pune a nuance e a complexidade. É a plataforma que mais diretamente danifica a saúde cívica e democrática.

O YouTube, é uma ferramenta educacional incrível, mas seu algoritmo de recomendação, que visa maximizar o tempo de visualização, pode levar os usuários a conteúdos cada vez mais extremos. Para adolescentes em formação de identidade, isso pode facilitar a radicalização em visões de mundo misóginas, conspiratórias ou políticas extremadas.

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Assim, ele recomenda aos pais: não dar smartphones antes do ensino médio; nenhuma rede social antes dos 16 anos; dar telefones básicos; e priorizar o contato com a natureza e a socialização presencial. E para os Legisladores: idade mínima verificada para ingressar em redes sociais; responsabilizar as empresas por eventuais danos; exigir maior transparência algorítmica para pesquisadores e proibir os smartphones nas escolas.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

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