PF publica norma que autoriza compra de até 4 armas por pessoa

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A Polícia Federal (PF) publicou na quinta-feira (20), o novo ato normativo sobre armas de fogo. De acordo com a instituição, o documento “confere menos burocracia no porte e posse”, adequando os procedimentos internos da corporação aos decretos mais recentes do governo Jair Bolsonaro, como a autorização para a aquisição de até quatro armas de uso permitido e a ampliação do prazo de validade do registro para 10 anos.

A instrução traz inovação em relação ao processo de autorização, que passa a ser realizado a partir do sistema eletrônico, embora ainda esteja prevista a necessidade de documentos físicos para aqueles que não tenham a identificação biométrica. Felippe Angeli, gerente de relações institucionais do Instituto Sou Da Paz, pontua como positiva a adequação das unidades da Polícia Federal à tecnologia.

O Brasil é grande, diverso. Para uma pessoa que fala de uma área rural, distante de uma PF, é interessante. Ela não pode ser prejudicada no seu interesse. Hoje temos tecnologias para isso, explica Angeli.

Conforme Angeli, um ponto que chama atenção é a leitura da necessidade de comprovação do risco para que se justifique o porte para o cidadão comum. Ele destaca que o Estatuto do Desarmamento é claro e expresso em declarar a excepcionalidade do porte para civis, enquanto a PF, seguindo legislações do governo Bolsonaro, traz um caráter subjetivo na análise.

—  O ato normativo ele não pode inovar, ele tem que se adequar às leis e decretos. Ele corrobora o Estatuto do Desarmamento na excepcionalidade, mas traz um artigo que fala que a comprovação documental do risco pode ser dispensada em casos ‘públicos ou notórios’. O que isso significa? Quem vai determinar? A legislação é clara que o pedido não pode ser genérico. O público e notório é o que saiu na imprensa, o que corre na boca do povo em uma cidade?

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Ele ainda relembra que o presidente já determinou em decretos passados que a necessidade de comprovação para porte e posse é presumida de verossimilidade e que é a PF a encarregada de comprovar a falsidade.

— É uma pressão na PF para uma fiscalização que ela não teria condição de fazer. É um cheque em branco do Bolsonaro para a justificativa e quem tem que procurar e provar o erro é a Polícia federal.

A instrução normativa autoriza ainda o treinamento mensal aos cidadãos que possuem arma de fogo, com a possibilidade de utilização do armamento pessoal. O prazo para renovação do registro também foi ampliado, conforme determinação do governo federal, para 10 anos.

— Para renovar, tem que comprovar a falta de antecedentes, aptidão psicológica e motora e isso tudo muda muito em 10 anos. O período curto é importante para atestar que a pessoa permanece em condição. Em dez anos você sofre um acidente ou envelhece e fica com a condição motora comprometida, pode desenvolver problemas psicológicos — ressalta Felippe.

Outra mudança permite que policiais penais tenham as mesmas prerrogativas dos demais policiais e os magistrados e membros do MP passarão a ter a aptidão psicológica e a capacidade técnica atestadas pelas próprias instituições. Angeli destaca que é importante observar como os atestados de aptidão serão feitos, uma vez que não é válido se não for dado por um profissional cadastrado no Conselho Federal de Psicologia.

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— Como esse órgão que não é de psicologia vai fazer isso? Vai registrar os membros no Conselho? Vai credenciar psicólogos?

 

Instrução Normativa foi tema da live

Na live de quinta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o assunto. Ele relatou que a norma antiga foi revogada após pedido de um apoiador e afirmou que o tempo para deferimento ou não de posse de arma de fogo pela PF diminuiu um terço após a saída do ex-ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça.

O armamento é uma das pautas prioritárias de Bolsonaro desde o início de sua gestão. Durante reunião ministerial de 22 abril, em plena pandemia do novo coronavírus, o presidente colocou o armamento da população como uma das principais pautas em discussão. Na ocasião, o presidente afirmou querer “todo mundo armado” e cobrou o ministro Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e o então titular da Justiça, Sergio Moro, que assinassem novas portarias sobre o tema.

Moro deixou o governo acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal. A declaração originou um inquérito conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. Com Agência Estado

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Aposentada perde R$ 238 mil em golpe pensando ajudar Arnold Schwarzenegger

Os valores, porém, foram passados para as contas de 12 pessoas diferentes, que agora são alvo do processo.

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Astro de Hollywood Arnold Schwarzenegger. Foto: Gage Skidmore/ Wikimedia Commons

Recentemente uma aposentada de 74 anos, que vive no litoral paulista, entrou na Justiça para tentar receber de volta os valores que repassou a um estelionatário entre 2020 e 2022.

No caso, o criminoso (ou grupo criminoso) fingiu ser o astro de Hollywood Arnold Schwarzenegger — conhecido principalmente por pela franquia “O Exterminador do Futuro” e pelo primeiro “Predador”.

O estelionatário, passando-se pelo ator, disse à aposentada que passava por necessidades, e pediu sua ajuda. Comovida, ela vendeu uma casa e um carro, e passou, em um total de treze transferências, um valor de R$ 238,5 mil ao golpista, entre novembro de 2020 e junho de 2022. Os valores, porém, foram passados para as contas de 12 pessoas diferentes, que agora são alvo do processo.

No golpe, o falso ator também dizia que tinha uma alta quantia para receber em breve de uma empresa de transportes, e por isso a aposentada seria recompensada pela ajuda, recebendo o valor de volta em dólares.

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