PNUD Brasil lança plataforma do Atlas do Desenvolvimento

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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP) apresentaram, hoje (29), a plataforma do Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil. Entre as inovações, a plataforma traz a interação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas em um conjunto de 120 indicadores, obtidos por meio das pesquisas do Censo Demográfico e da PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisadora da Fundação João Pinheiro Vera Scarpelli destacou que o mais importante avanço da nova plataforma foi incluir os indicadores socioeconômicos baseados em informações de registros administrativos de mais de cinco mil municípios, o que é mais uma forma de integração com os ODS.

“Utilizamos fontes em estados distintos de consolidação, mas com a preocupação de abranger toda a malha municipal brasileira e com a preocupação de seguir os preceitos para a construção de bons indicadores”, acrescentou, revelando que um desses registros administrativos se refere à base de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Segundo Vera Scarpelli, a intenção em incluir os registros foi facilitar a utilização pelo setor público e promover o aprimoramento das estatísticas. “Quando se usa com ações junto aos órgãos geradores contribui para promover melhorias nos registros e modo de atuação desses órgãos”, observou.

A pesquisadora disse que a nova plataforma já está preparada para receber os dados do Censo 2020, quando ficar pronto. “Estamos aguardando com muita ansiedade. Já tem o espaço reservado lá, porque dá uma continuidade na série temporal nos dados censitários”, disse.

Avanço tecnológico

O avanço tecnológico foi apontado como uma das inovações da plataforma. O coordenador de Estudos em Desenvolvimento Urbano do Ipea, Marco Aurélio Costa, disse que do ponto de vista das funcionalidades foi reduzido o número de etapas de buscas com uma estrutura mais objetiva. Além das consultas por mapas e tabelas, podem ser feitas as por gráficos. “A plataforma é um sucesso já são mais de 30 milhões de acessos desde o seu lançamento. É a segunda plataforma de dados mais consultada no Ipea e uma das mais consultadas no país”, disse.

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Para a pesquisadora da FJP Maria Luíza Aguiar Marques, a plataforma permite analisar como se dá o desenvolvimento levando em consideração as disparidades e desigualdades sociais. Ela lembrou que na primeira edição do Atlas, na década de 90, foi discutida a questão da municipalização e isso foi muito importante para a adoção de políticas públicas. “Foi uma coisa inédita e os trabalhos focados nas regiões metropolitanas consolidaram no sentido de poder medir as desigualdades. Dizíamos que os municípios estavam muito díspares e destacávamos desigualdades entre pessoas do mesmo município”, completou.

A nova plataforma, que já foi incluída na 4ª edição do Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, divulgada também nesta terça-feira (29), reúne mais de 360 indicadores socioeconômicos sobre saúde, educação, renda, trabalho, habitação, vulnerabilidade, meio ambiente e desigualdade, entre outros. 

Os dados se referem a 17 mil localidades brasileiras, sendo 5.565 municípios, 24 regiões metropolitanas, 27 unidades federativas e mais de 10.000 unidades de desenvolvimento humano. Foi mantido o recurso da avaliação, em modo separado, da situação de mulheres, homens, negros, brancos e das populações urbana e rural de determinada região, estado, município ou unidade de desenvolvimento humano.

O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marcelo Neri lembrou que a origem da iniciativa do Programa Bolsa Família foi o IDH 14, que, para ele, era uma boa sugestão de nome para um programa, mas mostrava a força de como o DNA do desenvolvimento humano sempre interagindo com a origem dos programas de transferência de renda. 

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Neri disse que uma vez mostrou os dados do Atlas para um morador do Morro dos Cabritos, na zona sul do Rio de Janeiro, e pôde comprovar como o documento facilita o entendimento das informações. “Ele [o morador] ficou surpreendido como conseguia olhar a realidade do Morro dos Cabritos, onde estava atuando, com o Atlas do Desenvolvimento Humano. Acho que a iniciativa consegue transformar a informação em mais que informação, mas em autoconhecimento de maneira exemplar”.

Atlas

A quarta edição do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil mostra, entre outros dados, que do total de brasileiros incluídos no cadastro único, 66,12% eram beneficiados com o Programa Bolsa Família em 2017.

A proporção de pessoas pobres e extremamente pobres entre os negros no Brasil era mais de duas vezes maior do que entre brancos na passagem de 2016 e 2017. Em 2016, os extremamente pobres negros chegavam a 6,98% e os brancos 2,92%. No ano seguinte, a relação subiu para 8,02% ante 3,37%. Já os pobres negros eram 15,35%, em 2016, enquanto os brancos 6,01%. Em 2017, os percentuais subiram para 15,80% e 6,41%, respectivamente.

O percentual de vulneráveis à pobreza, de pobres e de extremamente pobres no Brasil aumentou de 2016 para 2017. Os vulneráveis passaram de 23,47% para 24,98%, os pobres saíram de 11,15% para 11,65% e os extremamente pobres subiram de 5,15% para 5,97%. 

Entre as Unidades da Federação (UF), o maior percentual de extremamente pobres era o Maranhão, com 15,62%, e a menor Santa Catarina, com 1,54%. 

Nos vulneráveis houve aumento em 16 unidades da federação, enquanto os pobres tiveram uma alta em 18 dessas unidades e os extremamente pobres em 23 UFs.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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BRASIL

No DF, jovem sem filhos é preso por não pagar pensão alimentícia

Conforme o advogado, jovem ficou preso com pessoas que cometeram homicídio. A defesa de Gustavo pretende processar o Estado. O advogado disse ao UOL que a intenção é conseguir uma indenização por dano moral “por todo o sofrimento que ele passou, por todo o abalo emocional que ele teve”. O que falta, segundo a defesa, é averiguar quem é o culpado pela prisão de Gustavo.

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Gustavo Rodrigo Ferreira Lopes de 20 anos, foi preso por não pagar pensão alimentícia, mesmo sem ter filhos. Foto: Reprodução

Um jovem identificado como Gustavo Rodrigo Ferreira Lopes, de 20 anos, ficou preso por mais 24 horas por falta de pagamento de pensão alimentícia, mesmo sem ter filhos.

O processo judicial que resultou em prisão se iniciou em 2017, quando Gustavo tinha 12 anos. De acordo com a Defensoria Pública do Distrito Federal, o processo se originou em São Paulo, não se referia a atraso de pagamento de pensão alimentícia, e não mencionava o nome de Gustavo.

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de Minas Gerais e a prisão teria sido pleiteada na Vara de Execução Penal de Igarapé, em Minas Gerais, que afirmou que o mandado foi expedido incorretamente e que o rapaz não deveria ter sido preso. Gustavo disse que “nunca pisou” nem em São Paulo, nem em Minas Gerais.

Gustavo foi preso em Taguatinga (DF), onde vive. Em entrevista à TV Globo, o jovem disse que chegou a contestar a prisão, dizendo que não tem filhos, mas que os policiais responderam que “não tinha o que fazer”. De acordo com o seu advogado, Marco da Silva Barbosa, o rapaz ficou preso com pessoas que cometeram homicídio.

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O erro foi percebido durante entrevista anterior à audiência de custódia. Quando o juiz ouviu o rapaz, o advogado e a Defensoria, liberou Gustavo e oficiou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apuração de fraude no caso.

“É bem chato você não ter culpa de nada e ser levado, seus vizinhos todos vendo… Mas a pior parte mesmo foi o tempo que passa lá dentro que você não tem culpa, né? […] Foi bem horrível, e é uma coisa que eu não desejaria para ninguém”, disse Gustavo.

A defesa de Gustavo pretende processar o Estado. O advogado disse ao UOL que a intenção é conseguir uma indenização por dano moral “por todo o sofrimento que ele passou, por todo o abalo emocional que ele teve”. O que falta, segundo a defesa, é averiguar quem é o culpado pela prisão de Gustavo.

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