Opinião
Qual Educação constrói a nação?
Seria uma experiência interessante colocar os professores da EPCAr para gerir uma escola da cidade sem aplicar a exclusão de alunos. Certamente, poderíamos avaliar metodologias diferentes em situações parecidas…

De 1997 a 2000, participei da administração petista de Catanduva, que tinha metade dos cargos em comissão mais importantes professores da APEOESP. Ingênuo que era marquei uma reunião com a Secretária da Educação e apresentei as “máquinas” de ensino que eu vira em Los Angeles, baratas e extremamente didáticas para a Física, Matemática e Estatística. Ela olhou-me com aquele olhar de quem não entende o que seja ensinar um povo como o brasileiro, disse que iria conversar com as assistentes e me chamaria para planejarmos.
A Educação de Catanduva só deu um salto quando o PT foi enxotado da administração. O povo entende que falar de Educação não quer dizer nada. E outro discurso que me incomoda muito é ouvir professor dizer que sua função é ensino, educação é para os pais… Crianças que não são amadas em casa, precisam de acolhimento especial na Escola, isso se somos um país que quer evoluir (progresso, como dito na nossa bandeira).
Dias atrás, o Ministério da Educação divulgou o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com fatos surpreendentes. O Ideb avalia apenas com escolas públicas federais, estaduais e municipais, uma vez que as particulares só entram no sistema por amostra.
As cem escolas públicas do país com melhor desempenho educacional nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) são todas do Nordeste, sendo que 68 são escolas públicas do Ceará, 31 são de Alagoas e uma de Pernambuco. A média dessas unidades é muito superior à dos colégios particulares do país, que foi de 7,2. Além disso, as 21 escolas que ficaram com nota 10 estão ou no Ceará (15 escolas), ou em Pernambuco (uma escola), ou em Alagoas (5 escolas).
Quando olhamos para o ensino médio, o ranking das 100 melhores escolas se distribui mais, tendo seis estados com destaque, incluindo São Paulo, que possui 24 escolas no ranking, e Ceará, com 19, Minas Gerais, com 14, Pernambuco, com 8, e Paraná e Rio Grande do Sul, ambos com 7.
Um fenômeno que mascara a situação é o observado entre as 10 escolas públicas do país com maior nota no Ideb 2023 no ensino médio, 7 têm processos rigorosos de seleção dos alunos e chegam a ter concorrência até mesmo mais alta do que o curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Primeira do país no Ideb dessa etapa de ensino, a EPCAr (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), em Barbacena (MG), possui um processo seletivo com avaliação do conteúdo escolar, além de testes de aptidão física e psicológica e um período de experiência para os aprovados.
Seria uma experiência interessante colocar os professores da EPCAr para gerir uma escola da cidade sem aplicar a exclusão de alunos. Certamente, poderíamos avaliar metodologias diferentes em situações parecidas…
O Ideb é o principal indicador de qualidade da educação básica brasileira, mas os especialistas alertam que o cálculo do índice pode mascarar desigualdades educacionais e favorecer unidades e redes de ensino que excluem estudantes mais pobres e com mais dificuldade, como é o caso das escolas com processo seletivo para entrada.
Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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ARTIGO
Cooperativas de geração verde
A lei não deixa de ser interessante, estabelece os locais onde o vento seja constante como uma riqueza do Estado a ser explorada por empresas privadas (offshore: ambiente marinho localizado no mar territorial e na plataforma continental).

Um dos grandes defeitos do Brasil pós-ditadura é não pensar a longo prazo, dez, vinte, trinta anos. E por que não 50 anos? Nosso regime de governança atual tem coisas ruim como deputados e senadores apropriarem-se de verbas do Executivo, mas eles poderiam destinar parte disso para projetos de longo prazo.
Recentemente, o noticiário anunciou que a conta de luz dos brasileiros poderia sofrer um abatimento de R$ 3 bilhões caso o projeto de lei do novo marco das eólicas em alto-mar fosse aprovado. Inacreditavelmente, a lei tinha artigos que previam a contratação compulsória de térmicas a gás e a carvão (eita!) que encareceriam a conta de luz e comprometeriam as metas do Clima. O presidente Lula sancionou a Lei Nº 15.097/2025 e vetou esses artigos perniciosos, mas esses vetos ainda não foram votados pelo Congresso. Acredito que nossos parlamentares repensarão, afinal, são propostas contra a Pátria e contra a humanidade.
A lei não deixa de ser interessante, estabelece os locais onde o vento seja constante como uma riqueza do Estado a ser explorada por empresas privadas (offshore: ambiente marinho localizado no mar territorial e na plataforma continental).
A lei estabelece fundamentos da geração elétrica no offshore: desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda no país e o fortalecimento da segurança energética. Ainda, desenvolvimento regional, com ações que reduzam a desigualdade e promovam a inclusão social, a proteção e defesa do meio ambiente, entre outros.
As empresas vencedoras pagarão um bônus de assinatura para a União e uma taxa anual de ocupação da área e participação proporcional mensal no valor da geração: 50% para a União, 12,5% para os Estados do local, 12,5% para os municípios do local, 10% para os Estados na proporção do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), 10% para os Municípios, na proporção do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e 5% para projetos de desenvolvimento sustentável.
Da mesma forma que já defendi que as termelétricas a carvão ou petróleo gerem eletricidade conforme o valor que recebam para existir e assim provar que existam e funcionam (para evitar as surpresas desagradáveis do passado, quando foram necessárias e não estavam operacionais), defendo que os locais sejam leiloados somente quando o preço do quilowatt-hora for competitivo e próximo a linhas de transmissão, ou seja, que os custos totais sejam bons.
E que parte desses recursos fosse destinado a financiar (não doar) geração solar e eólica de “cooperativas” de pequenos consumidores (vizinhos), de classe média baixa e baixa para que fossem construídas pequenas centrais de geração em seus bairros. Como o investimento em energia solar e eólico paga-se em 5 a 7 anos, as contas dessas pessoas seria quase zerada após esse período.
Os equipamentos poderiam ocupar os telhados dos consumidores, os prédios, praças e estacionamentos públicos. O gerenciamento dos recursos poderia ser feito por bancos públicos e privados. E os deputados e senadores poderiam doar parte de suas emendas no investimento em sua região, por que não?
Mario Eugenio Saturno é Professor Assistente da Escola de Teologia para Leigos São José de Anchieta da Diocese de Caraguatatuba, Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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